segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Mais família

Este ano nossa ceia de natal foi na fazenda. Bom demais reunir todo mundo, longe do movimento da cidade, sem celulares ou internet, concentrados no Dono da festa e disponíveis uns aos outros.

Cantamos músicas de louvor e tivemos a oportunidade de abrir o coração e compartilhar as bênçãos recebidas ao longo do ano.

Nosso primo Gustavo disse que as melhores espadas precisavam passar pelo fogo e pela bigorna até ficarem bem afiadas, da mesma forma que nós necessitamos passar por provas difíceis para nos tornar pessoas melhores e mais preparadas.

Meu irmão Andrey lembrou que devíamos olhar mais para o próximo e para Deus.

Mamãe falou sobre o aniversariante do dia: Jesus. Papai sobre a dependência de Deus.

Ainda outros depoimentos tocantes e sinceros aconteceram naquela noite. Dentre as bênçãos lembradas: filhos, vitória em concursos públicos, saúde, vida, casamento, faculdade...

Enfim, foi um momento emocionante, em que lágrimas misturaram-se a sorrisos. Pudemos ver surpresos“o quanto Deus já fez”.

Muitas foram as lutas, mas vencemos, porque Aquele que está em nós “é maior do que aquele que está no mundo”. 1 Jo 4.4

É nessa perspectiva que avançamos.

Espero que em 2015 possamos buscar aquilo que realmente importa, desvencilhando-nos de tudo que nos afaste desse propósito e, como Paulo, possamos dizer:

[...] esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”. Fp 3:13-14

Que os dias sejam leves e os relacionamentos mais profundos. Que o perdão seja a principal escolha, ainda que a mais difícil. Que os encontros verdadeiros e o amor virem rotina.

Que sejamos menos egoístas, mais família, porque família é herança preciosa.

Que Deus seja o centro, o guia, o mestre e o Senhor de todos os dias de 2015. E que não fique por aí...
...

Algumas fotos...


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Quem quiser ser grande...

Ontem foi a sessão de fotos para o perfil do novo blog.

Em meio à correria das festas de fim de ano, dedicamos boa parte da tarde a essa missão, e eu (mais uma vez) descobri que não tenho a menor vocação pra modelo... rsrs

Fico tensa, desengonçada, o riso ou simpático demais ou de menos, enfim...

Quem vê as fotos da Gisele Bündchen em tantas campanhas publicitárias até pensa que posar para fotos é fácil, mas a verdade é que nem todo mundo tem essa capacidade de agir tão naturalmente diante das câmeras... Assim como nem todo mundo consegue desempenhar com facilidade aquilo que você, leitor do blog, faz tão bem.

Isso é bom, especialmente quando nos unimos, cada um fazendo o que sabe com maior desenvoltura, em prol do bem comum.

Foi para isso que Deus nos criou tão diferentes, como Paulo ensinou a igreja de Corinto:

“Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos.
A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum”. 1 Co 12:6-7

Infelizmente, na maioria das vezes, temos usado as habilidades que Deus nos dá para fins egoístas, para adquirir status, para ser o maior, para explorar quem está em situação de desvantagem....

Certa vez, entre os discípulos de Jesus, surgiu uma discussão sobre qual deles seria o maior. O Mestre respondeu:

"Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores. Mas, vocês não serão assim. Pelo contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa como o que serve”. Lc 22:24-26

Nesse sentido, é que Martin Luther King afirma:

“Todas as pessoas podem ser grandes porque todas podem servir. Não é preciso ter um diploma universitário para servir. Não é preciso fazer concordar o sujeito e o verbo para servir. Basta um coração cheio de graça. Uma alma gerada pelo amor”.

Se não posso ser uma modelo e enfeitar as ruas da cidade com carisma e beleza, posso escrever, anunciando ao mundo mensagens vindas do coração de Deus. E você pode servir o seu vizinho com suas próprias habilidades...

Não deixe para depois, afinal "Hoje é sempre o dia certo, de fazer as coisas certas, de maneira certa. Amanhã será tarde." Martin Luther King.

Que Jesus encontre lugar para nascer em nossos corações hoje, amanhã e todos os dias de nossas vidas! Feliz Natal!
...

Graças a Deus por meu cunhado Thiago Bonfim (da Foto Hollywood) que teve paciência comigo e tirou muitas fotos, aumentando a probabilidade de uma dar certo (rsrs). Agradeço também por Gabi Smith, minha concunhada, que além de fazer uma maquiagem linda, deu-me várias dicas de pose diante das câmaras (não podia ter melhor assessora já que ela sempre sai bem). Olha aí a foto dos bastidores...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Ano novo, blog novo

O ano vai acabando e nós vamos encontrando maneiras de nos renovar.

Neste fim de ano minha mudança é dedicada a vocês: caros leitores do blog.

Depois de um pouco mais de três anos e meio neste espaço, agora vamos dar mais um passo. Estamos adquirindo um domínio na internet e, com a ajuda de alguns profissionais, cuidando de cada detalhe para tornar nossa convivência aqui ainda mais agradável.

É o mínimo que posso fazer em retribuição a pessoas como vocês que, dentre tantas casas na internet, escolhem passar por aqui e me fazer uma visita, permanecendo alguns minutos comigo, lendo minhas histórias...

É também (e principalmente) uma forma de agradecer a Deus, que tem me inspirado, amado, sustentado.

Como já sabem, a ideia do blog nasceu depois que recebi uma mensagem de celular enviada por uma amiga que estava aflita: preciso de uma palavra de consolo!

O que eu mesma não sabia era que levando refresco às pessoas eu sairia muito mais compensada.

Ao longo desses anos vocês foram amigos com quem pude compartilhar momentos felizes e tristes. Minha terapia nos dias de luto solitários, vagando por tantos lugares pelo Brasil.

Sempre que me passava pela cabeça parar de escrever aqui, alguém surgia com uma palavra de incentivo, de força.

Um dia desses, uma irmã surgiu com essa: que blog famoso que nada, o blog que sigo é o “Palavras pra Beber”... rsrs

Não digo isso com orgulho, mas com gratidão. Porque só Deus para trazer palavras que realmente valham a pena, que matem a sede e a fome; só vocês para me ajudar a seguir, apesar de minhas ansiedades e limitações.

Não vou estragar a surpresa. Logo, logo, se Deus permitir, mostro tudo pra vocês!

Beijos!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Anjos em casa

Gosto de pensar. Penso sobre os mais variados assuntos, o tempo todo, às vezes chega a cansar.

Pra descansar, claro, penso de novo, mas dessa vez sobre temas mais leves, descontraídos, bobos até.

Em um desses momentos de descontração, fiquei relembrando todas as pessoas que hospedamos aqui em casa ao longo do ano de 2014: 30 ao todo, sem contar as figurinhas repetidas e as visitas rápidas. Ah... também não contei o grupo que chega logo mais à noite.

É um número significativo, mas reconheço que tenho muito a aprender na arte de receber. Gosto de hospedar pessoas, servi-las, presenteá-las, conversar com elas. Isso já é um começo. Por outro lado, sou meio desajeitada nos afazeres do lar e me arrisco pouco na cozinha quando tenho visitas. Sinto-me insegura ao cozinhar. Prefiro encomendar algo de fora e, normalmente, faço só um cuscuzinho com queijo , sanduíches, que sirvo com alguns itens do supermercado ou da padaria... Mas um dia chego lá.

Devo seguir o conselho do livro de Paulo aos Romanos (12:13): pratiquem a hospitalidade. Primeiro em obediência aos preceitos divinos, depois porque a prática é que traz o aperfeiçoamento.

Tem outra coisa. A Bíblia diz (em Hebreus 13.2) para recebermos bem aqueles que vêm à nossas casas pois "alguns que foram hospitaleiros receberam anjos, sem saber".

Não sei quantos anjos já hospedei, sei que quanto mais hóspedes, maior a probabilidade de acolher algum.

Devo fugir dos perigos do individualismo do presente século. O tempo parece cada vez mais apressado e nós cada vez mais sobrecarregados e exigentes.

Normalmente, no fim do dia, estamos esgotados e mais uma vez voltados para nós mesmos. Não é bom que sejamos assim.

A hospitalidade é um exercício que requer dedicação, mas proporciona os momentos mais agradáveis. Permite-nos servir ao próximo com o que temos de mais significativo. Que fique claro que não estou me restringindo a coisas materiais.

Aqui em casa, gostamos de sentar ao redor do piano, tomando um cappuccino, ouvindo e entoando belas canções com nossos convidados.

Lívio não é músico profissional, muito menos eu cantora, mas nos enche de entusiasmo cantar com quem nos visita. É uma maneira simples de dizer que estamos alegres e adorar a Deus, que nos proporciona momentos especiais.

Em cada casa, há algo especial a compartilhar.

Hoje pela manhã mais um de nossos hóspedes foi embora. Assim como os demais que por aqui passaram, sua marca única ficará em cada canto - sobre o que conversamos, qual foi seu canto preferido, se gosta de fruta, se prefere sanduíche...

Porque, no fim das contas, ao receber alguém, a gente ganha mais do que entrega.

Imagine se forem anjos...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Em tempo

O fim chegou. Parece triste pensar assim.

Na verdade, o fim é o anúncio de um tempo novo que está por vir. Dezembro é prenúncio de mais um janeiro, um ano novo com metas e projetos remoçados.

Quem se concentra no fim (pelo fim) vai fazer uma retrospectiva do que passou e pensar no que poderia ter feito e não fez, na escolha que poderia ter tomado e não tomou, em como poderia ter sido feliz e não foi...

Esses pensamentos invariavelmente o levarão a imaginar sobre o que aconteceria se tivesse agido de forma diferente. E se eu tivesse feito aquele concurso, comprado aquele carro, morado em outro lugar, feito o tratamento com outro médico, ou me dedicado a outra profissão, ou casado com outro homem...

Acho uma covardia com o presente perder tempo com esse tipo de conjecturas, afinal não há como a realidade competir com a imaginação ou o idealismo...

Se não tomarmos cuidado cairemos com facilidade nesse tipo de devaneio, especialmente naqueles momentos à toa.

Hoje, no trabalho, alguém chegou comentando sobre as pressões da sociedade, sempre querendo apressar o ritmo das coisas. Já passou na OAB? Então você passa na OAB e a pergunta muda: Não vai fazer concurso? Quando passa no concurso, querem saber de seus planos de ascensão na carreira, de sua vida sentimental, se já casou, por que não tem filhos... O primeiro filho nasce, você está “de resguardo” quando começam a perguntar pelos próximos rebentos...

Talvez esse ritmo acelerado nos pressione a correr contra o tempo e a nos afligir sempre que dedicamos tempo a alguma coisa e não a vemos prosperar.

É isso. Mais do que pelo suor gasto, nos angustiamos pelo tempo perdido.

Talvez seja isso que nos faça temer o fim.

Lembro-me de uma colega de faculdade que ia se agoniando à medida que se aproximava de nossa formatura. Não se achava preparada para enfrentar o fim do tempo universitário e os desafios do tempo profissional que se iniciaria.

O fim do ano chegou, mas não vamos ficar remoendo o que não deu tão certo. Bolas fora acontecem até que uma caia dentro.

Também não temeremos os desafios que virão.

Refletir sobre o passado, arrepender-se do erro e tomar uma nova direção é importante, libertador e até necessário se quisermos desfrutar de um lugar na eternidade com Deus.

O que não dá é pra se trancar no passado e tornar escravo de um sonho frustrado, de uma opção preterida, de uma história que nem começou, ou começou, mas foi abortada.

Deus está nos dando hoje oportunidade de seguir e acertar.

Não é o fim, mas o começo. Ele tem cuidado de nós!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O poder da mulher que ora

Amanhã (dia 21.11) começa o Encontro Anual de Mulheres da Igreja de Deus Missionária, em Teresina. O tema este ano faz referência ao best seller de Stormie Omartian: O poder da mulher que ora.

Pensando a respeito, destaco um dos inúmeros benefícios da prática da oração: o combate à ansiedade.

Acredito que normalmente nós, mulheres, sofremos mais desse mal, afinal temos a tendência de organizar tudo (da alimentação e limpeza da casa às contas a pagar) e nos apoderamos de problemas que, a princípio, nem eram nossos, mas daqueles que nos cercam.

Sem contar que pensamos em tudo ao mesmo tempo. Nossa mente é um turbilhão de pensamentos e emoções.

Minha irmã e cunhada conversavam esses dias sobre o papel proeminente da mãe no lar. Sem desprezar a relevância paterna, elas diziam que muitas vezes só as mães conseguem resolver as questões que surgem entre as crianças no dia a dia. Quando vem o choro, normalmente os pequenos só se contentam depois que a super mulher atende ao grito: MAMÃE!

Às vezes parece difícil ser mulher, especialmente na atualidade quando assumimos muitos papéis e somos bombardeadas por tantas informações e cobranças.

Hoje, por exemplo, eu e Lívio fizemos uma viagem. Antes de pegar estrada, entre uma coisa e outra, fiz uma listinha das últimas providências a tomar: lavar as louças sob a pia, tirar a roupa do varal, colocar os sacos de lixo em frente a casa, não esquecer a pasta com os documentos, passar na farmácia, calibrar os pneus... E por aí vai... Ah... Ainda tinha o texto do blog para postar...

É tanta coisa que, às vezes, parece que vamos surtar.

O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, ensina:

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus”. Fp 4:6-7

Que versículo precioso! Quando nos achegamos a Deus com o coração agradecido e apresentamos diante dEle nossas questões, reconhecendo que somos frágeis e incapazes de resolver tudo sozinhas, Ele nos contempla com uma paz inexplicável, guardando nossas emoções e também nossa sanidade mental em Cristo Jesus. Aleluia!

Precisamos dessa paz. É questão até de sobrevivência em tempos tão difíceis. Mas só desfrutaremos disso se dedicarmos parte de nosso tempo a um momento a sós com Deus.

E como disse, esse é apenas um dos benefícios.

A esse respeito, Stormie Omartian declara que:

“Deus tem muita coisa para falar a nosso coração. Contudo, se você não se distanciar da agitação de seu dia e passar um tempo sozinha com ele em quietude e solitude, você não vai ouvi-lo. O próprio Jesus passou um bom tempo sozinho com Deus [...] Quanto esse tempo deve ser ainda mais importante para nós?”

Nos próximos dias, no Encontro de Mulheres, esperamos nos aprofundar no assunto. Deus abençoe toda a coordenação e os participantes! Amém.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Labirinto

Somos uma geração que se diz livre para pensar, agir e viver do seu próprio modo, sem ter que dar satisfações a ninguém.

Construímos deuses segundo os próprios interesses, esperando que eles atestem essa liberdade e independência.

Alguns pegam emprestadas crenças de diferentes credos (com princípios fundamentalmente antagônicos) e saem pinçando pontos que não confrontam com suas conveniências pessoais.

Esquecem-se da máxima:

"Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro”. Mateus 6:23-24

Outros colocam pessoas no lugar exclusivo de Deus, quando entregam a elas o sentido de suas existências e confessam, ainda que por atitudes, que sem elas não podem viver.

Alguém poderá eleger coisas, animais para esse lugar. Ou mesmos fatos passados ou expectativas como o centro de tudo.

Uns e outros, mais cedo ou mais tarde, descobrem-se escravos de muitos senhores, de si mesmos, das próprias ambições, do passado ou futuro...

Hoje o que mais se escuta é: siga seu coração. Mas as Escrituras nos alertam para o fato de que nosso coração é enganoso.
Penso que quando nos entregamos às paixões ou seguimos os impulsos, sem qualquer ponderação ou freio, assumimos um risco semelhante ao do que corre na escuridão em uma terra cercada por abismos.

Muitos estão perdidos e continuam se enganando com teorias que não dão em nada.

Quando eu era criança e entrava em um labirinto ficava logo agoniada quando percebia que estava andando, andando sem sair do lugar. O alívio era grande quando alguém maior que eu aparecia do lado de fora e me apontava o caminho.

Eu era pequena para muros tão grandes.

Podemos sonhar e conquistar muita coisa com nosso esforço, mas isso de nada adiantará se não tivermos um salvador e um Senhor, guiando nossas decisões e conduzindo nossos passos.

Quanto mais expectativas lançamos sobre nós mesmos, mais frustrados e insatisfeitos nos tornamos.
Somos pequenos para um mundo tão grande.

Jesus diz: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”.João 14:6

Sem esse Guia ficaremos perdidos em nosso próprio labirinto.

Pastor Lars gosta de contar a seguinte ilustração... Uma pessoa está se afogando em um rio quando alguém vem e a salva. Diante do que lhe salvou, a afogada poderia agradecer pelo salvamento, ir embora e nunca mais encontrá-lo. Porém, poderia agir de forma diferente, reconhecendo-o não só como seu salvador, mas dedicando-lhe a vida, abraçando-o como seu senhor, em profunda gratidão.

Nós também fomos salvos da morte quando Jesus assumiu nosso lugar. O que faremos diante dEle?

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Enquanto isso na área de serviço...

No início da semana passada chegamos a nossa casa, depois de alguns dias em Teresina.

Ao abrir a porta dos fundos, qual não foi minha surpresa quando me deparei com um corpinho pequeno e com rabo que escondia a cabeça debaixo da máquina de lavar.

Um rato! – foi meu espanto inicial.

Fechei a porta rapidamente.

Assim que me recuperei do susto, raciocinei que não poderia ser um rato o dono daquele rabinho tão peludo.

Uma gata de rua aproveitara os dias em que estávamos fora para fazer seu ninho na nossa área de serviço. Ali mesmo deu à luz a quatro filhotes.

Não vou mentir: felinos não estão entre os animais de minha predileção. Além do que meu espaço é pequeno, moro em um condomínio e minha médica tinha dito para eu andar longe de gatos pelos próximos meses.

Então, o que fazer com esse gato?! – perguntei finalmente para o Lívio.

E ele pensou que eu estava lhe paquerando... rsrs

Foi o início de minha novela.

Eu receberia visitas por aqueles dias, precisava deixar as roupas de cama e toalhas limpas, mas minha lavanderia estava interditada, enquanto funcionava como maternidade.

Sem contar que não podia deixar a porta aberta que a gata mãe queria entrar na casa.

Apesar do contratempo, eu não poderia me livrar deles de qualquer jeito. Devo confessar também que fiquei tocada ao observá-la com seus filhotes, tentando protegê-los e nos encarando com aquele olhar pidão.

Como a natureza ensina e encanta!

Ela quase me deixou apaixonada... Mas, por favor, não enviem gatos para a nossa residência... rsrs

Pensei em como Deus faz cada ser vivo de forma perfeita e única e acabei chegando à reflexão de como a vida tem sido banalizada (tudo bem, confesso que às vezes minhas divagações vão longe rsrsr)...

Mas, falando sério, fico triste ao ver os movimentos pró-aborto ganhando força. A mulher é um ser humano e como tal deve ver respeitados seus direitos, contudo dispor da existência de outro ser especialmente planejado pelo Criador não está entre suas prerrogativas.

Se um gatinho tem o seu valor, imagine alguém que foi concebido para ter a imagem e a semelhança de Deus. Alguém que fará diferença no mundo...

Voltando aos ‘meus’ gatos... Seguindo o conselho de minha amiga Vivi, encontramos uma ONG aqui em Parnaíba que se dispôs a pegar os bichinhos e a cuidar deles de forma adequada.

Hoje, quase uma semana depois, recebi notícias da gata: ela está bem.

Eu, por minha vez, posso usar a máquina de lavar. Ainda tem muita roupa acumulada.

A experiência toda me deixou feliz porque descobri pessoas que se preocupam com gatas ‘borralheiras’ e, no fim das contas, com a vida.

Deus nos dê um coração bondoso! Que preservar a vida dos animais e, principalmente, dos humanos seja missão entre nós!

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Presente para uma criança (adulta) - Parte II

Sabe o presente que pedi para Papai do céu no Dia das Crianças?! Pois é, chegou! E não poderia ter vindo mais completo, nem em tempo tão oportuno.

Confesso a vocês que a ansiedade era grande. E se o presente não vier da forma esperada? Se nosso desmerecimento for levado em conta? Se, se...

Mas Papai nos trouxe palavras de fé e ânimo, através das Escrituras, dos sonhos e de irmãos queridos.

Uma delas veio forte esses dias. É o texto de Isaías 12:4-6:

“Naquele dia vocês dirão: "Louvem ao Senhor, invoquem o seu nome; anunciem entre as nações os seus feitos, e façam-nas saber que o seu nome é exaltado.Cantem louvores ao Senhor, pois ele tem feito coisas gloriosas, sejam elas conhecidas em todo o mundo. Gritem bem alto e cantem de alegria, habitantes de Sião, pois grande é o Santo de Israel no meio de vocês".

Aleluia!

No último dia 12, Lívio fez a terceira prova do concurso da PGE-PI. Semana passada saiu o resultado: ele passou!

Uma seleção dura, com etapas dificílimas e, finalmente, um suspiro de vitória.

Desde fevereiro deste ano, ele estava debruçado sobre os livros, estudando com afinco. Foi um tempo que exigiu muito de sua perseverança e dedicação e ele teve que abdicar de momentos em família, dos jogos da copa do mundo, da praia no fim de semana, das férias, da viagem romântica...

Apesar de todo esforço, sabíamos que “[...]o cavalo se prepara para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória”. Pv 21:31

E foi assim que o triunfo chegou: vindo diretamente das mãos de nosso Senhor.

Estamos muito felizes. Quando Lívio me abraçou e disse ao meu ouvido “passei” foi impossível não chorar de alegria, assim como foi impossível não nos ajoelharmos diante de nosso Deus e lhe render todo louvor e gratidão.

Compartilhamos aqui essa conquista, pois sabemos que muitos de vocês se uniram a nós em oração por essa causa e “para que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isso, e o Santo de Israel o criou”. Is 41:20

Agradecemos a Deus pela vida de cada um. Vocês são especiais!

A próxima fase (de títulos) é apenas classificatória.

Estamos como quem sonha, crendo que Deus completará a obra que já começou.

Que essa mensagem de vitória possa inspirá-los neste início de semana!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Carta de gratidão

Quando eu era adolescente recebia muitas cartinhas das crianças da igreja, meus alunos da Escola Bíblica e da UCICEA.

Ainda hoje guardo em uma lata grande as mensagens mais lindas do mundo, enfeitadas com desenhos coloridos, corações e mais corações.

Cada uma me tocava de forma especial, pois eu sentia a sinceridade ali contida.

Ontem também fiquei emocionada com as inúmeras demonstrações de carinho que recebi ao longo do dia.

Logo pela manhã fui surpreendida com uma festinha surpresa pelos queridos colegas de trabalho.

Mais tarde, em Teresina, meus familiares me receberam com um lanche delicioso.

Sem contar as lindas mensagens que me enviaram ao logo do dia (por celular, cartões, redes sociais, ao vivo). Bebi todas com prazer.

Em Provérbios 16:24 encontramos que:

“As palavras agradáveis são como um favo de mel, são doces para a alma e trazem cura para os ossos”.

Verdade pura e incontestável. Nos momentos em que me sentir frágil e sem valor, cada um dessas mensagens recebidas ressoará no mais profundo do meu ser, trazendo vida e saúde aos cantos desanimados de minha alma.

Gostaria de escrever algo especial para cada um de vocês. Mas, como péssima escritora de bilhetes que sou, preferi escrever esta carta de gratidão a todos.

Deus os abençoe e lhes dê sempre palavras pra beber. O mundo precisa disso. Eu também.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ah, o amor!

Semana passada, postei o texto abaixo por um descuido no botão “publicar”. Depois “mais sem querer” ainda excluí-o, tendo que reformulá-lo quase todo, utilizando-me de partes esparsas que restaram no pc.

Por fim, Lívio me disse que tinha o texto original salvo em seu computador. Ufa!

Agora segue uma espécie de colcha de retalhos, como tantas vezes o amor pode parecer.
...

Estou lendo “Os Irmãos Karamázov”, do escritor russo Dostoiévski. Fiquei reflexiva ao me deparar com uma interessante distinção entre o amor contemplativo e o ativo:

“[...] O amor contemplativo anseia por uma proeza imediata, que possa ser rapidamente realizada e que todos vejam. E nisso chega efetivamente a ponto de sacrificar a vida, contanto que a coisa não demore muito e se realize bem depressa, como que no palco, para que todos a vejam e elogiem. Já o amor ativo é trabalho e autodomínio e, para quem o pratica, é talvez toda uma ciência. Contudo, predigo que no instante mesmo em que a senhora constatar horrorizada que, apesar de todos os seus esforços, não só não se aproximou da meta, mas até como que se afastou dela - nesse mesmo instante, predigo-lhe, a senhora atingirá de repente a meta e perceberá claramente pairando sobre si a força miraculosa do Senhor, que sempre a amou e sempre a guiou misteriosamente.” (2012, p.93)

Inevitável não pensar no esfriamento do sentimento por toda a parte, no palco em que se tornaram as redes sociais, em que é comum o amor contemplativo, mas o amor ativo raro.

Por aqui, cada um defende sua bandeira, com seu discurso de ódio, como que respaldados pelo amor. Eu espero por um amor real e que exista independente de estar registrado na Rede.

Quero encostar-me à janela e ouvir seu assovio, seguido de uma serenata e sussurros indecifráveis.

Encontrá-lo ali: simples e sorrateiro, sem anunciar aonde vai, nem a que veio.

Declarar-se virtualmente, ainda que com palavras irretocáveis, por si só não evidencia amor algum. Afinal, de que adianta uma declaração assim se em casa reinam os insultos e a indiferença?

A mãe até pode postar coisas bonitas na internet, mas são as horas escondidas em que passa velando a criança, orando por ela, cuidando de suas necessidades, a demonstração de amor efetivo.

O amigo mais chegado não é aquele que curte suas fotos e faz os mais inspirados comentários, mas aquele que aparece nas horas de horror e se alegra sinceramente por suas vitórias.

Nada contra declarações virtuais, pelo contrário. Só penso que as ideias e frases bonitas que espalhamos não têm efeito se dissociadas do que fazemos de verdade.

Tenho medo de discursos vazios, mais até do que silêncios inoportunos. Temo a leviandade com que se encaram os sentimentos, quando se chama de “amor” qualquer topada no escuro. Troca-se o sentimento por uma sensação e logo a sensação passa a ser vista como o próprio sentimento. Muda-se a essência para se crer em uma mentira. É aí que está o maior perigo.

Em tempos confusos, os frutos revelam a verdade. O amor contemplativo pode produzir canções e poemas belíssimos, mas o amor ativo gera obras inapagáveis. É bem verdade que também dá trabalho. A gente transpira, chora, cansa... Apesar de tudo, sempre vale à pena.

O amor ativo não busca prêmios, mas alcança as maiores realizações. Na verdade, “o amor não se orgulha”, “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Deus nos ajude a viver um amor ativo, daquele que nos aponta para o Amor maior.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O valor que você tem

"Quero que valorize" é uma música de Armando Filho que tocou (e ainda toca) bastante nas igrejas por todo o Brasil. Sua letra veio falar (e ainda fala) sobre "o valor que você tem".

Com frequência, pensamos que somos menores ou maiores do que somos de verdade, mas Deus, o nosso Criador, quer revelar nossa verdadeira essência, libertando-nos dos complexos de inferioridade e de superioridade.

É nEle que encontramos a moderação.

"Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um". Rm 12.3

Quando olho para meus sobrinhos (a primogênita com 6 anos; os mais novos com 6 e 8 meses), já consigo identificar personalidades e gostos diferentes, apesar da tenra idade.

O que revela que cada um foi criado de forma especial e com um propósito. Não somos obra do acaso, somos resultado de um trabalho artesanal e original de Deus. Por isso não há razão para comparações indiscriminadas.

O povo de Israel reconheceu:

“Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos.” Is 64. 8

Quando nos vemos como barro nas mãos do Oleiro, entendemos que, por nós mesmos, não nos manteremos de pé, o que nos faz humildes.

Quando nos vemos como obras das mãos de um Deus Todo-Poderoso e “Todo- Criativo”, entendemos que somos especiais e não qualquer coisa barata.

Uma de minhas primas mais novas, quando tinha seus cinco anos, foi a uma papelaria conosco.

Ela queria levar mais objetos do que o que seu dinheiro permitia. Então Lívio lhe perguntou:

- Você só tem R$ 5,00. Como espera levar todas essas coisas?!

- Eu ´se´ vendo – ela disse espontânea.

Rsrs

É claro que ela falou coberta pelo manto da inocência infantil, o que nos levou a rir bastante.

Mas muitos ainda adultos vendem suas almas por qualquer trocado. Não tem noção de seu real valor, comprados por precioso sangue.

O Inimigo de nossas almas vem para roubar, matar e destruir. Ele sempre nos motivará a sermos orgulhosos, pois sabe que “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda”.Pv 16:18

Da mesma forma, se nos virmos insignificantes e sem esperança nos esqueceremos do Deus que nos criou e dos propósitos que estabeleceu para nós, o que nos afastará dele e nos levará a sucumbir.

Na verdade, quem nos criou sabe de nosso potencial e de nossas fraquezas. Que Ele nos ajude nesse processo de descoberta sobre nós mesmos!

"Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.” Jeremias 29:11


Por isso levante e cante
exalte ao Senhor
Você tem valor

domingo, 12 de outubro de 2014

Presente para uma criança (adulta)

Hoje acontece mais uma etapa de um grande desafio... E eu com aquela expectativa de criança pelo presente do Papai do Céu.

Tentei me comportar direitinho, como a criançada tenta na véspera do dia das crianças, mas, também como elas, muitas vezes acabei “metendo os pés pelas mãos”, “enfiando o pé na jaca”, “teimosa como uma mula”.

O que me consola é que nosso Pai sabe dar boas dádivas aos filhos. A mesma Graça que se manifestou de forma extravagante na cruz desponta dia-a-dia, ainda que não percebamos.

Essa mesma graça é que nos faz receber presentes preciosos mesmo sem merecer, foi essa graça que nos salvou e nos salva perfeitamente.

“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;
não por obras, para que ninguém se glorie” Ef 2:8-9


Se pensarmos bem, não temos do que nos gloriar. Tudo o que apresentamos e somos vem do alto. E se há alguma coisa fora do lugar (sempre tem) isso sim é mérito nosso, fruto de nossa natureza corrompida.

Por isso chego diante do Pai como uma criancinha desconfiada, que sabe que já recebeu coisas demais e fez coisas de menos para merecer, mas que ainda tem sonhos que compreende que só Ele, um Pai amoroso, pode realizar.

O que me consola é saber que Ele tem pensamentos de paz a nosso respeito e sua misericórdia se renova a cada manhã.

Quem acompanha o blog, sabe de nossas mudanças desde o casamento, há três anos. Quem nos conhece intimamente, sabe das decorrências de tantas viagens e desse tempo de intenso aprendizado.

Hoje estamos mais perto de casa, aos poucos vamos fincando a barraca e logo (creio) descansaremos em nosso lar.

Agradecemos por tudo que Deus tem feito em nossas vidas e hoje peço mais esse presente.

Peço porque sei que o esforço e a dedicação são partes importantes do processo, mas só quem pode dar a vitória é o Senhor.

Ontem fui a uma loja de brinquedos e vi pais aglomerados em imensas filas, tudo para garantir o presente de suas crianças e lhes proporcionar momentos de alegria.

Hoje me lembro das palavras de Jesus, no texto de Mateus 7.8-11.

“Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta.
"Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?
Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra?
Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!”

Olhamos para a conquista e ficamos como quem sonha.

Sei que é do nosso Pai a melhor resposta, mas como crianças que somos, não custa pedir.

Que seja feita a vontade dEle!

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Eu cuido de você

Quando me sinto desamparada ou desencorajada, Ele vem pra me dizer: eu cuido de você.

Seus cuidados se revelam das mais diferentes formas, nos simples eventos cotidianos.

Hoje me esqueci de levar lanche para o trabalho. Como sou acostumada a comer em pequenos intervalos, fiquei pensando na fome que sentiria até a hora do almoço.

No meio da manhã recebi uma mensagem: Larinha, bom dia! Tem salgadinho pra você.

Salgadinhos deliciosos, diga-se de passagem. Comi-os com prazer.

Depois alguém veio até minha mesa e deixou um suco de goiaba nota dez.

Senti o cuidado de Deus nos mínimos detalhes. Se Ele cuida de nós nas pequenas coisas, imagine nas situações de perigo, nas provas mais difíceis.

Ele ouve nossa voz e a conhece. Não nos trata com indiferença. Sabe de tudo o que precisamos e nos supre abundantemente.

Essa de hoje foi só mais uma demonstração de sua misericórdia renovada.

Obrigada, Senhor!

“Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos;
com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra.
Você pisará o leão e a cobra; pisoteará o leão forte e a serpente.
Porque ele me ama, eu o resgatarei; eu o protegerei, pois conhece o meu nome.
Ele clamará a mim, e eu lhe darei resposta, e na adversidade estarei com ele; vou livrá-lo e cobri-lo de honra”. Salmos 91:11-16

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Meu voto é para...

Dia 05 de outubro está chegando e eu aqui envolvida em um processo difícil: escolher os candidatos em quem votar.
Anotei uma lista de nomes de políticos para pesquisar.

Não vou nem dizer quais categorias ainda estou em dúvida, senão vão chover santinhos (que de santos não tem nada) nas minhas redes sociais.

Eles aparecem nesta época do ano cheios de boas intenções (você sabe bem onde está cheio de bem intencionados), querem forçar a amizade, distribuindo sorrisos, abraços, beijinhos e fazem até coraçõezinhos com as mãos. Estão em todos os lugares e parecem entender de nossas necessidades.

Em um primeiro momento, quero até simpatizar com esses tais, mas logo me lembro de que eles não são tão íntimos assim... Aliás, onde eles estavam
todas as vezes em que precisei de saúde, lazer, educação? Quais as lutas que eles empreenderam por mim? O que eles pensam, fazem, são?
Só os encontro nas páginas de política, coluna social (e policial), normalmente envolvidos em causas próprias, em detrimento da sociedade.

Muitos deles conheço de nome, de rosto, mas não sei nada além das aparências, suas propostas são sempre iguais, parecem sem pretensão de se tornar reais.

Minha maior dificuldade é essa: distinguir figuras verdadeiras das falsas; escolher entre tantos estranhos os que realmente se importam com o público, com o desenvolvimento do Estado e do País.

Lembro-me que quando ainda fazia parte dos quadros da OAB, sempre que havia eleições para a diretoria, eu era tratada como rainha na entrada do local de votação.

Era “Dra” pra cá, “Dra” pra lá, mega assediada pelos cabos eleitorais. Quando retornávamos da cabine de votos, ninguém surgia nem com um “bom dia”, “boa tarde”, faltávamos ser pisoteados.

Em poucos minutos passávamos de cinderela para gata borralheira. O encanto havia cessado.

Nesta época do ano, não reconheço os políticos, tampouco meu país. Os candidatos da situação pintam um lugar tão perfeito que se eu vivesse na lua certamente celebraria todos eles.

Uma verdadeira esquizofrenia eleitoral.

Apesar de tudo, não vou votar em branco, nem anulo voto. Temos o direito ao sufrágio e o dever, enquanto cidadãos, de votar conscientemente.
Não perco a esperança. Minha esperança, porém, não está nos homens e mulheres que almejam governar nossa nação, mas no Deus que governa todas as coisas!

Que Ele nos ajude!

sábado, 13 de setembro de 2014

Menina Carol


Lembro-me de quando ela era apenas um bebê. De como gostava de dormir ao som de suas bonecas musicais.

Minha prima fora muito aguardada, afinal era a primeira do lado materno. Talvez, por isso, eu e Natasha festejamos tanto a sua chegada e, a partir de então, passávamos boa parte de nossas férias brincando com ela.

Lembro-me das histórias sem fim que eu inventava para fazê-la dormir (ela e o Pedro) e de como ficavam arregalando os olhos para não perder nem um pedacinho da narrativa.

A diferença de cinco anos de idade fez com que eu a encarasse como uma espécie de irmã mais nova a quem eu deveria dedicar cuidado e atenção.

O tempo passou, as distâncias nos separaram, e não posso mais acalentá-la da mesma forma, mas o carinho é o mesmo.

Lembro-me de suas lágrimas na primeira viagem que ela fez sem sua mãe. Ela era tão pequena, mas aguentou firme e Teresina passou a ser seu destino de férias.

Mais tarde, finalmente, veio morar conosco por um tempo e como eu fiquei feliz com sua presença diária.

Hoje ela casou. Fiquei feliz em vê-la dar esse passo com segurança, no tempo certo, sem atropelos. Por ter escolhido casar com alguém igualmente comprometido com Deus. Por estar dando início a mais uma etapa cheia de sonhos, como fiz um dia.

Lembro-me que quando ela era criança, sua mãe lhe disse:

- Vamos combinar uma coisa: você só vai namorar com a idade que a Lara começar, ok?!

Ela parecia adivinhar que eu começaria com a idade bem avançada para os padrões: quase dezenove. rsrsrs
E olha eles aí. Juntos, seguindo para uma vida inteira a dois.

Carolzinha (você já é mulher, mas, para nós, será sempre “Carolzinha”) e Esdras, que Deus abençoe essa união! Que dê frutos que glorifiquem ao Criador! Amamos vocês!


*Júnior Reis Fotografia

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Fora do padrão?!

Petit parecia um cachorrinho de madame, quando papai o comprou para presentear mamãe. Eu e meus irmãos éramos crianças quando ele chegou dentro de uma caixa, apenas um filhote.

Ficamos impressionados e mortos de empolgados com aquela linda e pequena bola de pelos branquinhos. - Parece um carneirinho- concluímos.

Com pouco tempo, Petit revelou que andava longe de ser bibelô de madame. Parecia mais um vira-lata, daqueles beeem pé sujo. Não existia no mundo quem adorasse mais a rua do que ele. Bastava uma brecha no portão para ele fugir. Aparecia depois de muitos dias, depois de grandes aventuras.

Não tinha quem conseguisse mantê-lo limpo. Ele era insubordinado, inteligente, temperamental e metido. Brigava com os grandes, o que fez com que perdesse um olho e ficasse algumas vezes entre a vida e a morte.

Por conta de seu comportamento inadequado, papai acabou enviando o cachorro para um primo que morava no Maranhão.

Mas Petit era um ser incorrigível, continuava aprontando na rua e povoando nossos corações. Por isso, anos mais tarde trouxemos o bichinho de volta para casa.

Pelo seu porte pequeno e sua carinha meiga, esperávamos que ele fosse um cão caseiro e passivo, que passasse o dia desfilando pela casa, exibindo seu lindo pelo branquinho, mas não. A maior parte do tempo seu pelo ficava recortado por conta das sujeiras que colavam nele em suas caminhadas pelo mundo. Ele encerrou a vida velhinho, feinho, bem diferente do filhote irresistível que conhecemos; nem por isso deixou de ocupar nossas lembranças mais agradáveis. Seu valor era maior.

Hoje descobri que na verdade o pequinês, raça a qual Petit pertencia, apesar de meiguinho, tem a personalidade caracterizada pela altivez e independência, tal qual ele era... Por isso, na China, há uma lenda associando-o aos leões.

Muitas vezes nós queremos encaixar coisas, animais e pessoas em um padrão.

Limitamos nossas crianças e jovens a um tipo, desconsiderando seus dons e particularidades.

Crescemos e continuamos nessa guerra entre o que somos e o que querem fazer de nós. É a razão de tantos sentirem-se deslocados de seu ambiente ideal e confusos, sempre confusos.

Para não sair do conforto, acabamos seguindo a correnteza e vivendo um conflito de identidade, afinal nossos pais não nos criaram para sermos quem somos, mas para sermos bem-sucedidos, aplaudidos, amados.

Nesse sentido é que Brooke Fraser canta (na belíssima CS Lewis Song):

“Existe uma alma que se move em mim
Ela está se libertando, querendo se tornar viva?
Porque o meu conforto prefere ficar dormente
E evitar o vindouro nascimento de quem nasci para me tornar [...]”

Uma coisa é certa: nascemos para glorificar o Criador, que nos criou em sua multiforme sabedoria.

Ser quem somos não significa seguir o nosso enganoso coração, mas viver aquele chamado que recebemos junto com o nosso DNA. E isso muitas vezes demanda uma longa jornada.

Deus nos ajude!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Inspiração do dia

Próximo mês faço 29. O que serei daqui a dez anos? Terei filhos, casa? Onde estarei? Quantas mudanças terei experimentado? Estarei viva? E meus sonhos?

A menina que vivia no mundo da lua, em uma espécie de “fantástico mundo de Bob”, cada dia perde um pouco dessa fantasia, torna-se uma espécie de adulto responsável.

Ser empenhada vale à pena, é até necessário. Amadurecer é tão lindo como o surgimento das primeiras flores. Só não podemos esquecer que novas flores precisam brotar se quisermos frutos novos.

Do contrário, o tempo passa e leva com ele cada resquício de vida. Um sonho que vai, um vazio que fica e, de repente, nem somos nós mesmos.

Fica a pele sem o "felling". Um reflexo no espelho. Quem está ali, afinal?

Hoje faço essa oração:

Deus, dá-me flores coloridas para as manhãs sem graça
E um pouco de riso nas tezes sisudas

Dá-me dias diferentes
Chuvas, nascentes
Frutas e folhas viçosas no quintal

Dá-me um barco à vela
E um vento para levá-lo
Para perto da mais paradisíaca paisagem
Do mais belo encontro
E gente, gente, gente
De todas as cores e formas

Dá-me poesia
Pensamentos simples e verdadeiros
Alma infantil, percepção madura
E sementes

Ata alegria em meus membros
E que a esperança seja sempre minha visão

Ao redor, dentro e fora
Amor
Provando dos mesmos sabores, cheiros, texturas, sons e visões...

Não quero me acomodar

domingo, 31 de agosto de 2014

Sobre a vaca e o voto

Chegávamos do trabalho quando nos deparamos com uma cena inusitada: uma vaca (animal mesmo) escarafunchava o nosso lixo.

Seguimos com o carro em sua direção e buzinamos na esperança de contê-la, mas ela continuou firme em seu propósito de abrir o saco e se esbaldar com tantos detritos.

O que para nós era desprezível, para ela era desejável.

Restos de comida, embalagens, itens fora da validade, poeira. "O que essa vaca tem na cabeça pra se interessar por tanta porcaria?!"

Como não conseguimos afastá-la, entramos em casa, fechamos o portão e ela ficou à vontade, fazendo a festa.

"Por que o carro de lixo passa apenas três vezes por semana?"

Eu, a racional da história, tentei seguir a rotina, indiferente à bagunça do animal, mas vez por outra a criatura e a obra-prima que ela certamente fizera em frente a casa apareciam em minha mente.

“Ah... Nem tenho culpa. Amanhã o caminhão de lixo passa e diminui a confusão”.

Fiquei com esses pensamentos evasivos até me conscientizar de vez: “O lixo da minha casa é minha responsabilidade.”

Essa relação público/privado é sempre complicada.

Saí de vassoura e pá em mãos para arrumar a bagunça da vaca (pra não dizer minha).

Eu já estava preparada para o pior: pedaços do lixo espalhados por toda a rua... Qual não foi minha surpresa (e alívio) quando Lívio gritou: ela não conseguiu abrir o saco!

Ufa!

Recolocamos o saco no depósito do lixo e fim. Tudo voltou à ordem.
...

Essa semana alguém me contou que uma amiga pediu que ela votasse no deputado Fulano de Tal, pois se Fulano de Tal ganhasse, ela poderia procurá-lo em seu gabinete e ele concederia o que ela precisasse.

Uma promessa dessas anima qualquer um em um primeiro momento. Mas vantagens pessoais põem em cheque benefícios em prol de toda a comunidade. Os serviços devem contemplar a sociedade indistintamente, não são (ao menos não deveriam ser) moedas de troca para adquirir votos. Quem faz propostas assim em busca de eleitores já revela que, ao menos, uma coisa lhe falta: ética.

De que adianta ganhar um milheiro de tijolos para sua casa e sofrer com falta de saneamento básico, iluminação pública, empregos, escolas, segurança?!

Voltando a minha história...

De que adianta ter a casa limpa e a rua repleta de sujeira?

Por que sempre temos que colocar a culpa na primeira vaca da esquina? Por que queremos nos livrar de nossas próprias responsabilidades? Por que primamos tanto por nosso conforto mesmo que em detrimento de toda a comunidade?

Corrupção gera corrupção. Egoísmo gera uma nação miserável.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Terra firme

Não tínhamos um mês de namoro, quando Lívio assistiu a uma cena, não fosse cômica, trágica.

Ele esperava em frente ao prédio de meus pais e me observava enquanto eu descia a escadaria. De repente, a namorada que atravessava, elegante e rapidamente, cada degrau, tornou-se algo parecido com um saco de batatas rolando.

É, eu caí feio. Logo estava de quatro diante da pessoa que eu mais temia decepcionar naquele momento.

Se por um lado foi ruim sofrer as dores da queda e o dano na imagem até então preservada; por outro tivemos a oportunidade de bem cedo vivermos uma cena real. Sem enfeites ou máscaras, eu estava ali estatelada no chão.

Se algo estava sob controle, ali saiu completamente. Ele pode me ver como sou, bem diferente daquela garota jeitosa, que minutos atrás iniciara a descida da escada como uma pluma, sem olhar os degraus.

Muita gente prefere andar a vida toda como pluma a ser quem realmente é. Relacionamentos são construídos com base em mentiras e seguem sem consistência sobre estruturas ocas. Mas o vazio aparece. Muitas vezes tarde demais. A estrutura cede e não há mais tempo para se salvar.

É claro que por um bom tempo não vi nada bom daquele episódio sinistro. Eu só pensava no grande mico e nas minhas dores. Hoje colho as lições.

A primeira: olhar bem por onde pisa e, antes de seguir, atentar para o conselho do apóstolo Paulo:

"Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!”1 Coríntios 10:12

Segundo: devemos construir a vida e os relacionamentos sobre terrenos sólidos, seguros. Por mais que a exposição de alguns assuntos delicados sobre nós ou nossa família possa trazer sofrimentos ou constrangimentos em um primeiro momento, a verdade é sempre a melhor opção.

A vida real deve ser encarada. Não vivemos no mundo cinematográfico. Sentimos dor de barriga e, na maioria das vezes, não temos o cheiro daquele maravilhoso perfume francês.

O desafio não é parecer perfeita para conquistar quem amamos, mas ser amada pelo que somos, ainda que estejamos bem distantes de qualquer modelo ideal.

Deus nos ajude!

domingo, 17 de agosto de 2014

Sobre meus irmãos

Hoje, meu irmão mais velho, Andrey, faz 30 anos.

Não podemos deixar de louvar a Deus por sua vida nestas três décadas. Jovem trabalhador, esposo dedicado, pai de duas garotinhas amáveis.

Obrigada, Senhor, pela vida de meu irmão. Que cada dia ele cresça na graça e no conhecimento do teu Filho Jesus!
...

Essa data me fez lembrar os anos que passamos juntos em família. Na convivência fraterna e no elo entre irmãos.

Nossa diferença de idade é bem pequena. Quando Andrey tinha dois anos e quatro meses, meus pais já tinham acrescentado à prole eu (um ano e dois meses) e minha irmã recém-nascida, Natasha. (Conto esse fato pra todo mundo).

Isso certamente foi um fator que contribuiu para que crescêssemos tão próximos, unidos, apesar de tantas diferenças.

Andrey é o mais aventureiro, destemido e engraçado. Normalmente é o quebra gelo da família e facilmente conquista espaços com sua espontaneidade e divertimento.

Natasha é mais dinâmica, resolvida e aparelhada. É ela quem organiza os eventos de família, planeja viagens e resolve as questões práticas com desenvoltura e rapidez.

Eu os admiro, por serem hábeis em tantas coisas. Por isso sempre conto orgulhosa sobre seus feitos.

Eu queria fazer tranças como a minha irmã e andar a cavalo como o meu irmão, mas minha coordenação motora não é lá essas coisas e minha destreza pior ainda.

Andrey, aos cinco anos de idade, assistiu a morte de uma criança, vítima de um abalroamento. Natasha, assim que tirou a carteira de motorista, distraiu-se com uma vitrine de roupas e acabou batendo o carro numa pick-up, que levou metade do seu carro. E pergunta qual deles não dirige?! Eu. Rsrs

Eles normalmente são mais resolvidos e adiantados do que eu. Namoraram, casaram, tiveram filho, tudo antes de mim.

Admiro-os em muitas coisas, mas há também pontos em que divergimos. Não é à toa que, quando crianças, eu e minha irmã vez ou outra nos estapeávamos e meu irmão seguia com atividades que não me empolgavam nem um pouco: ele sempre adorou desafios no mato e brincadeiras mais pesadas. Sem contar que, algumas vezes, unia-se aos primos para destruir minhas bonecas. Imaginem o quanto isso me fez chorar.

A verdade é que eles estiveram presentes nos grandes momentos de minha vida, foram os primeiros com quem aprendi sobre compartilhamento e amizade. Alegraram-me, inspiraram-me, irritaram-me (às vezes, rsrs). Enfim, com eles pude entender a preciosidade que é ter uma família e as nuances do amor.

Hoje somos os três crescidos, vividos, casados e espero seguirmos juntos, lado a lado, louvando ao Deus que nos criou, vivenciado cada momento com nossos cônjuges, acompanhando nossos pais e filhos e todas as histórias que ainda vão desenrolar.

Amo vocês sempre!

domingo, 10 de agosto de 2014

Padrão pai

Alguém comentou que ainda tinha que comprar o presente do dia dos pais.

Eu lhe disse que dessa vez nem estava preocupada com presentes, pois só veria meus pais (Raimundo e Josué) nas próximas semanas e meu marido ainda nem era pai...

Se bem que o Lívio já é um projeto e tanto!

Ele não tem lá aquele jeito com criança, mas como um bom pai já elege os melhores pensamentos sobre os rebentos.

Vez por outra se refere aos nossos filhos e tenta me convencer sobre os nomes que lhes daremos, falando sobre a história e o significado daquele preferido, sempre relacionado a louvor, força, coragem.

Ontem, no almoço, ele comentava sobre uma garotinha que estava pedindo à mãe para brincar mais um pouquinho no parque do restaurante. E confidenciou que se fosse sua filha não resistiria àquele pedido tão faceiro.

A partir daí iniciamos uma conversa sobre que tipo de pai ele seria. Conclui que fará o perfil durão, mas amigo. Penso que não vá ser manteiga derretida, mas torcerá e estará presente em cada uma das realizações dos pequenos.

Mas isso são apenas cogitações. Na vida real, no corre-corre do dia-a-dia, na saúde e na doença, na escola e no parque, nas conversas e no silêncio, nas brincadeiras e na disciplina é que se faz um pai.

Cada fase vai mostrando devagarzinho uma a uma de suas facetas e ensinando, adaptando, até ele se tornar um ser único, com costumes e regras próprias.

A gente erra por querer colocar todos os pais no mesmo modelo, numa caixa fechada de qualidades e reações, como se tivessem que se encaixar em um molde antigo e falho.

Meu pai tinha quase trinta e quatro quando ganhou seu primogênito. Aos poucos ele foi se mostrando um pai rígido, mas muito companheiro, daqueles que nos fazia dormir contando histórias e que não desgrudava de nosso pé quando estávamos doentes.

E nós o amamos do jeito que ele é, mesmo que muitas vezes não concordássemos com alguma decisão sua.

Até a barba dele se tornou um pedaço indispensável. Desde que nos entendemos por gente o conhecemos com aquela penugem na face.
Éramos pequenos, quando em um passeio para o litoral, ele resolveu tirá-la. Qual não foi nosso espanto, ao acordar e dar de cara com aquele homem estranho. Sem barba ele não era nosso pai, choramos diante daquele ser estranho.

Queríamos nosso pai do mesmo jeito de sempre, sem tirar nem por nada.

O pai, normalmente, é o responsável pela maioria das culturas familiares. Na minha, ele que estabeleceu os almoços na hora certa, independente de quem tinha chegado; a televisão desligada durante a tarde; a proibição do Big Brother; os domingos na igreja; o respeito à palavra dada; o gosto pela vida simples do campo e pela leitura.

Um dia verei meu marido levantando-se como um pai igualmente único.

Espero em Deus vê-lo desenvolvendo uma cumplicidade exclusiva com as crianças e um jeito próprio de se entender e se amar.

Não vou ficar com ciúmes, afinal sei quanta diferença faz o pai em um lar.

Quem sabe próximo ano a gente já comece a contemplar isso... Mas aí já é outra história...

Feliz dia dos pais! Deus os abençoe!

terça-feira, 29 de julho de 2014

Domínio próprio

Eu era adolescente e dava aula para as crianças da igreja, quando passei a observar mais atentamente pra esse tal “domínio próprio”.

A mãe de uma das crianças da turma, diante do comportamento intenso da filha, vez por outra lhe dizia:

- Olha o domínio próprio, fulaaaaana!

Eu achava engraçado, mas reconheci a importância dessa reflexão que deve povoar muito mais a mente de nós adultos.

Somos ansiosos, iracundos, rancorosos, impacientes, falamos sem pensar, tomamos decisões por impulso... E o resultado desse desgoverno próprio gera conflitos de toda ordem.

Essa semana, assisti a um programa na TV fechada que mostrava mães “fora de controle”, uma com compulsão por compras, outra escrava de uma balança. Enquanto a primeira queria comprar tudo à sua frente, acumulando coisas que sequer usava, a outra se pesava toda hora e entrou em desespero quando a equipe do programa confiscou a tal balança.

Suas filhas, é claro, ficavam à beira de uma crise nervosa, implorando por um basta.

O pior é que olhamos para nós mesmos e ao redor e percebemos que a tendência atual parece ser essa, do descontrole.

Se tivéssemos alguém para nos alertar sobre a necessidade de agirmos contendo os impulsos, certamente ouviríamos toda hora:

- Olha o domínio próprio, Lara, Maria, José... Respira fuuuuundo!

Mas a verdade é que somos estimulados dia e noite a seguir nossos corações e a viver do jeito que der vontade, sem limites, sem restrições, como se isso fosse o caminho do autoconhecimento e da felicidade. Por isso não atentamos para o efeito colateral desse modo de vida.

A Bíblia sim estabelece padrões claros. Ao invés de nos prescrever centenas de receitas baratas de autoajuda, Ela diz: pare e busque encher-se do Espírito Santo, Ele é quem vai fazer a obra em seu interior, suave e poderosamente.

As principais mudanças começam dentro de nós.

Nos últimos dias, estive adoentada. Tosse carregada, nariz congestionado, sem ânimo pra nada. Uma daquelas terríveis crises de sinusite. Hoje, medicada, começo a perceber meu corpo mudando, revivendo, apesar de não enxergar de que forma os medicamentos estão agindo dentro do meu organismo.

O que o Espírito Santo faz quando entra em nossas vidas é algo bem maior. Ele nos convence do pecado e do juízo, curando a alma. Ele nos consola e nos ensina a compreender a mente de Deus, através de sua Palavra. Ele intercede por nós, pois não sabemos orar como convém e produz em nós frutos maravilhosos, deliciosos, dentre os quais está o Domínio Próprio.

Nosso “eu” é, naturalmente, egoísta, impuro, maldoso, idólatra... Quando lhe damos carta branca para viver do seu próprio modo, acabamos escravos de nós mesmos, seguindo comportamentos por vezes destrutivos para nós e para os outros.

Quando o Espírito do próprio Deus age em nós livremente, aos poucos, vamos assistindo mudanças que não seríamos capazes de realizar por conta própria e é aí que controlamos o “indomável eu”.

Respiremos fuuundo! Deus nos ajude!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sobre meu bisavô

Só agora descobri a profissão do pai de meu avô Araújo. Ele era músico. Tocava sanfona. Fiquei empolgada ao saber que ele tinha alma de artista, principalmente quando disseram que era talentoso, mas eu nunca ouvi sua música.

Na verdade nem cheguei a ver sua imagem. Acredito que fosse alto como meu avô e tivesse rosto redondo e cabelo escasso na altura da testa. Mas pode ser que fosse bem diferente.

Acho que nem seus filhos saberiam descrevê-lo com tantos detalhes. É que meu bisavô deixou a esposa e as crianças e partiu para uma terra distante, onde formou uma nova família.

Sei que não é recomendável tocar em assuntos delicados assim, principalmente quando se trata de nossa própria família, algo tão intocado... Na verdade só estou refletindo sobre minha história, afinal pensar sobre meu bisavô é pensar sobre mim também.

Da própria árvore genealógica de Jesus não foram escondidos nenhum dos galhos. Porque da minha haveria de ser?!

Fiquei pensando como pode um estranho ser tão distante, mas ainda assim tão eu?! Querendo ou não, meu bisavô foi decisivo para o meu nascimento. Deus o escolheu para estar entre os meus e, mesmo que eu não o tenha conhecido, sou sua bisneta, seu sangue está em mim.

Outra reflexão que ficou: meu avô seguiu um caminho diametralmente oposto ao de seu pai. O fator sanguíneo não foi o senhor de suas escolhas. Vovô se tornou um homem dedicado aos filhos e à esposa, temente a Deus, pastor de almas.

E ainda outra: por mais intensa que tenha sido a vida de meu bisavô, com acertos e erros, palavras, melodias, seu tempo aqui passou. Apesar de uma grande geração de filhos, netos e bisnetos, não existe neste mundo alguém que nutra por ele algo além de memória e respeito.

E essa poderá ser a minha história. Um dia (se Jesus não tiver voltado), por mais que eu tenha realizado alguma coisa nesta terra, serei apenas um personagem para minhas bisnetas. Uma ficção como os contos de fada, mas sem o mesmo encanto.
Elas me conhecerão de ouvir falar e não de fato. Talvez meus escritos (se alguém os guardar até lá) lhes deem um pouco mais de elementos para dizerem: ela era desse ou daquele jeito, mas ainda assim não saberão a minha voz, minhas feições alegres ou tristes...

É essa reflexão que o salmista faz:

“A nossa vida é como a grama; cresce e floresce como a flor do campo. Aí o vento sopra, a flor desaparece, e nunca mais ninguém a vê.” Sl 103.15 e 16

Parece trágico. Se nossa vida se limitasse a esta, de fato, seria; mas há algo além, algo a mais, que permanece. Isso é o que me enche de alegria e esperança.

“Mas o amor de Deus, o Senhor, por aqueles que o temem dura para sempre. A sua bondade permanece, passando de pais a filhos, para aqueles que guardam a sua aliança e obedecem fielmente aos seus mandamentos.” Sl 103.17 e 18.

Aleluia!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

"O campeão voltou"...

Amanhã tem jogo.

A Seleção Brasileira vai enfrentar uma semifinal. Neymar Jr não estará em campo, nem eu, nem você.

Torceremos de longe. Deitados no sofá, sentados na cadeira ou no chão. Cantaremos (ou não) “o campeão voltou, o campeão voltou”...

E isso trará ânimo a nossa equipe. Ao menos é o que esperamos.

E as emoções ficarão à flor da pele, como nos jogos passados.

Beatrice, minha sobrinha de cinco anos, no jogo Brasil x Chile, depois de torcer bastante, saiu da sala de transmissão, pois concluiu:

- Isso é muito pesado para uma criança.

Rsrs

Ganhar ou perder faz parte do jogo. Ficar ou sair são as únicas opções. O resultado mexerá com nossos ânimos, arrancará de nós gritos de alegria ou desgosto, fortalecerá ou não nosso patriotismo, mas seja qual for o sentimento passará. E logo.

Logo, nossa rotina volta ao normal, o expediente do trabalho volta a ser cheio, as camisas verde-amarelas voltam para o armário.

A derrota ou vitória não alterará nossa conta bancária (a não ser que você seja um patrocinador, algum jogador do time ou saia vencedor em algum bolão abastado), nem nos trará alguma coisa em longo prazo (a não ser que tenhamos feito alguma amizade nessas confraternizações em torno da copa).

As batalhas e provas que enfrentaremos essa semana sim podem mudar ou ter alguma repercussão em sua vida.

Decisões sábias farão muita diferença.

Não sei se sua fé está firme, se seu coração está seguro, se você tem experimentado muitas derrotas... Por isso é pra você que quero cantar:

“Êeee... o campeão (ou campeã) voltou!”

A nossa maior vitória está em Cristo!

“[...]em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes,
nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Rm 8.37 a 39.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Carta aos solitários

Todo mundo se acha nessa situação alguma vez na vida. E é o que você está sentindo exatamente agora: solidão.

Abrir as redes sociais e dar de cara com tantos pares parece doloroso para alguém tão ímpar.

Olhar para os quatro cantos e se deparar com tantos rostos, mas não encontrar em nenhum deles o reflexo de sua própria face, olhos que realmente mirem os seus.

Seus planos parecem só ter sentido se forem para ser vividos a dois. Talvez isso o faça pensar que nem vale mais a pena sonhar.

Não sei se é o seu caso, mas conheço alguns que, para esconder seus sentimentos, preferem vender a ideia de “super-realizados”.

Andam sorrindo pelas paredes, são os mais animados do grupo, mas é outra face que aparece quando resolvem ser verdadeiros.
Para os que de alguma forma demonstram alguma tristeza não faltam ‘amigos’ tentando convencê-lo a estar nas multidões, a tomar todas e beijar bocas descontextualizadas.

Não sei se você seguiu esses conselhos e se entregou a uma vida adoidada. Se fez, certamente percebeu que nunca esteve tão só.
Multidão não cura solidão.

O que cura?

Entregar-se ao primeiro individuo que lhe der um pouco de atenção ou desistir do ser humano apenas pra não desejar a sua companhia?!

Muitos escolhem essas opções, mas que eu saiba sexo não implica necessariamente aceitação e acolhimento; bichinhos podem até trazer qualidade de vida e movimento a casa, mas não possuem o calor humano, nem preenchem muitos dos recantos de nossas almas.

Jesus era solteiro. Nunca se casou, nem há relatos bíblicos de que tenha tido algum relacionamento romântico. Ele tinha amigos bem próximos com quem pode compartilhar ocasiões únicas, porém em momentos cruciais de sua vida Ele esteve só.

Não havia ninguém quando Jesus foi tentado pelo Inimigo. Pouco antes de ser traído, Ele se angustiou ao ponto de chorar gotas de sangue, enquanto isso seus amigos dormiam, pareciam não se importar. Ao fazer a “via crucis”, caminhou cercado por seus algozes; quem antes lhe saudara com adoração passou a acusá-lo e a desejar-lhe a morte mais terrível.

Apesar de tudo, Jesus não se sentia só. Ele sabia que o Pai celeste estava com Ele sempre e em todos os lugares, por isso disse convicto:

“Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, pois sempre faço o que lhe agrada". João 8:29

Pode ser que alguém em quem você confiava e depositava tanta confiança tenha se tornado indiferente ou decepcionado você ou o abandonado de vez, frustrando suas maiores expectativas, mas existe um Deus que não desampara os seus filhos, que não despreza aqueles que o buscam em espírito e em verdade. É Ele quem diz:

"Será que uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você!" Isaías 49:15

Jesus, como homem, experimentou e venceu a solidão. Ele se compadecia e tinha especial cuidado com os desprezados de sua época, em especial: órfãos, estrangeiros e viúvas.

Atento aos solitários, em seus momentos finais neste mundo, confortou seus discípulos, deixando-nos uma promessa maravilhosa:

“Se me amais, guardai os meus mandamentos.
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”.João 14:15-18


Você não está sozinho! Aleluia!

domingo, 29 de junho de 2014

Dias de festa

Este fim de semana recebemos a visita especial de nossos irmãos, cunhadas e sobrinhas. Foi um tempo de alegria e festa.

Para nós, que moramos há quase três anos longe de nossa família amada, só nos resta louvar a Deus por poder desfrutar de momentos tão preciosos!

Por conta da agitação desses dias acabei sem tempo para postar o texto que escrevi em homenagem ao meu marido pela passagem de seu aniversário (dia 27 de junho).

Obrigada, Senhor!
...

Quando você nasceu, eu nem existia ainda, mas me contaram muita coisa a seu respeito...

Você foi um bebê chorão, bem diferente da pessoa tranquila que se tornou.

Quando criança, saía com o isopor cheio de dindins para vender na rua em troca de alguns trocados.

Jogava videogame, às vezes varando as madrugadas; “inticava” com o irmão; acompanhava o pai fotógrafo nos eventos para ajudá-lo, segurando o flash; sempre teve sua mãe por conselheira.

Você tinha acabado de fazer 23 anos quando chegou para mim. Deus o guardou direitinho até entregá-lo como um presente. O melhor presente.

A partir de então nunca mais nos desgrudamos. Nos últimos dez anos, vivemos nossos principais momentos juntos, os tristes e os felizes.

Hoje conheço mais de suas facetas, sei de cor o seu sorriso e as suas lágrimas. O que tenho a dizer? A cada dia admiro-o mais.

Você é meu melhor amigo, com quem posso ser quem sou de verdade, sem formalismos ou constrangimentos.

Nunca tive alguém assim. Só tenho a agradecer a Deus por sua vida! Você traz cores vivas aos meus dias, acompanha-me e me faz sentir uma mulher abençoada.

Se antes você tinha a sua história e eu a minha, hoje nossos capítulos se confundem. Somos o mesmo livro.

Suas datas são minhas também, nossas famílias são uma só, assim como a casa, a cama...

Pai dos meus (futuros) filhos, esposo fiel, sacerdote do meu lar, companheiro de todas as horas, editor e crítico, incentivador, conselheiro, amigo, amo vc e sempre vou amar.

Deus o abençoe e o guarde! Que Ele lhe conserve com saúde e paz e lhe dê muitos anos de vida, todos na presença do Senhor!

Felicidades!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Dando uma de esperto

Alguém metido a esperto pegou a contramão, desviou-se de um ou dois carros, encontrou um caminhão.

Alguém metido a esperto estacionou na vaga para deficientes, furou a fila do banco, embolsou moedas de um troco errado, disse pra mulher que ia ficar até tarde no trabalho pra tomar umas geladas com os amigos.

Metidos a esperto alagam o banheiro e deixam para o próximo resolver a confusão, não estudam nada pra prova e reservam a carteira atrás do gênio da turma, bolam os planos mais ousados pra se dar bem a custa dos outros.

E essa esperteza acaba redundando em delitos. Quantos estelionatários, quantos crimes contra a Administração! Os políticos corruptos que temos são só um reflexo de nossa sociedade igualmente corrupta.

Há um caso curioso envolvendo o grande jogador de futebol Gérson de Oliveira. Ele foi campeão do mundo pela Seleção Brasileira (em 1970) e atuou em importantes times como o Flamengo e o São Paulo Futebol Clube.

Apesar de sua proeminência futebolística, acabou notabilizando-se também por dar voz à frase conhecida por batizar o jeitinho brasileiro:

"Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!"

Tais dizeres faziam parte de uma campanha publicitária de cigarro de 1976, estrelada pelo jogador, que, posteriormente, se arrependeu da graça. É que a repercussão negativa da propaganda foi grande e acabou surgindo a expressão popular “Lei de Gérson” como “sinônimo de levar vantagem acima de tudo, sem respeitar códigos éticos ou morais” (Felipe Araújo, disponível em http://www.infoescola.com/curiosidades/lei-de-gerson/).

Em tempos de Copa do mundo, o tema “jeitinho brasileiro” entra em pauta. O pior é que tem muita gente que se orgulha disso e acha que os estrangeiros é que são tapados.

Taxistas que mudam a rota pra encarecer a corrida, cobranças ilegais, preços que variam conforme a cara do comprador... Esses dias mesmo, o PROCON estava fiscalizando os táxis do aeroporto do Rio de Janeiro, diante de tantas denúncias que recebeu.

Num primeiro momento os metidos a esperto podem até se dar bem, mas a médio ou longo prazo acabam se complicando.

Educação, honestidade e respeito são riquezas inestimáveis. Que belo exemplo o Japão nos deu nesta Copa, quando seus torcedores só deixaram o estádio após recolher todo o lixo. O fato de ter perdido o jogo para a Costa do Marfim não foi desculpa para não fazer a sua parte.

Não faço coro com os pessimistas, acredito que o Brasil tem grandes potencialidades, penso até que temos mais pontos fortes do que falhas, mas precisamos mudar questões cruciais.

Eu "sou brasileira, com muito orgulho, com muito amor", mas tenho vergonha dessa pecha de espertalhão que nos acompanha (segundo alguns historiadores) desde a colonização.

Se quisermos ser levados a sério no cenário internacional, precisamos ser intolerantes com a corrupção e despedir de vez o tal jeitinho, investir em educação (não só a formal, mas a de casa).

Em geral, somos um povo alegre, hospitaleiro, que gosta de celebrar a vida. Que seja essa imagem festiva que os estrangeiros que nos visitam levem de nós!

Caso contrário, ainda que sejamos os melhores, sempre que vencermos vão dizer que não passou de armação.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Acredita?!

Depois de discorrer sobre a teoria do evolucionismo, com tom de verdade absoluta, meu professor perguntou finalmente:

- A propósito, não tem ninguém aqui que ainda acredita nessa historinha de Adão e Eva, ou tem?!

Da minha carteira, observei a turma: ninguém levantou a mão.

Eu era uma adolescente de 16 anos tímida e insegura, estava no primeiro ano de faculdade e queria me sentir aceita, mas para mim havia algo mais relevante, que estava acima daquele cenário constrangedor: o Deus da minha fé.

Finalmente ergui o braço e disse convicta: eu creio.
...

Dizer que acredita em Deus é fácil. Dedicar a Ele alguma conquista ou clamar por Ele nas horas de aperto é uma reação até automática. “Meu Deus!”, “Graças a Deus”, “Deus é Pai”, “Deus, livra-me do mal” são expressões comuns.

Mais raras são as manifestações práticas (e públicas) da fé. Poucos relevam a marca de Cristo através de atitudes condizentes com o Reino, poucos estão dispostos a professar o nome dEle apesar das circunstâncias.

Pedro, um discípulo convicto, que foi categórico em afirmar que permaneceria fiel até o fim, negou Jesus diante da morte.

Eu, que no episódio acima manifestei minha fé solitária, já me peguei fazendo “orações relâmpago” para agradecer pela refeição quando estava em restaurantes ou praças de alimentação, pelo simples medo de chamar a atenção das pessoas ao redor, pra não deixá-las pensar que estava louca.

Precisamos nos posicionar, não há espaço para salvos em cima do muro. Não há lugares reservados no céu para quem é morno, para quem é indiferente ao chamado. Ele quer pessoas que se comprometam, que estejam dispostas a pagar o preço.

Jesus deixou as seguintes instruções:

“Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.”Mt 16.24

“Felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo tipo de calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Fiquem alegres e felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês. Porque foi assim mesmo que perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.” Mt 5.11 e 12

Mais que nossas palavras, Deus quer nossos corações.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

O que passa, o que fica

Ontem foi a estreia da Copa. Foi também o dia dos namorados.

A copa passa. Se hoje tinge as ruas de verde e amarelo e gera em nós euforia e todo esse clima de festa, logo será apenas uma lembrança, uma nota na história, inspiração, frustração, algo para contar.

O amor fica. Ainda que relacionamentos rompam, que circunstâncias mudem, que a morte encerre os dias dos que amam e são amados.

Ainda que alguém diga: terminamos porque o amor acabou.

O amor não tem fim. A ausência de amor provoca desacordos, a impaciência ou falta de percepção levam a desistência, mas o amor, se existia, permanece.

Estou apenas reproduzindo uma verdade constante da maior carta sobre o amor que já existiu.

“[...] Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece “1 Coríntios 13:7-8
...

Em agosto de 2004, eu e Lívio começamos a namorar.

Quando penso que o encontrei beirando os dezenove anos em um dia comum, sem fogos de artifícios, sem uma introdução grandiosa.

Tudo simples, acontecendo naturalmente. Sem presentes caros, publicidade ou ostentação.

Dois meses até um sim definitivo. Seis meses para que surgisse o primeiro: “te amo”

“Calmo, sereno, tranquilo”... Não precisamos correr, atropelar a ordem das coisas.

Éramos duas mãos que se encontravam debaixo das almofadas. Depois lábios que se tocavam tímidos. Hoje eu sou você, você é eu.

Dia desses perguntei se ele estaria disposto a enfrentar grandes desafios e a abdicar de coisas preciosas por mim. Ele com sua franqueza respondeu (em síntese que): no início, não; hoje, com certeza.

Coisas do amor que, como um rio, começa despretensioso, depois cresce e espalha vida por toda parte.
...

Ontem também era o dia dela. Quando faria 58 anos.

Penso que no céu não se comemora aniversário, afinal lá o tempo não é limitado, a festa é continuada.

Aqui seu dia ainda existe para nos lembrar do amor que não acaba. Por isso continuamos a contar ano a ano.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O homem da esquina

Fui à academia a pé. O treino demorou mais do que esperava e acabei tendo que retornar para casa quando já estava escuro.

Apesar de morar a menos de duas quadras da academia, sempre que ando sozinha, tomo alguns cuidados, acelero o passo, observo com atenção tudo ao meu redor...

Dessa vez fiquei com medo ao avistar de longe um homem parado na esquina de minha casa.

Tive vontade de fazer o caminho de volta, imaginando que ele poderia ser perigoso. Afinal de contas o que estava fazendo ali parado?!

Pensei que se ele viesse em minha direção eu poderia gritar por socorro... Então continuei.

À medida que fui me aproximando, o homem-sombra foi ganhando cores até se tornar o meu homem.

Como fiquei aliviada (e feliz) ao descobrir que era meu marido que, preocupado, foi me esperar na esquina, velando minha passagem.

Eu estava muito cansada, com o corpo doído depois de estrear uma nova série na musculação, então me joguei em seus braços em um apertado abraço.
...

Muitos olham para Deus com desconfiança. Estão com as visões embaçadas, obscurecidas, por isso veem uma imagem bem distorcida da verdadeira.

Talvez as frustrações da vida e os sofrimentos os fizeram desenhar um deus diferente, alguém que arma ciladas, que os põe em abismos. Esquecem que os pensamentos dEle são mais elevados, são melhores, são de paz.

Deus então sussurra aos seus filhos:

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com minha destra fiel [...] eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo.”Is 41 10 e13

“Olhem para o céu e vejam as estrelas. Quem foi que as criou? Foi aquele que as faz sair em ordem como um exército; ele sabe quantas são e chama cada uma pelo seu nome. A sua força e o seu poder são tão grandes, que nenhuma delas deixa de responder. Povo de Israel, por que você se queixa, dizendo: ‘O Senhor não se importa conosco, o nosso Deus não se interessa pela nossa situação’? Será que vocês não sabem? Será que nunca ouviram falar disso? O Senhor é o Deus Eterno, ele criou o mundo inteiro. Ele não se cansa, não fica fatigado; ninguém pode medir a sua sabedoria. Aos cansados ele dá novas forças e enche de energia os fracos. ” Isaías 40.26-29

“[...] Desde que vocês nasceram, eu os tenho carregado; sempre cuidei de vocês.” Isaías 46.3


Resta-nos trocar esse olhar turvo por olhos cheios de fé para que possamos reconhecê-lo como de fato Ele é. Um Deus de amor e infinita bondade, que nos ajuda a seguir e nos ampara em seus braços; um Deus de justiça, o único a quem devemos temer.

Que clamemos ao Senhor como o cego de Jericó: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim [...] Que eu torne a ver.

Que nos joguemos em seus braços em um apertado abraço!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

De mãos dadas

Ontem foi o casamento dos queridos primos Ricardo e Caroline. Tive o imenso privilégio de participar com uma palavra para os noivos.

Ao receber o convite para falar em uma data tão importante, confesso que fiquei bem preocupada diante de tamanha responsabilidade.

Mas, graças a Deus, deu tudo certo. Atendendo aos pedidos, compartilho com vocês alguns pontos da palavra proferida naquela cerimônia.

Abraços ao casal. Sejam felizes!
...

Estou feliz por participar deste momento único, inesquecível, em que Ricardo e Carol passam a caminhar de mãos dadas.

Caminhar de mãos dadas implica caminhar na mesma direção, com um só propósito, uma só missão.

Os dois preservam a sua individualidade, porém tornam-se um, vivendo a vida comum do lar em unidade de pensamento e coração.

Quando anunciaram que iam casar, alguns devem ter dito: Pra que? Casamento é uma instituição falida, uma prisão consentida e blá, blá, blá...

Na verdade, casamento é uma escolha dos sábios, dos que acreditam, dos que amam; afinal amor é uma decisão. Não se restringe a sentimentos instáveis, a emoções vazias, que vão e vem, ao gosto do tempo e do vento, mas envolve algo mais consistente, incluindo a razão.

Porque não é todo dia que estaremos apaixonados, não é todo dia que acordaremos sentindo borboletas no estômago. Não! A vida real envolve trabalho, família, saúde, doença, problemas... E como disse o sábio Salomão, há tempo para tudo: “tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar”. Mas todo tempo é tempo para amar.

Não tenham o casamento como forma de realização pessoal.

O propósito maior do casamento é se dedicar, cuidar, amar o seu cônjuge como a si próprio, empenhando­-se para formar um lar feliz, sem individualismos ou competições, glorificando a Deus.

A conquista do seu cônjuge deve ser a sua própria também, um deve torcer pela prosperidade do outro, conscientes de sua parceria eterna.

O casamento é criação de Deus. "O que Deus institui Ele governa".

Quando Deus concluiu toda a criação, Ele fez uma vistoria e concluiu que tudo era muito bom. Mar: bom. Animais: muito bom. Céu: muito bom. Só havia uma coisa que Deus viu que não era boa: a solidão do homem.

Deus havia criado Adão, o primeiro homem. Ele estava vivendo em um lugar lindo, em perfeita harmonia com Deus e a natureza, mas de que adianta estar no paraíso sozinho?!

Então Deus fez Adão dormir, tirou­-lhe uma costela e a partir daí fez a mulher.

Quando Adão acordou, ao contemplar a sua companheira, ele se alegra de tal maneira que diz: “Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos.” Gn 2.23b

O amor compromisso é eterno.

Hoje Ricardo e Carol decidem se amar eternamente. No belo texto de 1 Coríntios 13, encontramos que “Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo, Quem ama nunca desiste [...]”

O pastor e escritor Timothy Keller, explica que o casamento é a relação de aliança mais profunda porque “[...] apresenta aspectos horizontais e verticais muito marcantes [...] A aliança firmada entre marido e mulher é feita diante de Deus e, portanto, não apenas entre os cônjuges, mas também com Deus. Ser infiel ao cônjuge também implica ser infiel a Deus.”

Aprendam a perdoar e a pedir perdão. Tentem compreender o dia difícil do outro.

É tão grande a importância que a Bíblia dá ao casamento que começa com um casamento (o de Adão e Eva) e termina, em Apocalipse, também com um casamento (o de Cristo e a Igreja).
Deus ama o casamento, por isso deixou tantas recomendações importantíssimas em suas Sagradas Escrituras.

Ricardo e Carol, vocês terão uma longa jornada juntos, ouçam os conselhos de Deus e os pratiquem, e certamente alcançarão uma união próspera e abençoada.

Não desejo a vocês esse amor “que é eterno enquanto dure”. O que é eterno, em verdade, dura para sempre.

Já escrevi sobre isso aqui no blog e agora repito pra vocês:

O tipo de relacionamento que espero que vivam não se encontra no supermercado, exposto em uma prateleira empoeirada ou mesmo em uma vitrine bem bolada. Não se baseia em uma relação custo-benefício, nem depende de publicidade ou qualquer das estratégias de marketing.
Desejo que escrevam uma história de amor profunda e sincera.
Circunstâncias mudam as nuances da paixão, mas não são capazes de mudar o “amor-promessa”, o compromisso sincero feito diante de Deus e dos homens.

Deus os abençoe!

Olha nós aí no casório! (Obrigada, Gabi Smith, pelas fotos)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Acolhedor

Ele era dependente de drogas. Foi expulso de casa, pois sua família não suportava mais suas atitudes violentas.

Na rua, vivendo como “Zé Ninguém”, foi descoberto por um homem desconhecido, que lhe ofereceu comida e um lar acolhedor.

O rapaz continuava escravo de seus vícios, chegou a furtar objetos e dinheiro do bondoso senhor.

Um dia, de madrugada, ao retornar para a casa mais uma vez sob efeito de drogas, o jovem espantou-se quando o homem que o abrigara, apareceu no sereno, com sua filha no colo, para abrir o portão.

Isso marcou a sua vida.

Na manhã seguinte, finalmente lúcido, o jovem procurou seu “anjo” e lhe disse:

- Ontem descobri que Deus existe! O que você fez e faz por mim só pode ser obra de Deus. - disse o jovem chorando copiosamente.

E desde então resolveu se tratar, alcançando resultados exitosos.
...

Ouvi esse testemunho há alguns anos quando estive na Comunidade Terapêutica Betesda.

Fiquei tocada com o amor incondicional e transformador daquele senhor que revelou Deus a um jovem descrente e perdido.

Sei que uma atitude como a dele foi arriscada e nem sempre será essa a opção mais indicada, mas o amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera é o que devemos buscar. Deus nos trará o discernimento necessário.

Eu que falo tanto e faço tão pouco me vi estimulada a mudar. Seguir a voz de Jesus que diz:

“Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. João 13:35

Quem ama não perde tempo apontando o dedo para um ou outro, mas arregaça as mangas e faz a diferença.

Nesse sentido é que Darlene Zschech, líder de louvor do Grupo Hillsong, escreveu em seu livro A arte de mentorear pessoas:

“É a aceitação que faz com as pessoas mudem e não a rejeição”!

Acolher alguém não implica consentir com seus erros ou aprovar sua torpeza, mas estender a mão e dizer:

- Estou com você, pode contar comigo, quero ajudar.

Deus nos ensine a amar!

quarta-feira, 14 de maio de 2014

"Não temas, eu te ajudo"

Imagine a seguinte situação: você está perdido na Floresta Amazônica. Não há qualquer indício de presença humana em toda a circunvizinhança. Lágrimas correm em seu rosto, ninguém pode vê-las. Você está só. Sem socorro. Por mais que grite e se esforce, não há saída.

Até que surge uma voz pelo rádio: não se preocupe, estamos a caminho para salvá-la.

Que alívio!

A situação acima parece bem inusitada, mas há quem se sinta nesse nível de perdição. As casas seguras e confortáveis não conseguem poupar-nos dos calabouços da mente.

Pensamentos criam os mais inóspitos ambientes e nos encerra neles como se não existisse saída. E quem pode tirar-nos de lá?! Quem pode ouvir o grito sufocado, o choro guardado, o engasgo calado?!

Solidão, desprezo, frustração, desesperança só são percebidas por quem sente na própria pele.

Jesus sentiu.

O Deus Todo-Poderoso conhece cada uma de nossas fragilidades. E diz aos seus filhos:

“[...] não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel [...] Não temas, que eu te ajudo.” Isaías 41.10 e 13b
...

Estou lendo o livro "Senhores da Terra", de Don Richardson, que conta a incrível história do missionário Stanley Dale, missionário britânico que aceitou o desafio de levar as boas-novas da salvação aos yalis, selvagens guerreiros canibais que habitam o Vale do Senge, Papua, Nova Guiné.

Stanley teve uma infância difícil, o pai era alcoólatra, a mãe vivia no mundo da lua. Na escola, ele era o menor, o que o tornava alvo de perseguições e piadas. Para os colegas ele era “o fracote”.

Um dia, na escola, a professora apresentou-lhe um poema de Rudyard Kipling (adaptação de Guilherme de Almeida), cujo título é “Se”:

"Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo mundo ao redor de ti já a perdeu e te culpa
De crer em ti quando estão todos duvidando [...]
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares
E não parecer bom demais nem pretensioso.
Se és capaz de pensar, sem que a isso só te atires
De sonhar, sem fazer dos sonhos teus senhores [...]
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
A dar, seja o que for que neles ainda existir
E a persistir, assim quando exausto, contudo, resta a vontade em ti que ainda ordena: persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis não perder a simplicidade [...]
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo, do implacável minuto todo o esforço na corrida,
Tua é a terra com tudo o que nela existe
- e que ainda é muito mais – és um Homem, meu filho!”

Ao terminar de lê-lo, ficou profundamente tocado. O poema o inspirou a ser forte e a não se render a tentação de se enxergar como coitadinho ou vítima.

Ele concluiu que: para um lutador, as desvantagens são um estímulo.

Assim começou sua reação. Depois ele conheceu Jesus, o Deus que o alcançou e lhe estendeu a mão.

Então se tornou um combatente da fé, homem ousado e corajoso, inspiração para nós, homens e mulheres do mundo inteiro.

domingo, 11 de maio de 2014

Dia assim...

Hoje é alegria e saudade.

Alegria por poder celebrar a vida de minhas amadas mãe e avós, grandes matriarcas; por poder abraçá-las e lhes desejar um dia feliz.

Também posso agradecer às mães que me adotaram em oração e aquelas que me inspiram todos os dias com suas histórias de força e dedicação.

Saudade porque em dias como este é inevitável que a dor pela ausência de minha sogra se torne ainda mais forte.

Seu sorriso cativante surge nítido, assim como o carinho dedicado a mim como a uma filha de sangue.

Nós sempre estivemos juntas, mas no final a distância impediu-me de me despedir com um último abraço. Como isso me incomodava!

Então Deus me presenteou com um sonho, onde ela se aproximava e me abraçava por longos minutos. Como fui feliz!

Meses após sua partida recebi o vídeo de meu casamento e lá estava um emocionante depoimento de minha sogra, em que ela não só me chamava de filha, mas revelava todo o seu amor por mim. Foi a nossa despedida.

O amor não acaba, ainda que tudo passe. Isso é motivo de alegria sempre até nos dias de saudade.

Deus, obrigada pelos lindos dias que tive com minhas mães. São momentos inesquecíveis que anunciarei para minha descendência e guardarei em um lugar secreto de minha alma.

Amo vocês!

sábado, 10 de maio de 2014

Alguém assim...

A gente cresce, sai e começa uma vida do nosso jeito. Mas até chegar a esse ponto muitas águas já rolaram...

Alguém teve que nos carregar no ventre, depois nos braços; alguém nos alimentou, ajudou a andar, apresentou as primeiras palavras, levou à escola, ensinou tarefas, apontou valores, corrigiu, cuidou, amou...

E esse alguém, na maioria das vezes, tem o mesmo nome: mãe. Se não esteve presente em todos, ao menos nos principais momentos ela estava lá.

Ela que nos ajudou a construir a base daquilo que viria e virá.

A gente cresce e demora a perceber o grande valor dessa grande mulher. É que ela é uma heroína silenciosa, daquelas que salvam os nossos dias e anos sem que percebamos que de alguma maneira estiveram lá.

Na minha adolescência eu tinha a pele cheia de cravos e espinhas, o que me incomodava muito. Quando olhava no espelho e me deparava com aquelas espinhas enooormes, ficava me sentindo horrível.

Apesar do exagero comum da adolescência, minha mãe não minimizava meus sentimentos. Ela não poupou esforços, nem dinheiro para bancar os muitos tratamentos com dermatologistas e esteticistas.

Ela cuidou da minha pele e da minha vida, e esteve presente até na minha lua de mel.

Como assim?! Rsrsrs

Calma, deixe-me explicar. Ao abrir a mala no hotel das núpcias, encontrei uma carta amorosa escrita com o coração. Chorar foi inevitável. Uma nova fase de minha vida estava começando, mas eu sabia que eu poderia contar com minha mãe querida sempre. Seus braços estariam sempre abertos, como estiveram no dia da minha chegada à existência.

Amanhã é dia de homenageá-las. Por mais que façamos, será pouco.

Graças a Deus, elas não precisam de presentes ou de aplausos para executar sua missão. Seu combustível é o amor.

Feliz dia das mães!