terça-feira, 26 de novembro de 2013

Irreversível?!

Você pintou “Irreversível” na proa. Diz que está farto de carregar o anzol e lidar com tantos peixes. O balançar das ondas lhe causam náuseas. O dia é enfado, à noite solidão.

A profundeza do mar parece atrai-lo. Não se jogue. Lá é só escuridão.

Acredite, a embarcação continua seguindo. Está devagar, mas nem naufragou, nem encalhou por aí. Não abandone o barco, não vá querer morrer na praia.

É certo que os peixes são teimosos, mas um dia eles se rendem e acabam em nossa mesa. Garantem uma vida saudável, colorem a tez mais morta. O anzol que nos fere é o mesmo que nos serve.

Também as ondas são necessárias. Parecem repetir constantemente:

- Ei, você não está em terra firme, muito menos em sua pátria! Tome cuidado!


Conscientes do perigo ao redor, damos braçadas mais motivadas, tentamos manter o equilíbrio, os pés sempre em movimento. É o desconforto que nos impulsiona para frente, nos tira do marasmo.

A qualquer hora podemos pular fora, mas isso será um ato de fé e de coragem?

Posso não ser uma grande navegadora. A maresia não perdoou as pernas das minhas cadeiras, mas o que você me diz desta brisa suave? Nos momentos mais incômodos há um alívio sempre perto.

Às vezes, são os delírios do mar que não nos permitem enxergar a ilha próxima.

Pare um pouco, preste atenção. Está vendo, bem ali! Logo teremos os pés no chão, um lugar quieto para pousar.

Acredite, enquanto há vida, há possibilidades! Nada é irreversível, enquanto durar.

Amanhã, estaremos seguros. O barco nem importa, mas quem esteve a nos guiar.

sábado, 23 de novembro de 2013

Eu voltei...

Era só pra dizer que voltei... Mas com quase um mês longe do blog, há bem mais para contar.

Finalmente estamos na casa nova. Há poucos dias, as malas e sacolas estavam bem no meio da sala, mas, aos poucos, cada coisa foi ganhando o seu lugar.

Antes que eu terminasse de organizar o grosso, Lívio foi logo garantindo um espaço de destaque para seu piano. rsrs

As mudanças fazem parte da vida. No começo, é difícil. Tudo muito impessoal. Com o tempo, as coisas, as pessoas, as ruas, os cantos da habitação vão ganhando a sua cara. Então você passa a se sentir em casa de verdade.

Darlene Zschech, líder de louvor da Hillsong, entende que “Qualquer coisa que valha a pena alcançar nesta vida irá requerer tempo, paciência e algum desconforto”. Também penso assim. Crescer dói. Mudanças são desgastantes. Mas são essas experiências que nos preparam para viver uma vida que valha a pena, que faça a diferença.

Antes de despontarmos como possuidores de qualquer coisa, seja uma casa ou um lugar de destaque, precisamos aprender sobre cautela e moderação, fugindo das extravagâncias. Além de construir algo bom, temos que ser cautelosos para não destrui-lo logo em seguida. Por isso o tempo é importante, nos molda e nos prepara para o que virá.

Já reparou que quem conquista algo valioso rápido demais acaba desperdiçando tudo e voltando ao estado de miséria?! Por isso, se for para eu ser rica, não quero que seja através da loteria. rsrs.

O homem e a mulher sábios constroem suas casas sobre a Rocha e não deixam os cupins tomarem de conta...

Ontem faltou energia e eu pensei em subir com a vela para deixá-la no fim da escada e iluminar toda a casa. Depois imaginei que talvez não fosse a melhor opção. “E se ela despenca lá de cima e incendeia tudo?!”

Nosso tempo e a nossa força devem ser empregados em algo duradouro.

E assim deve ser em todas as áreas de nossa vida: relacional, profissional, espiritual...

Dê valor às suas amizades, ao seu casamento, a sua família, às pessoas ao seu redor. Invista tempo, entenda os seus limites e dedique o seu melhor.

A vida passa. Não seremos bons em tudo, nem sempre, mas quanto mais aprendermos sobre prioridades, mais úteis estaremos.

E como a mudança nos ensina sobre tudo isso!

Desculpem-me pela ausência por tanto tempo. Eu estava em obras, aprendendo ...

Fotos: Lívio tocando em seu canto. Nossas primeiras visitas.