quarta-feira, 14 de maio de 2014

"Não temas, eu te ajudo"

Imagine a seguinte situação: você está perdido na Floresta Amazônica. Não há qualquer indício de presença humana em toda a circunvizinhança. Lágrimas correm em seu rosto, ninguém pode vê-las. Você está só. Sem socorro. Por mais que grite e se esforce, não há saída.

Até que surge uma voz pelo rádio: não se preocupe, estamos a caminho para salvá-la.

Que alívio!

A situação acima parece bem inusitada, mas há quem se sinta nesse nível de perdição. As casas seguras e confortáveis não conseguem poupar-nos dos calabouços da mente.

Pensamentos criam os mais inóspitos ambientes e nos encerra neles como se não existisse saída. E quem pode tirar-nos de lá?! Quem pode ouvir o grito sufocado, o choro guardado, o engasgo calado?!

Solidão, desprezo, frustração, desesperança só são percebidas por quem sente na própria pele.

Jesus sentiu.

O Deus Todo-Poderoso conhece cada uma de nossas fragilidades. E diz aos seus filhos:

“[...] não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel [...] Não temas, que eu te ajudo.” Isaías 41.10 e 13b
...

Estou lendo o livro "Senhores da Terra", de Don Richardson, que conta a incrível história do missionário Stanley Dale, missionário britânico que aceitou o desafio de levar as boas-novas da salvação aos yalis, selvagens guerreiros canibais que habitam o Vale do Senge, Papua, Nova Guiné.

Stanley teve uma infância difícil, o pai era alcoólatra, a mãe vivia no mundo da lua. Na escola, ele era o menor, o que o tornava alvo de perseguições e piadas. Para os colegas ele era “o fracote”.

Um dia, na escola, a professora apresentou-lhe um poema de Rudyard Kipling (adaptação de Guilherme de Almeida), cujo título é “Se”:

"Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo mundo ao redor de ti já a perdeu e te culpa
De crer em ti quando estão todos duvidando [...]
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares
E não parecer bom demais nem pretensioso.
Se és capaz de pensar, sem que a isso só te atires
De sonhar, sem fazer dos sonhos teus senhores [...]
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
A dar, seja o que for que neles ainda existir
E a persistir, assim quando exausto, contudo, resta a vontade em ti que ainda ordena: persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis não perder a simplicidade [...]
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo, do implacável minuto todo o esforço na corrida,
Tua é a terra com tudo o que nela existe
- e que ainda é muito mais – és um Homem, meu filho!”

Ao terminar de lê-lo, ficou profundamente tocado. O poema o inspirou a ser forte e a não se render a tentação de se enxergar como coitadinho ou vítima.

Ele concluiu que: para um lutador, as desvantagens são um estímulo.

Assim começou sua reação. Depois ele conheceu Jesus, o Deus que o alcançou e lhe estendeu a mão.

Então se tornou um combatente da fé, homem ousado e corajoso, inspiração para nós, homens e mulheres do mundo inteiro.

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