terça-feira, 29 de julho de 2014

Domínio próprio

Eu era adolescente e dava aula para as crianças da igreja, quando passei a observar mais atentamente pra esse tal “domínio próprio”.

A mãe de uma das crianças da turma, diante do comportamento intenso da filha, vez por outra lhe dizia:

- Olha o domínio próprio, fulaaaaana!

Eu achava engraçado, mas reconheci a importância dessa reflexão que deve povoar muito mais a mente de nós adultos.

Somos ansiosos, iracundos, rancorosos, impacientes, falamos sem pensar, tomamos decisões por impulso... E o resultado desse desgoverno próprio gera conflitos de toda ordem.

Essa semana, assisti a um programa na TV fechada que mostrava mães “fora de controle”, uma com compulsão por compras, outra escrava de uma balança. Enquanto a primeira queria comprar tudo à sua frente, acumulando coisas que sequer usava, a outra se pesava toda hora e entrou em desespero quando a equipe do programa confiscou a tal balança.

Suas filhas, é claro, ficavam à beira de uma crise nervosa, implorando por um basta.

O pior é que olhamos para nós mesmos e ao redor e percebemos que a tendência atual parece ser essa, do descontrole.

Se tivéssemos alguém para nos alertar sobre a necessidade de agirmos contendo os impulsos, certamente ouviríamos toda hora:

- Olha o domínio próprio, Lara, Maria, José... Respira fuuuuundo!

Mas a verdade é que somos estimulados dia e noite a seguir nossos corações e a viver do jeito que der vontade, sem limites, sem restrições, como se isso fosse o caminho do autoconhecimento e da felicidade. Por isso não atentamos para o efeito colateral desse modo de vida.

A Bíblia sim estabelece padrões claros. Ao invés de nos prescrever centenas de receitas baratas de autoajuda, Ela diz: pare e busque encher-se do Espírito Santo, Ele é quem vai fazer a obra em seu interior, suave e poderosamente.

As principais mudanças começam dentro de nós.

Nos últimos dias, estive adoentada. Tosse carregada, nariz congestionado, sem ânimo pra nada. Uma daquelas terríveis crises de sinusite. Hoje, medicada, começo a perceber meu corpo mudando, revivendo, apesar de não enxergar de que forma os medicamentos estão agindo dentro do meu organismo.

O que o Espírito Santo faz quando entra em nossas vidas é algo bem maior. Ele nos convence do pecado e do juízo, curando a alma. Ele nos consola e nos ensina a compreender a mente de Deus, através de sua Palavra. Ele intercede por nós, pois não sabemos orar como convém e produz em nós frutos maravilhosos, deliciosos, dentre os quais está o Domínio Próprio.

Nosso “eu” é, naturalmente, egoísta, impuro, maldoso, idólatra... Quando lhe damos carta branca para viver do seu próprio modo, acabamos escravos de nós mesmos, seguindo comportamentos por vezes destrutivos para nós e para os outros.

Quando o Espírito do próprio Deus age em nós livremente, aos poucos, vamos assistindo mudanças que não seríamos capazes de realizar por conta própria e é aí que controlamos o “indomável eu”.

Respiremos fuuundo! Deus nos ajude!

2 comentários:

  1. A dica que a Bíblia nos dá a respeito de parte desse assunto: "...enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais..." :)

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    1. Amém! Qta coisa seria diferente se vivêssemos cheios do Espírito de Deus!

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