sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Que venha 2013!

Na noite de natal, minha sobrinha custou a dormir. Ela queria que aquele momento durasse para sempre.

Pensando bem, seria bom se isso acontecesse. Ter todo mundo que a gente gosta pertinho, em clima de festa, trocando presentes, participando de uma mesa especial...

Sorrisos no rosto, uma pausa na correria rotineira.

Amigo oculto, brincadeiras, encontros... Amo esta época do ano!

Se todos os sentimentos valorizados no final do ano fossem cultivados o ano inteiro, certamente muita coisa seria diferente.

Existiria mais verdade nos relacionamentos. Seríamos mais unidos e, consequentemente, mais prósperos, pois o amor nos faz vencedores.

Mudaríamos nossas prioridades. Jesus seria o centro.

Se Jesus nascesse em nós todos os dias, renunciaríamos a tudo que destoasse de sua natureza pura, santa e amorosa e, aos poucos, nos tornaríamos mais parecidos com ele.

Seríamos mais felizes. A paz não estaria distante.
...

Ao refletir sobre os acontecimentos de 2012, louvo a Deus por ter nos sustentado.

Muitas foram as bênçãos, apesar das grandes lutas que enfrentamos.

Sentimo-nos fragilizados tantas vezes, o medo e o desânimo nos visitaram, mas podemos dar graças a Deus, porque Ele sempre nos restaura a esperança.

2013 está chegando. Quais as expectativas para o novo ano? O que você está plantando para colher ao longo dos próximos 365 dias?

Mais que uma reflexão, precisamos partir para a prática e desenvolver algo consistente.

Desejo a todos vocês, queridos leitores do blog, um ano de luz, paz e amor. Que Cristo seja o centro!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Amor que fica


Não sei dançar. Minha marcha é desconexa e a coordenação motora falha. Hoje (aqui em casa mesmo, sem música) resolvi bailar com meu marido. Ensaiamos alguns passos, mas no fim das contas, ao invés de uma dança harmoniosa, o que surgiu foi a inspiração para estes versos.
...

Foi assim
Você apareceu
Olhou pra mim
E foi chegando, chegando
Até fazer morada em meu coração

Mais que bom
É estar ao seu lado
Mesmo nos momentos maus
Me vejo sempre perto
Pois seu barco é o mesmo que me leva

Hoje choro com você
Amanhã sorriremos
A vida é assim
Descidas, subidas

Decidi amá-lo
Não me importo se você não chegar com tantas flores
Se seus espinhos às vezes me machucam
A vida é assim
Amor, dor

Quero você pra mim
Todos os dias
Na rotina, nas mudanças
Seremos um
Porque o que Deus une
Sempre fica

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Qual sua marca preferida?

Eu estava aqui pensando sobre o problema da riqueza, que em si nem é problema. O que fazemos com ela sim. E o que nos tornarmos tantas vezes.

Nem sempre estamos preparados para lidar com a prosperidade financeira. Alguns acabam pensando que o dinheiro compra tudo e que somos aquilo que temos e o que vestimos.

Vivemos em um mundo regido por marcas, estampas variadas, identidades diversas.

Ser “estiloso” é quase uma exigência. Quem não tem estilo fica para trás. Mas o que significa estilo? Para mim, estilo tem mais a ver com atitude, originalidade, personalidade do que com a reprodução impensada de modelos estabelecidos em realidades (quase sempre) distantes.

Certa vez, alguém quis confirmar o perfume que eu estava usando. Depois de minha ratificação, ela disse:

- Para mim esse seu perfume parece água. Eu só uso os franceses.

E então começou a discorrer sobre os perfumes de sua coleção, cada um com uma marca mais famosa que a outra. Percebi que nem era a fragrância o que importava, mas o status que poderia implicar.

As marcas podem ser até uma opção pela qualidade, durabilidade, beleza, mas devemos nos policiar para não vivermos como marionetes da indústria da moda, escravos de um consumismo desmedido e sem sentido.

Esses dias, uma amiga me contou sobre sua experiência quando morava no Japão. As crianças estudavam em escola pública, usavam mochilas (que as acompanhavam da 1ª a 8ª série) e materiais escolares padrão. Os pais não poderiam deixar seus filhos na escola de carro para que não incitasse a desigualdade entre as crianças cujas famílias não possuíam automóvel.

Ao escutá-la, foi inevitável a comparação com a educação em nosso país. Aqui há um forte estímulo ao consumismo e à competição desde a infância. Mochilas, carros, roupas, comida têm nome e sobrenome. As “Marias Joaquinas” se proliferam e ganham a admiração e não a repulsa, como meninas chatas e soberbas.

Não estou tratando sobre a dicotomia capitalismo/comunismo, apenas tentando sublinhar a superficialidade de nossos tempos.

Ao ler uma das inúmeras biografias de Coco Chanel, alguns fatos chamaram-me a atenção. Ela foi um dos grandes ícones da moda. Depois de Chanel, a alta costura nunca mais foi a mesma. Ela inaugurou um estilo próprio, trouxe praticidade, sem tirar a classe dos modelitos. Sua marca ainda é referência para o mundo contemporâneo.

De moça pobre, Chanel tornou-se uma das mulheres mais ricas e influentes de seu tempo, mas no final da vida, ela se sentia vazia e sozinha.Reconhecia que o mundo do glamour não era suficiente.

Concordo que somos seres criativos e a moda não deixa de ser uma manifestação de arte. Por ser arte, porém, não pode impor-se como ditadura.

Quando adoto marcas e elas passam a estar frequentemente em meu vocabulário, como se fizessem parte de minha própria essência, devo começar a me preocupar.

Quem somos, afinal? Não precisamos de roupas de “grife” para nos autoafirmar. Se as usarmos, devem ser meras molduras a valorizar a importante obra de arte que somos nós.

Deus nos fez à sua imagem e semelhança e nos dotou de qualidades únicas e personalíssimas.

Ele criou cores, perfumes, texturas, personalidades bem originais. E estampou a sua marca em nós. Que seja essa marca que apareça bem forte. Que, como Paulo, possamos dizer que carregamos as marcas de Cristo em nossa vida! É a única marca que, no fim das contas, vai fazer diferença.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Sobre as cadeiras e o sofá

Depois de mais de um ano sem sofá, comprei um essa semana.

É incrível como um sofá faz diferença em uma casa. Ele aproxima as pessoas. Diferente das cadeiras, o sofá não estimula individualismos.

Além de unir, o sofá aconchega. Torna a estadia mais confortável. Diferente das cadeiras, quase sempre secas e frias.

Não que eu tenha algo contra as cadeiras. Reconheço que em algumas ocasiões são até mais adequadas, mas se pudesse escolher, eu seria um sofá.

Sei que existem muitos tipos de sofá. Há aqueles duros também. Mas sua proposta é sempre juntar. Ele coloca as pessoas uma ao lado da outra, às vezes encostando os ombros, às vezes encontrando as mãos.

Antes de começar a namorar o Lívio, ele me convidou para assistir filme com uma galera. Sentamos um ao lado do outro no sofá, ele segurou minhas mãos por baixo das almofadas para que nosso romance nascesse tranquilo, sem cobranças, expectativas ou badalações.

As cadeiras são mais mexeriqueiras. Não permitem que as mãos se entrelacem sem que sejam notadas...

Se eu fosse um sofá, poderia envolver muitos em meu tecido suave, acolher o pobre, confortar o aflito, estimular a conversa, pois nada melhor que uma boa prosa em um sofá macio.

Certamente, saberia a importância de ser uma pacificadora...

“Felizes as pessoas que trabalham pela paz, pois Deus as tratará como seus filhos.” Mt 5:9

“As palavras agradáveis são como um favo de mel, são doces para a alma e trazem cura para os ossos”. Pv 16:24

Pior do que ser cadeira ou tamborete é quem não se dispõe a ser um mínimo suporte. Quem não oferece um espaço de diálogo, nem constrói casas de paz por onde passa.

Na verdade, muitos dão tudo por uma “boa” briga. Ficam na torcida para que os ânimos se alterem e a faísca vire fogo. Estimulam a confusão, disseminam o ódio.

As Escrituras revelam palavras duras para quem age dessa forma.

“Existem sete coisas que o Senhor Deus detesta e que não pode tolerar: o olhar orgulhoso, a língua mentirosa, mãos que matam gente inocente, a mente que faz planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que diz mentiras e a pessoa que provoca brigas entre amigos” Pv 6:16-19

“Os maus procuram meios de fazer o mal; até as suas palavras queimam como fogo. Os maus provocam discussões e quem fala mal dos outros separa os maiores amigos”. Pv 16:27-28


Deus nos livre de provocar qualquer violência. Que nossas palavras sejam bálsamo, restaurem relacionamentos, gerem salvação.

Que sejamos embaixadores da Paz!

Com braços como os de um sofá eu quero lhe abraçar!

sábado, 24 de novembro de 2012

Testes do amor

O amor passa por muitos testes até consolidar-se como algo verdadeiro. Não há versados no assunto, há quem ame de fato.

Dizer que ama é fácil. O papel de romântico não exige grandes qualificações na arte de atuar. Entregar flores, fazer belas declarações nas redes sociais... Tudo isso é válido, mas não é em si um atestado de amor.

No dia a dia, à medida que a vida vai acontecendo, com suas intempéries, surpresas, mudanças, é que se destaca o amor de verdade.

A distância, por exemplo. Quem ama quer estar junto o tempo todo. Por isso um deve sempre acompanhar o outro, mas há situações em que os quilômetros, ruas e quarteirões se interpõem pelo meio, o que não serão empecilhos para o casal que decide pelo amor.

Como bem colocou Roger Bussy-Rabutin “A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande”.

Os testes da saúde e da doença, da alegria e da tristeza, da riqueza e da pobreza são bem clássicos. Eles se repetem nas pretensas histórias de amor. E claro: só sai aprovado aquele que permanece com a mesma disposição positiva para com o outro, seja qual for a situação. Estando tudo bem ou mal. É preciso paciência, às vezes, descomunal.

Tem aqueles que já desistem nos testes mais simples, que não passam nem no teste da chapinha. Ele resolve buscá-la antes do combinado e ela (precipitadamente) abre a porta: cabeça cheia de bobs, escova e prancha nas mãos. É quando ele percebe que sua cabeleira não é tão sociável quanto parece, o que é suficiente para perder aquela euforia de outrora.

Amar é ser capaz de adaptar-se ao outro, sem deixar de ser você.

Já vi relacionamentos ruírem, porque um começou a se destacar profissionalmente. Quem ama enxerga as conquistas do outro como suas também.

O teste da verdade é um dos mais difíceis, mas quem não deve não o teme. As provas acontecem todos os fins de tarde. Quando as luzes se apagam, as pessoas se vão e você se desnuda. A avaliação envolve o que está por dentro, além das palavras, o que existe no silêncio. Um desempenho satisfatório aqui redunda em confiança e cumplicidade.

O amor é amigo inseparável da verdade.
...

Enquanto escrevia este texto, lembrei-me de um casal que conheci há muito tempo.

Eles eram jovens e apaixonados. Era o que se podia chamar de casal perfeito. Ele vivia fazendo surpresas lindas e criativas. Ela era muito bonita e desejada. Os dois bem sucedidos profissionalmente. Lembro que todos à volta os olhavam admirados, como se dissessem: quero um amor desse jeito.

Tempos depois, eles se casaram. E logo depois se separaram. Hoje seguem como se um nunca tivesse cruzado na história do outro. E a gente se pergunta: por que isso acontece?

A verdade é que não há amor que dure, se Deus não estiver presente. Ele é o elo, a cola que liga para sempre. A boa convivência, a admiração mútua, a amizade, o sexo, por si sós, não sustentam um relacionamento. Nas primeiras dificuldades, eles se abalarão e ameaçarão toda a estrutura.

Para que não haja um rompimento é necessário que sejamos como um cordão de três dobras (Ec 4.12): eu, meu companheiro e Deus.

Que o amor que dura para sempre, que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” chegue em sua vida e faça morada.
...
Estava com saudade de vcs! Que Deus nos ajude a conseguir um ponto de internet! bjinhos

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Mortos-vivos?!

Hoje é dia de saudade, quando nos lembramos dos queridos que já foram.

Eles estiveram entre nós, marcaram nossas vidas e agora sobra um lugar que não será preenchido.

Cada pessoa é única, alguém já disse. Especial e insubstituível. Como profissionais podemos ser trocados, assim como líderes, modelos, heróis, histórias... Mas o ser humano, em sua individualidade, não.

Não existirá ninguém com as mesmas qualidades, defeitos, gostos, trejeitos... Fomos feitos por um Deus extremamente criativo.

É isso que faz do mundo uma caixinha de surpresas, um lugar onde tudo, menos o tédio, pode acontecer.

Não espere que o sicrano reaja de modo igual ao do fulano. Idade igual, educação similar, experiências parecidas, personalidades afins, mesmos pais, amigos não os tornará idênticos. Não existem figurinhas repetidas, ainda que sejam gêmeos univitelinos.

Recentemente, visitei uma amiga e suas lindas gêmeas (de três meses). Apesar de parecerem iguaiszinhas, a mãe garante que elas já revelam personalidades bem diferentes.

Acho que por isso a saudade é tanta quando perdemos alguém que amamos.

A chuva que cai lá fora é um reflexo da que acontece aqui dentro.

Pode chover, hoje também é dia de lembrar.
...

Dia dos mortos ou dos vivos? Mortos-vivos?

A pior morte é a que acontece em vida. E muitos vivem assim: fisiologicamente vivos, mas espiritualmente mortificados.

Talvez seja essa a sua situação.Pode ser que todo mundo ao seu redor pense que está tudo bem. Mas você e Deus sabem que muita coisa precisa mudar. Você chora por alguém que morreu como matéria, mas pode ser que ele esteja muito mais vivo do que você.

Que tal um sorriso autêntico no rosto? E a Verdade, guiando seus passos?

Tá na hora de tirar sua alma do caixão, remover toda a areia que pesa sobre ela e entregá-la ao Médico dos médicos. Ele tem poder para curar, restaurar e trazer de
volta à vida.

Eu creio que grandes coisas Ele fará em (e através de) você.

“Antigamente, por terem desobedecido a Deus e por terem cometido pecados, vocês estavam espiritualmente mortos [...] Mas a misericórdia de Deus é muito grande e o seu amor por nós é tanto, que [...] ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo. Pela graça de Deus vocês são salvos. Por estarmos unidos com cristo Jesus, Deus nos ressuscitou com ele para reinarmos com ele no mundo celestial”. Ef. 2.1, 4-6


"Irmãos, queremos que vocês saibam a verdade a respeito dos que já morreram, para que não fiquem tristes como ficam aqueles que não têm esperança. Nós cremos que Jesus morreu e ressuscitou; e assim cremos também que, depois que Jesus vier, Deus o levará de volta e, junto com ele, levará os que morreram crendo nele." 1 Ts 4.13 e 14

Um feriado de reflexão para todos!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ele virá

No último domingo, eu e Lívio fomos convocados para trabalhar em uma cidadezinha do interior do Piauí, recebendo os eleitores de outras cidades que precisassem justificar seu voto.

Pela manhã, ao chegarmos ao local, alguém nos recebeu com a seguinte informação: não tem nenhum eleitor nessa situação por aqui.

Assim, passamos a manhã e a tarde a postos, esperando por alguém que estávamos quase certos de que não ia aparecer.

Mas nossa tarefa precisava ser cumprida e foi isso que fizemos.

Algumas pessoas vivem assim: esperando por algo ou alguém que não virá.

Não é preciso ir muito longe para constatar isso. Basta olhar ao redor e você descobrirá uma vizinha à espera do marido que fugiu com a outra. Uma amiga à espera do emprego pelo qual nunca batalhou. Uma tia à espera do falecido filho. Você à espera da ocasião mais que perfeita.

Há uma hora em que é preciso tomar a decisão de sair da letargia e ir adiante. O primeiro passo é traçar uma linha precisa que distinga ilusão de esperança.

Tanto a esperança quanto a ilusão nos levam a esperar por algo a se realizar. Porém, a ilusão induz ao torpor e ao engano, enquanto a esperança produz vida e conduz a um caminho verdadeiro. A ilusão destrói. A esperança faz-nos ver a salvação.

É saudável sonhar, esperar por dias melhores, mesmo quando tudo indica o contrário. É doentio substituir a realidade por um mundo fantasioso e distorcido.

É ilusão esperar que da mentira surjam fatos e acreditar que há mentirinhas brancas, pois “Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons”. Mt 7.18

Algumas verdades têm sido relativizadas, especialmente quando se trata de relacionamentos.

Não se engane: o amor não surgirá de uma relação mentirosa. Sendo a outra, você nunca experimentará a segurança e a paz de ser a única.

A variedade não lhe fará menos sozinha. Multidão não dá garantia de companhia. Como dizem, a pior solidão é a acompanhada... Fidelidade, amor e respeito sim é que dão a tranquilidade de que ele voltará nos fins de tarde.

Outra grande ilusão é esperar que o passado repita-se futuramente. Sabemos que cada fase guarda em si suas especificidades e a experiência transforma o que há de mais central em sua história: você.

Esperar pelos mortos também é fantasia. Não deposite neles alguma expectativa, pois agora eles fazem parte de uma nova dimensão. Invista nos vivos que estão à sua volta. É difícil superar a perda, mas também é o caminho para não se morrer em vida.

A esperança nos faz ansiar por aquilo que nos torna melhores. Esperar por quem é real e que chegará por inteiro, sem máscaras ou metades.

A esperança ajuda a enxergar os sinais de um retorno certo.

Há uma espera compensadora. Jesus voltará. O dia não sabemos, mas uma certeza temos: Ele virá. Os sinais estão se cumprindo.

“Porque, assim como o relâmpago risca o céu, do nascente até o poente, assim será a vinda do Filho do Homem.” Mt 24.27

domingo, 28 de outubro de 2012

2.7

Este post era para ter sido publicado no dia 23, quando completei 27 anos. Como estávamos sem internet aqui em Corrente, só agora posso postá-lo, com as devidas adaptações.

Abraço a todos que nos acompanham aqui pelo blog. Obrigada pelas demonstrações de carinho, especialmente no meu aniversário.

Deus os abençoe!
...

Na infância, vibrava sempre que minha mãe resolvia comemorar meu aniversário com festa.

Diante da mesa do bolo, balançava minhas mãos, revelando todo o entusiasmo ao contemplar doces, lembrancinhas, balões, sem falar nas muitas crianças...

No início deste ano pedi a Deus para que, até o dia de meu aniversário, eu estivesse residindo em minha cidade, em um canto organizado e pudesse comemorar mais um ano de vida ao lado dos familiares e amigos.

Chegou a tão esperada data e continuo distante, fazendo morada em tantos lugares.

Comecei o dia de meu aniversário em uma rodoviária, depois de enfrentar aproximadamente 900 km de estrada, 15 horas de ônibus. Estava me recuperando de uma infecção intestinal e um pouco frustrada por não poder participar de alguns eventos importantes que aconteceriam naquela semana em Teresina.

Mesmo longe e apesar dos contratempos, Deus me deu amigos para celebrar também aqui em Corrente.

Deus tem bons pensamentos a nosso respeito e são dEle os melhores planos.

O que já experimentei da vida me fez ver que, mesmo quando as circunstâncias parecem contrárias, “O Senhor é bom para todos e as ternas misericórdias permeiam todas as suas obras”.

Não é porque não tive uma (ou mesmo várias) oração atendida que desconfiarei dos atributos de Deus, afinal tudo o que tenho e tudo o que sou são presentes dEle.

Às vezes não entendemos, pois os caminhos divinos são insondáveis.

Com o tempo, as responsabilidades aumentam e pagamos caro por cada uma de nossas escolhas. O fardo que carregamos às costas torna-se mais pesado e, às vezes, parece que não vai dar. Como dizem, crescer dói. Mas não é só isso: crescer é necessário.

A maturidade nos ensina sobre a importância de entregar tudo a Deus e confiar. Atender ao convite de Jesus, quando diz: Venham a mim todos vocês que estão cansados e eu lhes aliviarei.

O Deus que nos deu a vida é o mesmo que nos sustenta e nos faz seguir. É Ele que nos capacita para a boa obra que realizaremos.

“Quanto a mim, eu buscaria a Deus e a Ele entregaria a minha causa; Ele realiza maravilhas insondáveis, milagre que não se pode contar.” Jó 5. 8 e 9
...
Deus, Tu és meu guia e libertador. O Senhor da minha vida, a quem dedico todos os meus dias. Faz em mim o teu querer, pois foi para o louvor da tua glória que nasci. Derrama do teu amor todos os dias e faz de mim uma adoradora que te busque em espírito e em verdade. Dá-me um coração desprendido e uma alma serena. Que haja sinceridade em meus lábios e que tua Palavra continue a me alimentar para que eu possa frutificar a cem, sessenta e trinta... Que Tu sejas sempre Fonte a jorrar em mim, pois és meu Criador, a minha inspiração!

“Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver”. Sl 146:2

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Experiências

Quando eu era criança e adolescente, detestava experimentar roupa.  Minha irmã adorava. Então, a gente fez um trato: eu escolhia as peças para que ela provasse. Se depois a roupa não caísse bem em mim, ficava para ela. Como vestíamos praticamente igual, era raro ela herdar alguma coisa. Rsrs

Algumas experiências são desnecessárias ou, ao menos, desaconselháveis. Você não precisa tomar uma porção de veneno para atestar que ele é capaz de matar. Nem experimentar uma droga para descobrir as sensações que provoca.

Mas, em outras situações a experiência é personalíssima e imprescindível. O sabor, por exemplo. Você pode me dizer que ama açaí, mas não posso dizer o mesmo, a menos que o tenha experimentado.

Também com relacionamentos é assim. Só a convivência revelará afinidades. É a subida e a descida da ladeira, o sorvete de fim de semana, as conversas ao telefone, os "pisões" no pé, os puxões de orelhas, os sorrisos e o choro que desvendarão a pessoa atrás do mito.

Uma das pessoas com quem eu menos me identificava de longe tornou-se uma das que mais me identifiquei de perto.

Com Deus é da mesma forma. Posso escrever muitas linhas, tentando convencê-lo de que Deus é real,  mas isso de nada valerá se você não percebê-lo por si mesmo. Você pode ter ouvido ao longo de toda a sua vida que Ele é bom, amoroso, misericordioso, o que de nada adiantará se você não senti-lo em seu peito.

Palavras são importantes, testemunhos também são, mas não substituem a experiência pessoal e intransferível que devemos ter com Deus.

Uma vez alguém me disse, bem convicto, que não acreditava que a Bíblia era a Palavra de Deus. Perguntei-lhe quantas vezes ele tinha lido as Escrituras e ele respondeu: nenhuma.

E vc? Quantas vezes parou por um instante e buscou a Deus com sinceridade? Experimente. Não viva de experiências alheias. Deus quer relacionar-se diretamente com você.

"Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. Eu me deixarei ser encontrado por vocês." Jr 29.13

sábado, 13 de outubro de 2012

Desde criança

"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele." pv 22.6

Li sobre esse versículo há alguns meses e achei interessante a intepretação que lhe deram.

O intérprete alertava os pais e responsáveis para observarem as crianças, identificando suas habilidades e talentos, e ajudando-as a desenvolverem e permanecerem em suas aptidões.

De fato, na infância já revelamos ao mundo nossa personalidade e missão.
Deus nos fez únicos e nos deu papéis importantes para exercer ao longo da vida.

Quando criança, começamos a dar as dicas. A criança sensível, criativa e sempre concentrada nas apresentações musicais é um músico em potencial. O garoto objetivo e racional em seus posicionamentos, memória precisa e ligeiro com os números, provavelmente, identificar-se-á com as formações exatas.

Eu tinha uma imaginação fértil. Às vezes , meus irmãos me chamavam de maluca. Eu ficava sozinha e quieta por horas. Mas dentro de minha mente aconteciam as mais agitadas histórias.

Gostava de fazer alguns poeminhas e hoje, ainda em homenagem às crianças, vou postar alguns.
...
Homenagem ao motorista que nos envolvia com seus poemas e histórias, enquanto nos levava para escola

Motorista, motorista
Se você fosse um artista seria mais enjoado
Porque sendo motorista é muito engraçado
Corre de um lado para o outro
Todo desajeitado
Entregando as encomendas
Todo esparramado

...
Se um dia eu encontrar
Uma laranja
Em um pé de coco
Não me assustarei nem um pouco
Pois o mundo já está louco
...

Cotidiano no campo

Menina na varanda
Menino no pomar
A mãe lá na cozinha
O pai a trabalhar

O tio corta a lenha
A tia coloca no fogo
A irmã pega a vassoura e vai varrer os terreiro

A carne assa no fogo
A vassoura arrasta no chão
A cabra berra lá fora
O bebê chora aqui dentro

As lavadeiras lavam a roupa
Os trabalhadores aram a terra

O sol vai embora
A lua toma o seu lugar
O galo canta lá fora
O dia torna a começar

Feliz dia das crianças!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meu voto é pra você...

Você que tem um nome a zelar, que cumpre seus compromissos e é seguidor da Verdade.

É preciso um basta em tanta mentira. O que acontece por debaixo dos panos deve vir à tona e ser extirpado desta sociedade.

Cansei de ouvir que na política não há espaço para os honestos. Não posso me conformar com isso.

Quero alguém confiável para me representar. Alguém que trabalhe, que pense na coletividade, que seja justo, honesto, altruísta. Alguém que conheça o significado da palavra “dignidade” e lute por ela e com ela.

Olho ao redor e, muitas vezes, fico desanimada. Esquemas corruptos, obras superfaturadas e inacabadas, educação e saúde de péssima qualidade.

Até quando?- me pergunto. Quando você vai aparecer?

Quero ter orgulho de estampar seu nome em meu peito e cantar as suas musiquinhas de campanha, torcer por sua vitória e vibrar quando ela acontecer. Quero estar em seus comícios, divulgar o seu nome aos meus conhecidos, sem ter do que me envergonhar.

Mas onde está você?

Você precisa aparecer mais, ser menos omisso. Precisa estar à vista, lutando pelos justos ideais.

Não me venha com esta história de que é tranquilo e discreto demais. Você é raro, um talento que não pode ser desperdiçado.

Por favor, apareça! Ficarei feliz quando isso ocorrer. Certamente, votarei bem mais empolgada.

Como bem disse Martin Luther King, “O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons.”

Não se conforme com a escuridão. Esbraveje, lute, vença. Deus tem muito a fazer através de sua vida.

Comece lutando contra sua natureza corrompida. Nas pequenas coisas, exercite sua integridade, e, então, faça a diferença.

É possível. Não desista. Eu espero por você!

“Vocês são a luz para o mundo [...] Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu.” Mt 5. 14-16

Deus estará com você!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Cuidado

Aos dez anos, tive o prazer de gastar meu primeiro "dinheirinho", fruto da venda de meus primeiros contos (o livrinho “Primeiros Contos de Lara”).

Não pensei muito para escolher minha primeira aquisição: uma linda cadelinha pastor-alemão.

Meu irmão (na época com 11 anos) sugeriu uma sociedade. Eu entraria com o dinheiro e ele com os cuidados, “mas minha porcentagem tinha que ser maior”.

Ele comprometeu-se a dar banho, comida e tudo o que fosse necessário e eu aceitei a proposta. Meu irmão cumpriu com suas obrigações de sócio, o que eu não esperava era que a “Babalu” (como foi batizada a cachorra) se apegaria mais a ele, pois era sempre ele quem escovava seus pelos, preparava uma ração gostosa, brincava com ela e lhe exercitava. Ela passou a ser mais dele do que minha.

Aprendi que relacionamentos sinceros são construídos e aperfeiçoados nos momentos mais simples, mais comuns e essenciais. Não há dinheiro que compre, nem ditaduras que conquistem.

São os cuidados diários, as pequenas lembranças que aprofundam laços, estreitam amizades, revelam o amor.

Há alguns meses, em uma das cidades por onde passei, não encontrei hotel para pousar. Liguei para uma senhora de lá, com quem eu tivera apenas um contato rápido certa vez, e lhe perguntei se ela conhecia alguma casa onde eu pudesse alugar por temporada.

Ela me disse que não sabia de nenhum lugar, mas que eu poderia ficar em sua casa.

- Minha casa é simples, não tem o conforto de um hotel, mas uma coisa não falta: amor. – disse ela.

E, de fato, não faltou. Nos dias em que passei ali, senti-me bem à vontade. Ela sempre solícita se preocupava em fazer lanche para eu levar ao trabalho. Um exemplo de altruísmo.

Fui embora, mas continuamos ligadas.

Também outras pessoas têm me ensinado sobre o “amor-cuidado” que surge despretensioso, associado à bondade.

A maior declaração de amor que alguém pode prestar não se limita a palavras, mas envolve uma atitude de desprendimento e disponibilidade para com o outro.

O pai que vela o filho doente. A esposa que acompanha e zela pela missão do marido. O marido que dá a vida pela mulher. O amigo que, mesmo distante, permanece confiável e disponível. Deus que enviou seu único Filho ao mundo para que, morrendo, restaurasse sua amizade com o ser humano.

Não é fácil relacionar-se íntima e profundamente. Normalmente, esperamos dos outros as melhores virtudes para conosco, mas estamos pouco dispostos a fazer o mesmo.

Deus nos ajude!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Resiliência

Eu e Lívio estamos doentes. Depois de nos examinar e desenvolver um diálogo amistoso, a médica nos disse que nós seres humanos temos uma grande capacidade de nos adaptar a contextos diversos e, mesmo, difíceis.
...

Há alguns dias, a palavra "resiliência" não me sai da cabeça. Oriunda da física e da ecologia, a expressão tem sido usada para definir pessoas capazes de enfrentar pressões, estresses, problemas e manter uma harmonia mental, um equilíbrio emocional.

Talvez hoje, se fizéssemos uma enquete, essa capacidade seria um dos primeiros objetos de desejo nas listas de pedido de oração. Se não é, deveria ser, afinal nossos tempos guardam grandes conflitos, poucos são os que podem se dizer livres das tormentosas horas deste século vil.

Agora que estamos morando no interior, fico observando as senhoras (e senhores), sentados nas calçadas, batendo papo nos fins de tarde; e penso: precisamos resgatar essa simplicidade, essa vagareza que não nos enrica, mas também não nos endoida.

Nossa geração cresceu ouvindo que deveria chegar ao topo. Mas não se disse que para se chegar lá, a caminhada é longa, a subida é íngreme, os joelhos são fracos...

Não se ensinou que as frustrações, tropeços, conflitos e pressões acontecem, mas podemos superá-los. Por isso chego à conclusão que, na prática, poucos sabem o real sentido da palavra resiliência.

Muitos mal começaram e já estão trôpegos, cansados, descrentes.

Esquecem que faz parte olhar as belas vistas, fazer novos começos, cair e levantar. Que nossa resistência aumenta, à medida que aumentamos os pesos. Que os ‘sims’ virão, mas não são a regra em nossa jornada.

Moisés insistiu com o Faraó para que ele liberasse o povo de Israel da escravidão e depois de obter a permissão, foi traído e perseguido pelo deserto. Ainda assim continuou sua andança, liderando um povo mal-agradecido por 40 anos, porque cria na promessa de Deus.

Paulo disse sim a Cristo, mas suportou “nãos” por todos os lados. Foi preso, torturado, enfrentou naufrágios, cegueira e, por fim, a morte, mas não abriu mão de sua missão.
O topo nunca será o topo se for ele o fim em si, a primeira razão.

Ser próspero é atravessar a vida sem indiferença, enfrentando os percalços, com leveza, entusiasmo, sinceridade, esperança e amor. É reconhecer que somos fracos e dependentes do auxílio do Todo-Poderoso, que dias tristes e alegres vêm sobre todos. É ser pequeno e alcançar as frutas mais altas; é ser grande e enxergar as menores flores.

É a mãe que chora e ora, crendo na recuperação do filho. É a jovem (ou não tão jovem) que espera, apesar de temer a solidão. Pois prósperos são aqueles que olham para frente, crendo que, em Deus, estamos seguros o bastante para seguir.
...

Estou lendo “O Livro dos Mártires”, de John Foxe, um relato sobre alguns homens que experimentaram até as últimas consequências o que é ser resiliente.
Abaixo, transcrevo um trecho que narra a morte de John Huss, condenado a uma pena cruel em julho de 1415, simplesmente por defender a verdade de Cristo.

“[...] Quando por ordem de seus torturadores, ele foi reposto de pé, alto e bom som disse ele: - Senhor Jesus Cristo! Ajuda-me para que com mente firme e paciente eu possa enfrentar a cruel e ignominiosa morte a que estou condenado por pregar a Palavra do Teu Santíssimo Evangelho. [...] O carrasco arrancou-lhe as vestes, prendeu-lhe as mãos às costas e o amarrou à estaca com cordas previamente molhadas [...] Seu pescoço foi preso à estaca com uma corrente. Ao vê-la, disse ele sorrindo que de bom grado a recebia por amor de Jesus Cristo, que, ele bem sabia, fora amarrado com uma corrente muito pior [...] foi acesa a fogueira, e John Huss se pôs a cantar em voz alta: - Jesus Cristo! Filho do Deus vivo! Tem piedade de mim [...] Quando toda a lenha se consumiu, a parte superior do seu corpo jazia pendendo da corrente. Eles a derrubaram com estaca e tudo [...] recolheram as cinzas com grande diligência e as jogaram no rio Reno, para que não ficasse sobre a terra o menor vestígio desse homem. Todavia, sua memória não pode ser apagada das mentes piedosas nem pelo fogo, nem pela água, nem por qualquer outra tortura”.

Deus nos ajude!

sábado, 15 de setembro de 2012

Até logo!

Amigos e amigas do Blog, esses dias eu estou sem net. Consegui algumas horas de internet e deu pra postar este texto (ainda que com certo atraso). Espero que esta situação se resolva logo. Abraços!
...

Em julho de 2007, ingressei em um passeio dos sonhos. Depois de alguns dias, desfrutando momentos de descontração e aprendizado cultural, deparei-me com uma situação inesperada. Fui impedida de entrar na Inglaterra.

Foram horas de espera, algumas entrevistas até eles carimbarem meu passaporte e me devolverem a França como uma “não aceita”, sem nenhuma justificativa contundente.

E eu tive que seguir sozinha, carregando tantas malas, assustada, sem rumo, sem entender...

Não precisamos entender tudo. Devemos nos livrar dessa mania de querer compreender todos os desígnios, todas as situações e circunstâncias pelas quais passamos.

Se quisermos acertar na vida é necessário escolher “crer” antes de “entender”.

Enquanto nossa mente está limitada no tempo e no espaço, depende de experiências, capacidade cognitiva, inteligência emocional... A fé traspõe os limites das habilidades, dos sentidos e alcança o sobrenatural, a visão que só Deus pode ter.

Foi assim naquele dia. Pude ver o agir de Deus mais nitidamente, experimentei seu cuidado invisível e vivenciei a promessa de Sl.91:11:

“Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos”.

Deus enviou anjos para me servirem e eu saí dali mais crente, menos fraca.

Quando estamos desnorteados, Ele vem e clareia tudo.
...

- Você a fez chorar.

Foi a acusação que recebi assim que desembarquei no Brasil, depois da aventura internacional.

Pedi uma explicação à fonte acusadora. Ela esclareceu.

Disse que minha sogra tinha desatado a chorar ao saber do ocorrido no estrangeiro e que só conseguiu se acalmar quando eu entrei em contato.

Para mim, aquele relato era como uma declaração de amor. Eu que até aquele dia nunca presenciara uma só lágrima sua, pude compreender o quanto ela me amava.

Sua preocupação fora maior que sua discrição e firmeza.

Hoje sou eu quem chora.

Dia 06 de setembro de 2011 ela partiu. Fazia pouco mais de um mês que estávamos morando fora e não pude me despedir com um abraço, um beijo, um olhar....

Poucos dias antes de sua partida nos falamos pelo skype e a sua última imagem (ainda viva) foi sorrindo, balançando suas mãos para mim, em sinal de adeus.

Um ano passou desde aquele dia marcante e ainda levo as marcas dessa grande despedida, da dolorosa separação.

O tempo não apagou sua imagem, que ainda surge linda em tranquilos sonhos.

Como nos grandes episódios, muita coisa mudou. Seguir em frente, adaptando-se às novas regras, sem deixar que a alegria acabe é um exercício. A vida continua, assim como o amor, a esperança...

O que sinto é uma saudade imensa, uma vontade de estar perto, de compartilhar momentos e emoções, de ser mais doce, menos exigente.

Choro não como quem está sem esperança ou como quem acredita que é o fim.

Minhas lágrimas não são descrentes. Elas creem que logo cessarão.

Deus nos ajudará a seguir!

domingo, 2 de setembro de 2012

Ama-me hoje

Ama-me hoje
Amanhã é tarde
O essencial não pode ser adiado

Pode ser que os luzeiros se apaguem
As flores murchem
O tempo voe

Ama-me hoje
Quando tu me tens tão perto
E nossas vozes encontram-se tanto
Nossos segredos são tão abertos

Antes que a juventude se despeça
A seiva acabe
O vigor esmoreça

Ama-me, apenas ama-me
É hoje o dia de amar
Esquecer as frustrações
Perdoar o passado
E ser feliz

Pois se os ventos mudarem
Só o amor será âncora capaz de segurar o que importa
E preservar a tranquilidade
Apesar das tempestades

Ama-me hoje
Amanhã é tempo de memória
Quando teremos muito para dizer
Lembraremos nossa história
Celebraremos as vitórias
E esperaremos o que há de vir

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Só Jesus na causa...

Certa vez, estávamos no trânsito, quando começou uma chuva torrencial.

Depois de nos desviar dos caminhos mais alagados e, finalmente, chegarmos a nossa casa, da varanda, pudemos observar uma mulher dentro do carro, no prego, no meio do aguaçal.

Não tínhamos como ajudá-la, pois a água era alta e a correnteza forte, mas sofri ao vê-la ali tão vulnerável, enquanto eu estava na segurança do meu lar.

Fiz uma oração em seu favor, mas fiquei receosa de que essa atitude fosse apenas uma forma de lavar as mãos sem peso ou culpa.

Graças a Deus, ela conseguiu ‘sozinha’ sair daquele sufoco e pode prosseguir a viagem.

Deus nos conclama a ajudar as pessoas indistintamente. É nosso papel estendermos as mãos, arregaçarmos as mangas para trabalhar por quem precisa.

Amar é exatamente isso: estar com o outro em todos os momentos, ainda que isso implique sair da zona de conforto; viver com ele todas as emoções, seja chorando, seja sorrindo.

Jesus mesmo nos diz que quando prestamos assistência a um necessitado é como se
estivéssemos fazendo ao próprio Cristo.

Há algumas circunstâncias, porém, que só podem ser alteradas pelo Todo-Poderoso.

Entregamos o impossível a Deus e Ele nos dá a convicção de que o que é impossível se faz.
...

Alguém me disse que é um ser sem esperança, vagando em um mundo hostil e eu senti muito, principalmente porque não tenho as palavras certas, nem o olhar, nem o carinho que ele precisa para ser liberto dessa angústia.

Fico na dúvida quanto a ser dura ou dócil, se acalento ou se exijo uma reação.

Na verdade, percebo que sou débil e impotente demais.

Sofro por me ver inútil, até que vem ao meu encontro um texto que me consola:

“Presta-nos auxílio na angústia, pois vão é o socorro do homem. Em Deus faremos proezas [...]” Sl 108.12
PV 10.22
Posso ser uma boa companhia, levar belas palavras, abraçar, honrar o próximo, ser até um instrumento útil, mas a cura da alma só se completa quando o Médico dos médicos intervém. É Ele quem nos socorre nos dias maus.

Quando Jonas estava no fundo do mar, nas entranhas daquele enorme peixe, só Deus era capaz de livrá-lo. Ninguém podia imaginar que no imenso oceano um homem jazia dentro da barriga de um peixe. Por mais que imaginasse, seria impossível descobrir dentre a infinidade de espécimes marinhas qual e onde estaria afinal o peixe comilão. Ainda que o encontrasse, muito difícil seria a captura do grandalhão e a minuciosa cirurgia para libertar um homem e pô-lo a salvo.

Não existia ninguém que desse jeito. Jonas sabia disso. Por isso resolveu clamar ao único que poderia salvá-lo.

“Em meu desespero clamei ao Senhor, e ele me respondeu. Do ventre da morte gritei por socorro, e ouviste o meu clamor”. Jonas 2:2

Quando a situação está realmente difícil e não podemos contribuir com simples atitudes, peçamos a Deus que intervenha e salve. Isso não é um estímulo ao descaso com o próximo, mas o reconhecimento de que quem trará o livramento ao final é o Senhor, pois não somos "super-mulheres" ou "super-homens”.

Para concluir, deixo as palavras do poeta indiano Tagore (citado por Brennan Maning, p. 203):

Não, não cabe a você abrir os botões em flor.
Sacuda o botão, golpeie,
Está além do seu alcance fazê-lo desabrochar.
Seu toque o estraga.
Você arranca as pétalas em pedaços
E asperge-as ao chão,
Mas nenhuma cor surge e nenhum perfume.
Ah! Não cabe a você abrir os botões da flor.
Ele que é capaz de abrir o botão o faz tão singelamente.
Ele apenas olha e a seiva da vida se movimenta em suas veias.
Ao seu hálito a flor estende suas asas
E tremula ao vento
As cores lampejam como um anseio do coração,
E o perfume delata um doce segredo.
Ele que é capaz de abrir o botão o faz tão singelamente.

Deus nos ajude!

sábado, 25 de agosto de 2012

Carentes

Há alguns anos, ao visitar um orfanato, surpreendi-me com a reação de um dos bebês que estavam à espera de adoção.

Ele era cego e, ao sentir nossa presença quente perto do berço, estendeu as mãos para que pudéssemos segurá-las.

Ficamos por alguns minutos acariciando suas mãozinhas, enquanto elas nos tateavam.

Quanto acabou nosso tempo ali e tivemos que nos separar, o bebê iniciou um choro sofrido.

Aquela experiência me marcou para sempre. Até então, nunca pensara que um bebê (de poucos meses) sentisse tanta carência.

Ele não sabia falar, nem tinha os pensamentos bem elaborados, mas desejava um colo que o acolhesse, um olhar que o cativasse, como se soubesse que todo ser humano tem a necessidade básica de amar e ser amado.

...

Em proporções diferentes, todo mundo já se sentiu desamparado, menos amado, rejeitado, colocado de canto...

Você era o único a receber as atenções e, de repente, um chorinho estranho conseguiu cativar a todos e ocupar o lugar de caçulinha do lar.

Também os adultos se sentem assim.

Você tinha um relacionamento promissor até se ver abandonada, com uma sensação de que tudo aquilo que viveu foi um mentira, um conto de fadas que nunca existiu.

Eu não sei a sua história, nem o porquê de sua solidão. Talvez, você seja uma órfã que cresceu, ou uma viúva de marido vivo, amiga de seres imaginários, portadora da síndrome do ninho vazio, estrangeira longe do lar, noiva cadáver....

As circunstâncias fazem com que você viva tentando provar que tem algum valor e que merece ser amada, mas parece que quanto mais se empenha nisso, mais se vê aflita, desamparada.

Nisso muitos entregam seus corpos a relações tresloucadas, destituídas de qualquer afetividade, ou acabam se envolvendo com álcool e outras drogas, crentes de que o entorpecimento lhes livrará da dor.

Hoje você age com desconfiança diante de tudo e de todos. Talvez isso lhe afaste até de quem está realmente disposto a lhe estender a mão. Porque pelo menos uma pessoa está com as mãos estendidas: Jesus.

A mensagem da cruz traduz exatamente isso: aceitação.

Deus observou ‘inerte’ aos acoites, contemplou o sofrimento e a morte de seu filho naquele maldito madeiro, porque nos queria de volta, purificados e livres para nos relacionar com ele perfeitamente.

Ele pagou o preço, nos amou de maneira extraordinária. Não precisamos fazer nada para que Ele nos ame, pois o amor dele é incondicional, capaz de restaurar vidas solitárias e habitar nas almas mais desertas.

“Pai para os órfãos e defensor das viúvas é Deus em sua santa habitação. Deus dá um lar aos solitários, liberta os presos para a prosperidade [...]” Salmos 68:5-6

“Quem é como o Senhor, o nosso Deus, que reina em seu trono nas alturas, mas se inclina para contemplar o que acontece nos céus e na terra?

Ele levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre, para fazê-los sentar-se com príncipes, com os príncipes do seu povo.

Dá um lar à estéril, e dela faz uma feliz mãe de filhos. Aleluia!" Salmos 113:5-9

Renda-se a esta verdade: Jesus ama você!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sobre o perdão

Conta-se que uma mulher apareceu em uma cidade, dizendo que constantemente encontrava-se com Jesus e ficava conversando com Ele por horas.

Um reverendo, curioso com a história, chamou-a e lhe fez um pedido:

- Da próxima vez que a senhora se encontrar com Jesus, pergunte a Ele quais foram os pecados que confessei no último domingo.

- Tudo bem- ela assentiu.

Alguns dias depois, ela procurou o homem para lhe dar o resultado.

- E aí, minha filha? Você se encontrou com Jesus?

- Sim.

- E o que ele respondeu? Ele lhe disse quais os pecados que confessei no domingo?

Então ela contou:

- Reverendo, as palavras dEle foram exatamente estas: eu não lembro.
...

Tenho uma amiga que há tempos não falava com o pai. A relação entre eles era muito complicada, principalmente porque ele sempre fora um pai ausente.

O Dia dos Pais para essa amiga era triste, era quando ela mais sentia falta do contato paterno e quando as lembranças negativas sobre seu pai vinham mais nítidas.

Um dia, um pastor lhe aconselhou a procurar o pai e perdoá-lo. Inicialmente, aquela proposta lhe pareceu impossível. Como perdoar alguém que lhe fez tanto mal?Alguém que não demonstrava qualquer interesse por sua vida? A essas questões, somava-se o medo de uma nova rejeição.

Então ela começou a orar a respeito e acabou indo ao encontro do pai. O pai recebeu-a com alegria, reconheceu que tinha errado e que estava disposto a tentar novamente.

Hoje eles se encontram de vez em quando e o Dia dos Pais para ambos é um dia feliz.

Perdoar é um grande desafio, um processo que se inicia com a decisão de nadar contra a maré de sentimentos e se desintoxicar de um veneno mortífero: o rancor.

O rancor imortaliza as cenas de agressão e as reprisa constantemente. Além disso, paralisa nossa disposição positiva em relação ao agressor e cria uma barreira invisível e inviolável que não consegue decifrar a mensagem: perdão.

Nos relacionamentos humanos não é incomum haver intrigas e dissensões. Quanto mais próximos, mais oportunidades para que tanto amor, como ódio se desenvolvam. Se pequenas palavras criam cicatrizes que parecem incorrigíveis, imagine grandes ataques.

Vaidade e orgulho devem ser desarraigados, pois seus frutos são amargos, e suas raízes destroem tudo que se levanta de bom naquele solo. Precisamos desativar os campos minados existentes em nossos corações, antes que as bombas explodam e acabem com tudo.

Precisamos aprender a amar como nosso Pai celeste.

Nós éramos escravos do pecado até que ele quebrou nossas algemas. Quando confessamos nossas agressões, Ele as lança no mar do esquecimento.

Só o Amor é capaz de fazer isso. Ele é a chave que, finalmente, destranca os cadeados e liberta de vez.

Deus nos ajude a perdoar, assim como Ele nos perdoa.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Gente boa também sofre

Algumas vezes já reclamaram do desfecho de um dos personagens do meu livro “A Terra dos Sonhos Mortos”.

É que (quase) todo mundo quer que as histórias tenham finais felizes... Que a mocinha se case com o príncipe, que os bons vençam, prosperem e nunca adoeçam... Que a morte seja reservada aos vilões, que só eles sofram as agruras da vida.

A ideia que predomina é a de que os bons só experimentam coisas maravilhosas. Por isso, diante da dificuldade, muitos pensam que estão sendo castigados por Deus, mas não é bem assim que as coisas funcionam.

Gente boa também se cansa, se chateia. Gente boa perde, tem dor de barriga e bolso apertado.

Bons ou ruins, não estamos livres das tempestades. Da mesma forma acontece com as benesses... Deus “faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal.” Mt 5. 45

Então, qual a vantagem de ser bom? E, afinal, quem é bom?

Se formos nos apegar ao sentido puro da palavra, só Jesus é bom. Mas quando nos identificamos com Cristo e o aceitamos como Senhor e Salvador de nossas vidas, somos lavados em seu sangue, justificados por Ele e apresentados igualmente puros. Ou seja, no sentido aqui colocado, a bondade não seria uma característica própria, personalíssima, mas um atributo atribuído àqueles que seguem a Jesus.

Ser um discípulo não significa estar livre dos sofrimentos, como prega a teologia da prosperidade. Às vezes, as lutas surgem até maiores. A diferença tem a ver com propósitos.
Há um registro bíblico (Jo 9) que ilustra bem essa questão.

“Jesus ia caminhando quando viu um homem que tinha nascido cego. Os seus discípulos perguntaram: - Mestre, por que este homem nasceu cego? Foi por causa dos pecados dele ou por causa dos pecados dos pais dele? Jesus respondeu: - Ele é cego, sim, mas não por causa dos pecados dele nem por causa dos pecados dos pais dele. É cego para que o poder de Deus se mostre nele. ”


Depois de ter dito essas palavras, Jesus curou o homem de sua cegueira e esse desenvolveu uma fé mais consistente. Mais tarde, quando questionado, aquele “ex” deficiente visual pode falar com segurança:

“- Desde que o mundo existe, nunca se ouviu dizer que alguém tivesse curado um cego de nascença. Se esse homem não fosse enviado por Deus, não teria podido fazer nada”.

Fé, paciência, perseverança, esperança. Quando Deus permite aos seus alguma difícil prova, há sempre algo bom por trás de tudo, pois a verdade é que Ele nos ama.

Ao longo de minha vida, conheci alguns homens e mulheres bons. Eles conviviam com os problemas reais a que todos estão expostos (violência, doença, dificuldade financeira, frustrações amorosas, etc), mas em seus olhos havia uma luz, uma esperança que sobrepujava todos os horrores.

O apóstolo Paulo passou por muitas lutas até aprender a ser feliz em toda e qualquer situação. É Ele quem nos incentiva:

“Não nos cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita. Portanto, sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos [...]”

Nossa confiança, aliada à fé, é que nos fará compreender os propósitos de cada tempestade.

Faço minhas as palavras de Brennan Manning “O amor de Cristo inspira a confiança de agradecer a Deus a dor-de-cabeça incômoda, a artrite tão dolorosa, a escuridão espiritual que nos envolve; de dizer como Jó: temos recebido o bem de Deus; não receberíamos o mal?”

Deus nos ajude!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Amanhã, o que será?

Você já preparou a roupa, programou o despertador, pensou em todas as suas atividades, sofreu ao repassar a rotina e lembrar todos os problemas a resolver.

Programou algumas saídas, alguns encontros...

A semana está só começando e parece que nunca vai acabar...

Mas hoje nada disso me interessa. Só quero saber:

Como está seu coração? Como está a sua alma?
...

Nesse último fim de semana, saímos do hotel. Agora estamos em um apartamento novo e arejado.

Mais uma vez, percorremos lojas de móveis para equiparmos o novo canto.

Como não sabemos quanto tempo vamos ficar por aqui, compramos apenas o básico, o essencial. Nada de peças sofisticadas ou acessórias.

Tantas mudanças têm nos feito compreender a brevidade desta vida e entender sobre prioridades.

De que adianta termos belos quadros nas paredes, se nos falta a geladeira ou a cama? Da mesma forma, de que adianta a riqueza material, se somos espiritualmente decadentes?

Há alguns meses, Lívio sonhou que ganhava alguns milhões na loteria. Ele, que nunca tinha jogado antes, resolveu tentar. Diante da simples expectativa de sairmos vencedores, fiquei eufórica ao pensar em quantas coisas poderíamos realizar. Os pensamentos foram evoluindo, evoluindo até me deixarem bastante preocupada. Conclui que eu não estava preparada para ser milionária assim de uma vez.

Nesta terra, tudo passa. No pouco tempo que tempos, resta a nós ter discernimento para priorizar o que realmente importa.

Não é à toa que Jesus nos deixou um alerta em Mc 8.34-38:

- “Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa e por causa do evangelho terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que possa pagar para ter de volta esta vida”.

Um dia seremos apenas lembrança no passado de alguém. O que deixaremos? O que levaremos?

Apenas permanecem o amor e o que os nossos olhos não podem contemplar.

Pare e pense.

Uma feliz semana pra vocês!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Bom começo, Bonfim!

Quando adentramos o quarto, onde passaríamos a noite de núpcias, e me olhei no espelho, ainda com o vestido de noiva, sorri feliz.

Depois de quase sete anos de namoro e tantas confirmações de que nossa história daria certo, o “enfim sós” tornara-se um momento bem esperado.

Por isso a alegria tomou conta de mim. E nós celebramos cada minuto do início de nossa vida a dois, sendo um...
...

Um ano se passou desde aquela noite de 30 de julho de 2011.

Parece pouco, quando penso em tudo que vivemos juntos. Tantas cidades, tantas mudanças, tantas lembranças... Perdas e ganhos...

Depois da festa, dos sonhos de princesa, vem o período do “até que a morte nos separe”... E nesse tempo nem tudo são flores.

A vida é cheia de altos e baixos, mas louvo a Deus, por poder subir e descer com você. Por ter alguém com quem sei que posso contar sempre.

Em todas as estações, em todos os lugares e situações, escolho estar ao seu lado.

Um dia desses a gente enfrentou uma chuva torrencial e com vento (friiioo), debaixo de um único guarda-chuva, enquanto procurávamos um sofá para o apartamento de Floripa... Ficamos ensopados.

Agora em Corrente organizamos mais um cantinho pra morar, e m um novo contexto, em outro clima.

É assim o amor. Permanece em todas as estações. Esquenta no inverno, floresce na primavera, alivia no calor, renova-se no outono pra viver tudo de novo.

Se antes eu lhe conhecia só em parte, hoje já lhe conheço mais um pouco. Agora posso lhe
ver, dormindo e acordado, e descubro todos os seus detalhes.

Se antes eu não conhecia o seu choro, hoje sei as cores de suas lágrimas, as nuanças de seu sorriso.

Hoje lhe amo mais.

É apenas o começo. O primeiro de muitos anos.
...

Sempre me lembrarei da “nossa” noite como a melhor.

Nunca me esquecerei do sorriso com que fui recebida no altar, nem de suas orações sinceras, seu olhar terno, sua declaração cantada... O amor de Deus sendo derramado...

Um começo maravilhoso para a vida nova...

Amo vc!



domingo, 29 de julho de 2012

Tempo


Hoje, em um típica manhã de domingo, eu estava sentado na classe, quando chegou um senhor de cabelos brancos e olhos cansados, procurando o seu lugar reservado próximo ao professor. É que o velhinho já não escutava bem, e tinha todo o cuidado para não perder nenhuma palavra do estudo bíblico.

Simplesmente divaguei com aquele senhor tão esforçado. Que homem admirável! Pensei. Gostaria de ser assim na sua idade.

A Bíblia nos fala em Ec 12. 1:

“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos, dos quais venhas a dizer: não tenho neles contentamento" E em seguida, nos versos 13 e 14, arremata “Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e guarde os seus mandamentos, pois isso é o essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal”.
...
Como o tempo passa ligeiro... Amanhã faz um ano que eu e Lara nos casamos. Passamos pelas mais diversas experiências, moramos em quatro cidades, muitas mudanças, longe da nossa casa, da nossa gente, conhecendo inúmeras igrejas, costumes, uma infinidade de momentos em 12 meses que voaram.

Quando fecho os olhos, lembro o dia em que meu encabulado sogro trouxe-me o meu maior presente. Um sonho que se materializava ao som de “Her most beautiful smile”. Uma memória que me traz esperança. O símbolo da bondade de Deus em minha vida.

Sim, é ela mesma, Lara Larissa Bonfim, minha amada esposa, que nos tem alegrado com a palavra do Senhor. É com ela que tenho vivido os dias mais alegres da minha vida, tentado andar nos caminhos do Senhor e ao lado de quem eu quero envelhecer.

Feliz um ano, minha menina!
...

Quando penso nisso tudo, percebo que a vida é curta e que precisamos saber viver, como diz aquele música.

Talvez por isso, não me contive, dirigi-me ao velhinho e lhe dei um grande abraço, declarando que ele era um grande exemplo pra mim. Ele sorriu e disse: se eu posso ir pra qualquer lugar, quanto mais para a casa do Senhor. E saiu calmo, sereno e tranquilo, aos seus 94 anos e 09 meses bem vividos.

Meu amor, que nós possamos combater o bom combate, aproveitando cada momento de nossas vidas na presença do Senhor!

Abraço,

Lívio Bonfim

sábado, 28 de julho de 2012

Sobre uma piauiense...

Sarah Menezes. Encontrei-a por acaso, andando pelas ruas de Teresina, simples e obstinada.

Observei-a de longe, enquanto ela esperava pelo ônibus. Fiquei pensando em sua garra. Um talento bruto, uma pedra preciosa do esporte piauiense, vagando despercebida pelas ruas da cidade.

A gente assistia pela TV a sua dificuldade para conseguir um patrocínio que bancasse suas viagens, seus treinos e toda estrutura que um atleta precisa ter.

Se fosse nos Estados Unidos... – Cheguei a pensar.

Mas ela não precisou nascer em um País em que os governantes apoiam o esporte, nem em um Estado que desenvolve seus talentos... Apesar das condições adversas, Sarah continuava fazendo o que ela mais sabia: lutar.

Seu olhar estava fito em seu sonho, não nas dificuldades...Como dizem, “brasileiro não desiste nunca.”

Por tudo isso, foi impossível não me emocionar ao vê-la entrar para a história do esporte nacional como a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro numa Olimpíada nesta modalidade esportiva.

Suas lágrimas refletiam os anos de luta, de esforço. Uma sobrevivente que foi adiante e venceu.

Sua vitória traz autoestima para o povo piauiense, traz inspiração... Faz-nos ver que as lutas existem para serem vencidas e os desafios para serem superados...

A pobreza, a seca, a miséria, normalmente associadas ao nosso Estado pela mídia, dão lugar para as cores brilhantes da conquista. A menina, normalmente esquecida até pelos conterrâneos, hoje estava nos televisores do mundo inteiro, marcando a história.

Na entrevista, após a disputa, Sarah disse emocionada: agora as coisas vão mudar.

As coisas vão mudar. Eu acredito, Sarah Menezes. Que seu trabalho seja reconhecido e que você sirva de exemplo para muitos piauienses...

Que nós mudemos também! Que não vivamos a olhar para nossas feridas, nem para as escassezes do passado, afinal “não importa como começamos, mas como terminaremos”.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Espera em Deus

Nessas viagens que tenho feito, muitas são as histórias (verídicas) que me contam. Lembrei de uma delas hoje e quero compartilhar com vocês...

É sobre uma noiva que sonhava com o casamento que se aproximava.

Na pequena cidade, só se falava sobre isso. Dias antes da festa, alguém lhe alertou a não andar tão eufórica e rapidamente em sua moto, mas a noiva era uma felicidade só. Cortava a cidade e, por onde passava, saía espalhando:

-Meu casamento será um acontecimento inesquecível. Esta cidade nunca viu coisa igual. Serão tantas flores...

De fato, foi um evento inesquecível. A igreja estava cheia de flores, como nunca vira aquele Município, mas, no lugar da alegria planejada, havia luto.

No dia do casório, a noiva saiu cedo para resolver os últimos detalhes da cerimônia. Ela, como de costume, saiu rápido em sua moto e acabou invadindo a preferencial, sem visualizar o carro que veio a lhe abalroar. Foi uma morte súbita. Os convidados puderam vê-la em suas vestes nupciais, mas sem vida.
...

Talvez você esteja pensando: que história mais triste... Eu, que queria tanto uma narrativa empolgante...

Mas as tragédias também acontecem. É a parte amarga da vida e também a mais difícil de digerir...

Violência, catástrofes naturais, dificuldades financeiras, decepções amorosas e profissionais, morte... Grandes perdas que repercutem amplamente, que nos fazem, por um momento, perder o chão, sentir-se só... Mas temos que seguir em frente...

A esperança ressurge quando descobrimos que não estamos sozinhos. Junto de nós está o silêncio, a esperança, o mistério do que virá, as lembranças, os sentimentos mais íntimos. E o melhor: estamos juntos de Deus. É o que Ele nos garante em sua Palavra:

“Ele fica perto dos que estão desanimados e salva os que perderam a esperança”. Sl 34.18
...
Esses dias, li a história de um tigre que estava perseguindo um monge. Na tentativa de sobreviver, o monge correu com todas as suas forças. De repente, ele teve que parar, pois se viu à beira de um abismo.

Olhou para trás e deu de cara com o tigre rugindo, pronto para atacar. O monge, então, notou uma corda, que pendia da beira do precipício. Ele segurou-a e começou a descer o despenhadeiro. Por um instante, o monge se sentiu aliviado até olhar para baixo e perceber uma grande extensão de rochas pontiagudas.

Que situação! Se subisse, o tigre faminto estava pronto para devorá-lo; se descesse lá estavam afiadíssimas pedras.

Como se não bastasse, ainda apareceram dois camundongos que começaram a roer a corda.
E agora?

O monge resolveu esquecer de tudo e se concentrar em uma única coisa: um morango que estava ao alcance de suas mãos. Depois de comê-lo, o monge exclamou:

- Que delícia. Esse é o melhor morango que já comi na vida.

Seu passado pode ter sido difícil. E vez por outra, como um tigre, insiste em rugir para você. O seu futuro talvez não pareça tão promissor. Deixe de olhar para trás ou adiante, veja os morangos que Deus hoje mesmo oferece pra você saborear.

As dificuldades vêm e revelam quão frágeis somos. Quando nos vemos nus, percebemos nossa vulnerabilidade. Mas Deus está perto e Ele tem coisas boas para nós.

“Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”. Sl 42.5

No tempo certo Ele nos trará o socorro.E nós o louvaremos, louvaremos, louvaremos...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sobre a amizade

Meu primo passou alguns dias em uma tribo indígena e acabou fazendo algumas amizades por lá. Tempos depois, ao retornar àquela aldeia, ele ficou surpreso quando seus amigos índios levaram-no para a floresta e lhe mostraram várias pegadas na areia.

- De quem são essas pisadas? – quis saber.

Os índios lhe disseram que pertenciam a ele. Desde a última visita de meu primo, seus amigos preservaram as suas pegadas, escondendo-as do tempo, do vento... Sempre que eles passavam ali por perto, tiravam as palhas que protegiam as pegadas e se lembravam do amigo branco, chorando de saudade.

Que bela demonstração de afeição, hein?!

Um verdadeiro amigo faz isso: guarda as marcas do outro na memória, de tal maneira que nem o tempo, nem o vento conseguem apagá-las.

A distância não é capaz de por fim a uma amizade verdadeira, pois um amigo sente o outro, chora e se alegra com ele, sente falta e celebra quando está perto. Os gestos, o sorriso, as palavras do amigo, vez por outra, são lembradas...

A amizade faz nascer dentro de nós um vínculo tão intenso, que vai além do sanguíneo...

“[...] há amigos mais chegados que um irmão.” Pv 18.24

Indiferença não cabe dentro de uma relação de amizade, nem mentiras e falsidade, pois ser amigo é compartilhar segredos e desenvolver a cumplicidade.

Isso me faz lembrar daquela canção que diz...

“[...] Seja você quem for
Eu te conheço muito bem
E isso faz bem pra mim
Isso faz bem pra vida
Onde quer que vá
Eu vou estar também [...]
Bendito
Encontro
Na vida
Amigo
É tão forte quanto o vento quando sopra
Tronco forte que não quebra, não entorta
Podes crer, podes crer,
Eu tô falando de amizade” (Cidade Negra)

Jesus é o modelo de amigo de verdade. Quero aprender com ele, quero ser capaz de me doar como ele.

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.

Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno.

Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido”. Jo 15:13-15

Agradeço a Deus por meus amigos. Amigos de sangue ou de graça; amigos de perto ou de longe, mas sempre próximos. Aqueles que oram, torcem e sentem comigo. Aqueles que me ajudam a seguir e não deixam minhas marcas se apagarem...

Que o Amigo dos amigos os abençoe sempre! Amo vocês!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Gatos de hotel

Mamãe, assim que casou (e teve que assumir uma casa e todas as implicações disso: cozinhar, lavar, passar), sugeriu para meu pai:

- Bem que a gente poderia morar em um hotel...

Mãe, em mais uma temporada morando em hotel, posso lhe assegurar: viver em hotel não é vida mansa, como se pensa.

Apesar de acordarmos com o café no ponto, voltarmos do trabalho e encontrar o quarto arrumado, nada se compara a uma casinha com suas rotinas diárias.

Uma suíte e uma pequena varanda é o espaço que temos para dividir e alojarmos as malas, os livros, os móveis... Até para estender as calçinhas tenho que improvisar um lugar.

Às vezes cansa essa vida de hotel. Eu e Lívio ficamos nos revezando entre a cama e a única cadeira. E agora, pra completar, queimou a luz do quarto, o que tornou nossas distrações ainda mais limitadas. A possibilidade de escrever é que me salva, pois posso fazê-lo mesmo no escuro, em qualquer circunstância.

Mas a vida no hotel também reserva alguns aprendizados, algumas vivências importantes.

Por exemplo, aqui não tem espaço para cara feia. Tenho que conviver em harmonia com o marido, afinal só temos um cômodo, não tem como virarmos as costas, é tela com tela o tempo inteiro (tela linda a dele, graças a Deus!).

Também muitas são as novidades. Tantos viajantes, cada um com uma história mais fantástica. Mentiras, verdades... Até adeptos de balonismo e representantes de revistas de aventura já se hospedaram por aqui. E nós só absorvendo...

Nossos vizinhos não são os mesmos, mas os que ficam por mais tempo acabam se tornando amigos e as paredes passam a ter ouvidos e bocas, pois são através delas que nos comunicamos.

Por mais difícil que, às vezes, pareça não ter um cantinho pra chamar de seu, não ter uma mesa pra compartilhar com os familiares e amigos, nem um endereço certo pra receber encomendas... Sei o quanto tem sido importante essa experiência, pois quando vivemos em um mundo tão pequeno somos obrigados a ampliar o nosso próprio horizonte e contemplar o que se mostra adiante...

E nós vamos deixando as manias que as regalias do “lar doce lar” nos oferecem e descobrindo nossos limites e a nossa resistência...

Creio que é apenas um tempo. Não sei do nosso futuro, apenas que carregaremos essas vivências em nossas malas para sempre.

domingo, 15 de julho de 2012

Eu quero um amor assim

Hoje li um relato do médico Richard Selzer (citado por Brennan Manning, no livro O Evangelho Maltrapilho, p.107) e quero compartilhar com vocês:

“Estou em pé junto ao leito onde jaz uma jovem, seu rosto em pós-operatório; sua boca, retorcida com paralisia, tem um quê de palhaço. Um minúsculo ramo do seu nervo facial, aquele que controla os músculos da boca, foi removido. Ela ficará assim daqui em diante. O cirurgião havia seguido com religioso fervor a curvatura da sua carne, isso eu podia garantir. No entanto, para remover o tumor de sua bochecha, tive de cortar aquele nervinho.

O jovem esposo dela está no quarto. Ele está em pé no lado oposto da cama e juntos eles parecem habitar a luz vespertina da lâmpada, isolados de mim, num mundo particular. Quem são eles, pergunto a mim mesmo, ele e esta distorcida boca que fiz, que olham-se um ao outro tão generosamente, com tanta avidez? A jovem fala:

- Minha boca vai ficar assim para sempre?

- Sim – digo. – Vai ficar assim porque o nervo foi cortado.

Ela assente e silencia. Mas o jovem sorri.

- Eu gosto – ele diz - Acho uma gracinha.

[...] Sem nenhum constrangimento, ele inclina-se para beijar a boca torta, e estou tão perto que consigo ver como ele entorta seus próprios lábios para ajustá-los ao dela, para mostrar-lhe que o beijo deles ainda funciona.”

O amor de Cristo por nós é assim. Um amor que vai além de estereótipos, de limites razoáveis, de lógica ou aceitação...

Eu quero um amor inspirado em Cristo: paciente, bondoso, que não inveja, não se vangloria, não se orgulha, não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Um amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Co 13:4-7).

Ler sobre esse tipo de amor até me emociona. Estamos tão acostumados a associar o amor a combinações de beleza, a jogos de interesses, que quando ele aparece em sua forma genuína, ficamos assombrados, admirados.

Quando esbarramos na rua com essas demonstrações amorosas sinceras até desconfiamos.

Antes de começarmos a namorar, vez por outra, Lívio me convidava para jantar. No restaurante, ele sempre ajeitava uma cadeira para sentar e eu sentava em outra. Depois de essa cena repetir-se algumas vezes, ele acabou me perguntando:

-Por que sempre puxo uma cadeira pra você e você senta em outra?

- Não estou acostumada a cavalheirismos. Na dúvida se a cadeira era pra mim, preferia sentar em outra.

Que mico, hein?!

Mas a verdade é que o tempo todo estamos dando foras como esse. Deus nos oferece banquetes e puxa cadeiras para que possamos usufruir de seu maravilhoso amor e nós, tão distraídos e desconfiados, acabamos rejeitando o convite.

Deus diz para os maridos amarem suas esposas como Cristo amou a Igreja. É um amor que envolve sacrifício, capaz de dar a sua própria vida, mesmo que o ser amado não pareça merecedor.

Cresci ouvindo a história de meus bisavós. Eles faziam tudo juntos, até comiam no mesmo prato. Nos últimos dias de sua vida, ele só queria que minha bisavó ficasse ao seu lado, segurando-lhe as mãos.

O amor de Deus é perfeito e só Ele pode nos aperfeiçoar no amor. Peçamos a Ele dessa Graça.

sábado, 7 de julho de 2012

Sobre o amor e os sapatos

Sabe o amor? O amor no sentido “quero estar pra sempre ao seu lado, compartilhar todos os momentos, encontrar de manhã sua cara amassada, proteger, cuidar, beijar”...

Pois é. Esse amor um dia acontece. E cabe a nós a decisão de cultivá-lo até vê-lo bem velhinho e sempre cheio de vitalidade.

Uma tia-avó , vez por outra, me conta a história de sua mãe (minha bisavó), que nasceu de sete meses, tão pequenina que cabia em uma caixa de sapatos, em uma época de medicina falha. Ninguém dava nada pela menininha, mas ela cresceu e viveu saudável por longos 100 anos.

Assim também acontece com o amor. Um encontro inesperado, um início inexpressivo, uma fagulha que com um sopro pode virar fogo alto, constante, que não apaga.

Eu acredito no amor. Nesse simples, que independe de glamour, que não sucumbe diante das paixões que aparecem ao longo do caminho, nem foge com as primeiras dificuldades.

O amor da saúde e da doença, da escova compartilhada, da alegria e da tristeza, até que a morte os separe. O amor decisão, que não se sustenta em emoções inconstantes, nem balança com os ventos, mas permanece vivo como compromisso eterno.
...

Semana passada, meu cunhado casou. Estivemos em Natal-RN para celebrarmos tão precioso momento e foi impossível não se emocionar... Os noivos lindos, sorridentes, os convidados festivos e as histórias de bastidores que nunca faltam nos grandes momentos.

Separei uma delas para compartilhar com vocês. Um casal de padrinhos se atrasou e só conseguiu chegar depois da entrada de todos e com a cerimônia já em andamento. O motivo? O salto dela quebrou e eles tiveram que fazer uma parada no Shopping antes de seguirem para a Igreja. A esposa, toda arrumada, esperava no carro enquanto o marido se desdobrava entre escolher sandálias e levar para ela experimentar até que encontrasse um par que se encaixasse.

Como na história da Cinderela. Como nas histórias de amor.

Você quer alguém que se encaixe em seu perfil, em sua personalidade, em seus valores e princípios. Você quer alguém que lhe deixe confortável, que lhe traga segurança, lhe proteja e não lhe seja pesado. Alguém que você ame tanto que o considere uma presença indispensável. Alguém para quem você não precise dizer:

- Larga do meu pé!

Eu penso assim em relação aos sapatos. Agora então que tenho ido a pé para o trabalho, prefiro as sapatilhas, mesmo que não tenham a elegância dos saltos altos.

Eu penso assim com relação aos relacionamentos amorosos. Se seu pé não está encaixando em nenhum sapato, arrume-se, esteja preparada e atenta aos pares certos.

Se você já tem o calçado, mas o salto quebrou, e você tenta seguir adiante, mas está trôpega e prestes a cair, peça a Deus restauração.

O amor é possível. Talvez você nem acredite mais nisso. Tantas foram as histórias, as desilusões. Talvez sejam os outros os descrentes, seus amigos dizem que não tem mais jeito para o seu casamento. Deus diz: Eis que faço nova todas as coisas.

Busque a Deus. Ele é Amor. Ele pode tudo.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sobre o amor e o sexo

O que é amor nos tempos atuais? Andam invertendo tanto as coisas, mas alguns conceitos não podem se perder.

Amor é o cerne de uma comunhão sincera, é o começo e o fim de tudo...

Ontem li em um site de notícias a história de uma mulher que em 10 horas teve relações sexuais com 251 homens. O que mais me chocou nem foi a “façanha” dela (que no passado fora vítima de estupro e agora apenas deixa transparecer as marcas e os frutos da violência vivida), mas como a mídia encarou seu “feito”.

“Revolucionária” foi como lhe apresentaram. E apesar de terem questionado sua atitude, reforçaram mais a ideia de que o sexo libertino pode ser uma forma de afirmação social, um grito contra a sociedade machista.

Alguém uma vez me disse que admirava muito sua amiga, que não tinha marido fixo, mas se relacionava com vários homens indistinta e descompromissadamente. Para ela, a amiga era uma figura independente, livre, dona de si.

Não estou aqui para julgar ninguém, mas, para mim, quem age como a mulher da reportagem é como uma máquina desregulada, não um modelo de sexo livre.

Aqui nós entramos naquela velha diferença (que nossas avós costumavam repetir) entre liberdade e libertinagem.

O sexo (verdadeiramente) livre é o encontro de duas pessoas que se amam e que, por isso, escolheram compartilhar mais que uma noite, uma vida juntos. São dois corpos, duas almas, que se misturam até parecerem um.

Sensibilidade, cumplicidade, amor são inerentes a uma relação que se pretenda livre. O “sexo pelo sexo” é um vazio, uma corrente que aprisiona, que escraviza.

Algumas pessoas começam a se envolver assim “de brincadeira” e mais tarde sofrem as amarguras de um encontro descontextualizado e sem prumo.

A Bíblia não deixa de se posicionar sobre o assunto...

“Que o casamento seja respeitado por todos, que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro. Deus julgará os imorais e os que cometem adultério”. Hebreus 13:4

“[...] Mas, por causa da imoralidade, cada um deve ter sua esposa, e cada mulher o seu próprio marido. O marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. 1 Coríntios 7:2-4

“Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá”. 1 Coríntios 13:3

Esses textos parecem duros para uma sociedade que prega que ninguém é de ninguém.

Para mim, são palavras inspiradas por Aquele que tudo sabe, por Aquele que criou tudo, inclusive o amor e o sexo.

Deus nos ajude a resgatar e a preservar a pureza em nossos relacionamentos!

É tempo de mudança!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Viver

Amanhã é o aniversário do Lívio e eu não poderia deixar passar em branco esta data.
...

Viver é um exercício.

É dar o primeiro passo, é cair, é levantar, é seguir, crendo que dias felizes virão.

Viver é contabilizar perdas e ganhos.

Acho que você não imaginava que, ao entrar na casa dos trinta, teria tantas experiências, tantas emoções: vitórias, casamento, perda de alguém tão querido, viagens, frustrações, mudanças, mudanças, mudanças...

Esse ano de experiências mil lhe tornou mais maduro, mais forte, mais completo.

Viver é realizar e sonhar.

Apesar de tantos acontecimentos, seus sonhos não foram plenamente realizados, nem suas dificuldades totalmente desfeitas, mas isso nem poderia acontecer, pois, se assim fosse, o que restaria pra se viver?

Viver é manifestar a glória de Deus.

Através de nossas atitudes, devemos revelar Deus, que habita em nós. Se não alcançarmos essa verdade, estaremos fadados à morte eterna, pois viver sem Deus é morrer em vida.

Viver é amar.

O tempo passa e leva com ele as lutas, as dificuldades e até mesmo muitas vitórias. Mas o amor fica. Permanece mesmo quando a chuva não precipita, mesmo quando o sol parece que não vai nascer.

Hoje só queria lhe dizer que lhe amo todo, sempre e mais um pouco.

Louvo a Deus por tê-lo por perto, por poder celebrar com você mais um ano de vida.

Quero vê-lo velhinho e comemorar ainda muitas vezes esta data! Quero ver sempre o seu sorriso lindo.






segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quero sentir com você

Oi, gente! Esses dias eu estive um pouco sumida, pois estava envolvida com mais uma despedida, mais uma chegada, mais uma mudança.

Depois de quase um mês em Bom Jesus-PI, agora estou em Corrente-PI ao lado de meu marido.

Agradeço a todos que estiveram orando por isso.

Cada vez mais percebo que Deus conhece nossas necessidades e, no momento certo, as supre.

Abaixo, despedida de alguns colegas de Bom Jesus.


...

Nos dias mais difíceis quem mais me confortou foi quem tomou para si a minha dor e, diante de minhas lágrimas, chorou comigo. Quem focou em mim olhos amorosos e me trouxe esperança, não palavras levianas...

Eu me envergonho ao pensar que, muitas vezes, soltei palavras ao vento, preocupei-me mais em desenvolver teorias que consolaram menos que assolaram.

Hoje percebo que se realmente quero ajudar, primeiro devo ser solidária ao sentimento alheio.

É o que aprendo na Bíblia:

“Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram”. Rm 12:15

Não preciso derramar diante do ferido lindas e sábias palavras. O que o ferido mais necessita é de bálsamo.

É o que aprendo ao ler o livro de Jó.

Jó estava vivendo um momento terrível em sua vida. Seus amigos foram até ele para ajudá-lo. Jó precisava de carinho e esperança, mas seus amigos se concentraram muito mais em lhe explicar os motivos e as possíveis soluções para aquela tormenta. Discorreram em suas teorias, acusaram o amigo, deixando-o em uma situação muito mais inquietante.

Tenho que ir além, afinal “O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica.” 1 Coríntios 8:1

Só quem ama é capaz de sentir o outro e ajudá-lo verdadeiramente.

Quero ser menos palavras, mais bebida.
...

Às vezes, o silêncio é o melhor argumento e a eloquência, por mais elaborada que seja, a possibilidade do caos.

Eu e minha boca!- às vezes penso. E me arrependo por ter deixado escapar uma palavra que não merecia ter vindo à tona.

E eu até tento afogá-la, apagá-la, mas não dá. Depois de viva, a palavra não morre. Pode até se transformar, mas morrer não.

E o pior é que depois de perceber nossa estultícia, a gente ainda a repete.

É mesmo difícil controlar a língua. Por isso, no livro de Tiago, encontramos:

“Toda espécie de animais, aves, répteis e criaturas do mar doma-se e é domada pela espécie humana; a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim! Acaso pode sair água doce e água amarga da mesma fonte?" Tiago 3:6-11

Conheço uma garotinha que admiro demais. Ela usa pouco as palavras, mas suas expressões são audíveis.Devo me inspirar mais nela e perder essa mania de defender tanto meus pontos de vista.

Talvez se eu ficasse mais calada, teria mais oportunidade de falar com as atitudes.

Deus os abençoe!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Viva hoje

Às vezes, fecho os olhos e a vejo em seu ritmo. Ela era tão dinâmica e vigorosa, que a doença não conseguiu dominá-la.

Ela ia para as quimioterapias, como quem ia para o trabalho. E as vezes que eu a acompanhei, pude admirá-la mais.

Hoje minha sogra faria 56 anos. Apesar de ela ter passado seu último aniversário em um hospital, recuperando-se de uma cirurgia, nunca pensei que este ano ela já não estaria ao nosso lado.

Mas Deus tem seus propósitos. Desígnios tão elevados que eu, tantas vezes, sou incapaz de compreender. O que sei é que os planos divinos são os melhores, mesmo que, em um primeiro momento, me façam mais triste, menos estimulada.

Ao longo da vida, tenho visto que, de fato, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”.

Meu lado humano (é claro) gostaria que ela ainda estivesse aqui. Mas quando contemplo com os olhos da fé, entendo que ela está melhor; entendo que esta vida é passageira, que somos temporais, que nossa alma é eterna e que, por isso, devemos viver intensamente.
...

Percebo que deveria celebrar mais, viver cada momento como único e especial. Às vezes, a gente vive de expectativas e transfere para o futuro a nossa felicidade.

Amanhã terei isso e aquilo. Amanhã serei mais sereno e tranquilo. Amanhã verei o que é realmente bonito. Amanhã poderei fazer o que finalmente me fará bem.

Fechamos os olhos para as belas paisagens de nosso caminho e esquecemos de desfrutar de tudo o que já temos.

As vitórias passam batido, as frustrações são ruminadas.

Quero aprender a festejar. A escancarar o melhor sorriso, a agradecer ao Deus que tudo me deu. Não deixar passar em branco os aniversários, os nascimentos, as conquistas...

Quero viver e deixar rastros que levem a Cristo, marcas que tragam a paz.

Quero amar e agir conduzida pelo Amor. Acariciar, acolher, falar palavras bondosas...

Quero esperar menos de mim. Estar disponível para realizar os propósitos de Deus. Cumprir minha missão hoje, pois amanhã pode ser que eu não esteja mais aqui.
...

Hoje é Dia dos Namorados. Festeje o seu amado. Mande flores, dance com ele. Enquanto as flores estão aí, enquanto o movimento existe, enquanto ele está ao seu lado.

Quem está sozinho também tem motivos para comemorar. Não fique choramingando pelo amor que ainda não veio, celebre por tudo que você já tem e por tudo que Deus ainda fará.

sábado, 2 de junho de 2012

Meu lugar seguro

Hoje alguém leu para mim uma definição que achei interessante. “Depressão é viver do passado. Ansiedade é viver do futuro.”

Melhor que viver de passado ou de futuro é em todo o tempo confiar nos propósitos de Deus para nossa existência.

Precisamos parar um pouco e refletir...

1) Sobre quem somos, o que queremos, o que temos, o que nos falta, de onde viemos, pra onde vamos.O autoconhecimento é um processo doloroso, principalmente quando nos vemos tão pequenos, tão cheios de limitações.

Chegamos à conclusão de que não vamos dar contar dos grandes desafios que se apresentam diariamente, que seremos esmagados por nossos inimigos, que nossa mente não suportará nem mais um segundo as pressões a nossa volta.

2) Sobre quem Deus é.

Quando descubro o Deus maravilhoso a quem eu sigo, consigo voltar a respirar. Só Ele tem poder suficiente para me sustentar nestes dias maus. Ele é Onisciente, Onipotente, Onipresente.Não tente limitar o que Deus pode fazer em sua vida.
...

Tu és meu lugar seguro.Minha Casa, onde sempre posso estar.

Em ti tenho aconchego, tenho um jardim inteiro.

Tu és meu lar que não se abala. Quando me vejo sem eira, nem beira, é em Ti que posso descansar, pois não importam as circunstâncias, Tu sempre serás meu lar.

Minha vestimenta, minha bebida e o meu pão. Tu tens o que necessito para viver.

Tu és minha família. Um companheiro que vai comigo a todos os lugares. Alguém que nunca abandona.

Tu és a paz que eu preciso. O sonho mais lindo. A esperança mais terna.Tu és meu tempo. Passado, presente, futuro, pois só Tu és eternidade.

Tu és a própria felicidade. Ninguém mais pode me dar esse bem tão precioso.Tu és a força que me sustenta quando tudo diz que não.

Sem ti, não tenho nada. Contigo eu posso tudo.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A menina de quimono vermelho

Tem um tempo em que se pensa que um muque é sinônimo de força. Os garotos, principalmente, ficam competindo para ver quem tem o maior músculo, quem consegue derrubar mais gente na queda de braço.

Quando criança, comecei a treinar Caratê.

Um dia, tive que acompanhar meus pais em uma festa de lançamento de um carro. Eu tinha acabado de sair da aula de Caratê e não tive oportunidade de trocar o quimono vermelho por uma roupa adequada.

Birrei com meus pais que não queria ir daquele jeito, mas não teve jeito.

Assim que chegamos, dei de cara com aquele povo todo arrumado e fiquei me sentindo um peixe fora d’água. Um pontinho vermelho perdido naquela multidão.

Tentei me esconder atrás de meus pais, mas não deu certo. Logo, todos me notaram. Acharam o máximo uma menininha vestida daquele jeito. E então começaram a me perguntar sobre os golpes, as aulas... E eu comecei a me sentir poderosa. Como se aquele quimono vermelho refletisse minha força diante daqueles adultos estranhos.
...

Chega o tempo em que descobrimos que o vigor físico ou a aparência viril, por si só, não faz de nós pessoas fortes.

Diante de muitas situações, sentimo-nos os seres mais fracos, os mais incapazes.

É claro que, em alguns momentos, a gente ainda pensa que vestir determinada roupa ou marca nos fará mais poderosas. Ou que ter alguns músculos nos transformará em heróis. Mas essas ideias são tão frágeis que desaparecem diante da primeira prova, da primeira dificuldade.

Sempre nos dizem que temos que ser fortes. Talvez por isso usemos tanto essa maquiagem da força.

Por mais que eu me esforce, não terei coragem suficiente para enfrentar todas as agruras, todos os Golias a minha frente.

Mas é essa minha fraqueza que me leva a olhar para o alto e a clamar por socorro. Por isso, o apóstolo Paulo diz que quando nos sentimos fracos é que estamos fortes.

Deus é a nossa força.

“Eu te amo, ó Senhor, minha força.

O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus é o meu rochedo, em quem me refugio. Ele é o meu escudo e o poder que me salva, a minha torre alta.

Clamo ao Senhor, que é digno de louvor, e estou salvo dos meus inimigos.

As cordas da morte me enredaram; as torrentes da destruição me surpreenderam.
[...]
Na minha aflição clamei ao Senhor; gritei por socorro ao meu Deus. Do seu templo ele ouviu a minha voz; meu grito chegou à sua presença, aos seus ouvidos”. Salmos 18:1-4 e 6


Quando clamamos, Deus vem ao nosso encontro. É Ele quem luta por nós.

Então, depois de vencermos mais uma batalha, poderemos dizer: “Tudo posso naquele que me fortalece.” Fp 4.13