terça-feira, 30 de setembro de 2014

Meu voto é para...

Dia 05 de outubro está chegando e eu aqui envolvida em um processo difícil: escolher os candidatos em quem votar.
Anotei uma lista de nomes de políticos para pesquisar.

Não vou nem dizer quais categorias ainda estou em dúvida, senão vão chover santinhos (que de santos não tem nada) nas minhas redes sociais.

Eles aparecem nesta época do ano cheios de boas intenções (você sabe bem onde está cheio de bem intencionados), querem forçar a amizade, distribuindo sorrisos, abraços, beijinhos e fazem até coraçõezinhos com as mãos. Estão em todos os lugares e parecem entender de nossas necessidades.

Em um primeiro momento, quero até simpatizar com esses tais, mas logo me lembro de que eles não são tão íntimos assim... Aliás, onde eles estavam
todas as vezes em que precisei de saúde, lazer, educação? Quais as lutas que eles empreenderam por mim? O que eles pensam, fazem, são?
Só os encontro nas páginas de política, coluna social (e policial), normalmente envolvidos em causas próprias, em detrimento da sociedade.

Muitos deles conheço de nome, de rosto, mas não sei nada além das aparências, suas propostas são sempre iguais, parecem sem pretensão de se tornar reais.

Minha maior dificuldade é essa: distinguir figuras verdadeiras das falsas; escolher entre tantos estranhos os que realmente se importam com o público, com o desenvolvimento do Estado e do País.

Lembro-me que quando ainda fazia parte dos quadros da OAB, sempre que havia eleições para a diretoria, eu era tratada como rainha na entrada do local de votação.

Era “Dra” pra cá, “Dra” pra lá, mega assediada pelos cabos eleitorais. Quando retornávamos da cabine de votos, ninguém surgia nem com um “bom dia”, “boa tarde”, faltávamos ser pisoteados.

Em poucos minutos passávamos de cinderela para gata borralheira. O encanto havia cessado.

Nesta época do ano, não reconheço os políticos, tampouco meu país. Os candidatos da situação pintam um lugar tão perfeito que se eu vivesse na lua certamente celebraria todos eles.

Uma verdadeira esquizofrenia eleitoral.

Apesar de tudo, não vou votar em branco, nem anulo voto. Temos o direito ao sufrágio e o dever, enquanto cidadãos, de votar conscientemente.
Não perco a esperança. Minha esperança, porém, não está nos homens e mulheres que almejam governar nossa nação, mas no Deus que governa todas as coisas!

Que Ele nos ajude!

sábado, 13 de setembro de 2014

Menina Carol


Lembro-me de quando ela era apenas um bebê. De como gostava de dormir ao som de suas bonecas musicais.

Minha prima fora muito aguardada, afinal era a primeira do lado materno. Talvez, por isso, eu e Natasha festejamos tanto a sua chegada e, a partir de então, passávamos boa parte de nossas férias brincando com ela.

Lembro-me das histórias sem fim que eu inventava para fazê-la dormir (ela e o Pedro) e de como ficavam arregalando os olhos para não perder nem um pedacinho da narrativa.

A diferença de cinco anos de idade fez com que eu a encarasse como uma espécie de irmã mais nova a quem eu deveria dedicar cuidado e atenção.

O tempo passou, as distâncias nos separaram, e não posso mais acalentá-la da mesma forma, mas o carinho é o mesmo.

Lembro-me de suas lágrimas na primeira viagem que ela fez sem sua mãe. Ela era tão pequena, mas aguentou firme e Teresina passou a ser seu destino de férias.

Mais tarde, finalmente, veio morar conosco por um tempo e como eu fiquei feliz com sua presença diária.

Hoje ela casou. Fiquei feliz em vê-la dar esse passo com segurança, no tempo certo, sem atropelos. Por ter escolhido casar com alguém igualmente comprometido com Deus. Por estar dando início a mais uma etapa cheia de sonhos, como fiz um dia.

Lembro-me que quando ela era criança, sua mãe lhe disse:

- Vamos combinar uma coisa: você só vai namorar com a idade que a Lara começar, ok?!

Ela parecia adivinhar que eu começaria com a idade bem avançada para os padrões: quase dezenove. rsrsrs
E olha eles aí. Juntos, seguindo para uma vida inteira a dois.

Carolzinha (você já é mulher, mas, para nós, será sempre “Carolzinha”) e Esdras, que Deus abençoe essa união! Que dê frutos que glorifiquem ao Criador! Amamos vocês!


*Júnior Reis Fotografia

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Fora do padrão?!

Petit parecia um cachorrinho de madame, quando papai o comprou para presentear mamãe. Eu e meus irmãos éramos crianças quando ele chegou dentro de uma caixa, apenas um filhote.

Ficamos impressionados e mortos de empolgados com aquela linda e pequena bola de pelos branquinhos. - Parece um carneirinho- concluímos.

Com pouco tempo, Petit revelou que andava longe de ser bibelô de madame. Parecia mais um vira-lata, daqueles beeem pé sujo. Não existia no mundo quem adorasse mais a rua do que ele. Bastava uma brecha no portão para ele fugir. Aparecia depois de muitos dias, depois de grandes aventuras.

Não tinha quem conseguisse mantê-lo limpo. Ele era insubordinado, inteligente, temperamental e metido. Brigava com os grandes, o que fez com que perdesse um olho e ficasse algumas vezes entre a vida e a morte.

Por conta de seu comportamento inadequado, papai acabou enviando o cachorro para um primo que morava no Maranhão.

Mas Petit era um ser incorrigível, continuava aprontando na rua e povoando nossos corações. Por isso, anos mais tarde trouxemos o bichinho de volta para casa.

Pelo seu porte pequeno e sua carinha meiga, esperávamos que ele fosse um cão caseiro e passivo, que passasse o dia desfilando pela casa, exibindo seu lindo pelo branquinho, mas não. A maior parte do tempo seu pelo ficava recortado por conta das sujeiras que colavam nele em suas caminhadas pelo mundo. Ele encerrou a vida velhinho, feinho, bem diferente do filhote irresistível que conhecemos; nem por isso deixou de ocupar nossas lembranças mais agradáveis. Seu valor era maior.

Hoje descobri que na verdade o pequinês, raça a qual Petit pertencia, apesar de meiguinho, tem a personalidade caracterizada pela altivez e independência, tal qual ele era... Por isso, na China, há uma lenda associando-o aos leões.

Muitas vezes nós queremos encaixar coisas, animais e pessoas em um padrão.

Limitamos nossas crianças e jovens a um tipo, desconsiderando seus dons e particularidades.

Crescemos e continuamos nessa guerra entre o que somos e o que querem fazer de nós. É a razão de tantos sentirem-se deslocados de seu ambiente ideal e confusos, sempre confusos.

Para não sair do conforto, acabamos seguindo a correnteza e vivendo um conflito de identidade, afinal nossos pais não nos criaram para sermos quem somos, mas para sermos bem-sucedidos, aplaudidos, amados.

Nesse sentido é que Brooke Fraser canta (na belíssima CS Lewis Song):

“Existe uma alma que se move em mim
Ela está se libertando, querendo se tornar viva?
Porque o meu conforto prefere ficar dormente
E evitar o vindouro nascimento de quem nasci para me tornar [...]”

Uma coisa é certa: nascemos para glorificar o Criador, que nos criou em sua multiforme sabedoria.

Ser quem somos não significa seguir o nosso enganoso coração, mas viver aquele chamado que recebemos junto com o nosso DNA. E isso muitas vezes demanda uma longa jornada.

Deus nos ajude!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Inspiração do dia

Próximo mês faço 29. O que serei daqui a dez anos? Terei filhos, casa? Onde estarei? Quantas mudanças terei experimentado? Estarei viva? E meus sonhos?

A menina que vivia no mundo da lua, em uma espécie de “fantástico mundo de Bob”, cada dia perde um pouco dessa fantasia, torna-se uma espécie de adulto responsável.

Ser empenhada vale à pena, é até necessário. Amadurecer é tão lindo como o surgimento das primeiras flores. Só não podemos esquecer que novas flores precisam brotar se quisermos frutos novos.

Do contrário, o tempo passa e leva com ele cada resquício de vida. Um sonho que vai, um vazio que fica e, de repente, nem somos nós mesmos.

Fica a pele sem o "felling". Um reflexo no espelho. Quem está ali, afinal?

Hoje faço essa oração:

Deus, dá-me flores coloridas para as manhãs sem graça
E um pouco de riso nas tezes sisudas

Dá-me dias diferentes
Chuvas, nascentes
Frutas e folhas viçosas no quintal

Dá-me um barco à vela
E um vento para levá-lo
Para perto da mais paradisíaca paisagem
Do mais belo encontro
E gente, gente, gente
De todas as cores e formas

Dá-me poesia
Pensamentos simples e verdadeiros
Alma infantil, percepção madura
E sementes

Ata alegria em meus membros
E que a esperança seja sempre minha visão

Ao redor, dentro e fora
Amor
Provando dos mesmos sabores, cheiros, texturas, sons e visões...

Não quero me acomodar