sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Anjos em casa

Gosto de pensar. Penso sobre os mais variados assuntos, o tempo todo, às vezes chega a cansar.

Pra descansar, claro, penso de novo, mas dessa vez sobre temas mais leves, descontraídos, bobos até.

Em um desses momentos de descontração, fiquei relembrando todas as pessoas que hospedamos aqui em casa ao longo do ano de 2014: 30 ao todo, sem contar as figurinhas repetidas e as visitas rápidas. Ah... também não contei o grupo que chega logo mais à noite.

É um número significativo, mas reconheço que tenho muito a aprender na arte de receber. Gosto de hospedar pessoas, servi-las, presenteá-las, conversar com elas. Isso já é um começo. Por outro lado, sou meio desajeitada nos afazeres do lar e me arrisco pouco na cozinha quando tenho visitas. Sinto-me insegura ao cozinhar. Prefiro encomendar algo de fora e, normalmente, faço só um cuscuzinho com queijo , sanduíches, que sirvo com alguns itens do supermercado ou da padaria... Mas um dia chego lá.

Devo seguir o conselho do livro de Paulo aos Romanos (12:13): pratiquem a hospitalidade. Primeiro em obediência aos preceitos divinos, depois porque a prática é que traz o aperfeiçoamento.

Tem outra coisa. A Bíblia diz (em Hebreus 13.2) para recebermos bem aqueles que vêm à nossas casas pois "alguns que foram hospitaleiros receberam anjos, sem saber".

Não sei quantos anjos já hospedei, sei que quanto mais hóspedes, maior a probabilidade de acolher algum.

Devo fugir dos perigos do individualismo do presente século. O tempo parece cada vez mais apressado e nós cada vez mais sobrecarregados e exigentes.

Normalmente, no fim do dia, estamos esgotados e mais uma vez voltados para nós mesmos. Não é bom que sejamos assim.

A hospitalidade é um exercício que requer dedicação, mas proporciona os momentos mais agradáveis. Permite-nos servir ao próximo com o que temos de mais significativo. Que fique claro que não estou me restringindo a coisas materiais.

Aqui em casa, gostamos de sentar ao redor do piano, tomando um cappuccino, ouvindo e entoando belas canções com nossos convidados.

Lívio não é músico profissional, muito menos eu cantora, mas nos enche de entusiasmo cantar com quem nos visita. É uma maneira simples de dizer que estamos alegres e adorar a Deus, que nos proporciona momentos especiais.

Em cada casa, há algo especial a compartilhar.

Hoje pela manhã mais um de nossos hóspedes foi embora. Assim como os demais que por aqui passaram, sua marca única ficará em cada canto - sobre o que conversamos, qual foi seu canto preferido, se gosta de fruta, se prefere sanduíche...

Porque, no fim das contas, ao receber alguém, a gente ganha mais do que entrega.

Imagine se forem anjos...

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