terça-feira, 1 de julho de 2014

Carta aos solitários

Todo mundo se acha nessa situação alguma vez na vida. E é o que você está sentindo exatamente agora: solidão.

Abrir as redes sociais e dar de cara com tantos pares parece doloroso para alguém tão ímpar.

Olhar para os quatro cantos e se deparar com tantos rostos, mas não encontrar em nenhum deles o reflexo de sua própria face, olhos que realmente mirem os seus.

Seus planos parecem só ter sentido se forem para ser vividos a dois. Talvez isso o faça pensar que nem vale mais a pena sonhar.

Não sei se é o seu caso, mas conheço alguns que, para esconder seus sentimentos, preferem vender a ideia de “super-realizados”.

Andam sorrindo pelas paredes, são os mais animados do grupo, mas é outra face que aparece quando resolvem ser verdadeiros.
Para os que de alguma forma demonstram alguma tristeza não faltam ‘amigos’ tentando convencê-lo a estar nas multidões, a tomar todas e beijar bocas descontextualizadas.

Não sei se você seguiu esses conselhos e se entregou a uma vida adoidada. Se fez, certamente percebeu que nunca esteve tão só.
Multidão não cura solidão.

O que cura?

Entregar-se ao primeiro individuo que lhe der um pouco de atenção ou desistir do ser humano apenas pra não desejar a sua companhia?!

Muitos escolhem essas opções, mas que eu saiba sexo não implica necessariamente aceitação e acolhimento; bichinhos podem até trazer qualidade de vida e movimento a casa, mas não possuem o calor humano, nem preenchem muitos dos recantos de nossas almas.

Jesus era solteiro. Nunca se casou, nem há relatos bíblicos de que tenha tido algum relacionamento romântico. Ele tinha amigos bem próximos com quem pode compartilhar ocasiões únicas, porém em momentos cruciais de sua vida Ele esteve só.

Não havia ninguém quando Jesus foi tentado pelo Inimigo. Pouco antes de ser traído, Ele se angustiou ao ponto de chorar gotas de sangue, enquanto isso seus amigos dormiam, pareciam não se importar. Ao fazer a “via crucis”, caminhou cercado por seus algozes; quem antes lhe saudara com adoração passou a acusá-lo e a desejar-lhe a morte mais terrível.

Apesar de tudo, Jesus não se sentia só. Ele sabia que o Pai celeste estava com Ele sempre e em todos os lugares, por isso disse convicto:

“Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, pois sempre faço o que lhe agrada". João 8:29

Pode ser que alguém em quem você confiava e depositava tanta confiança tenha se tornado indiferente ou decepcionado você ou o abandonado de vez, frustrando suas maiores expectativas, mas existe um Deus que não desampara os seus filhos, que não despreza aqueles que o buscam em espírito e em verdade. É Ele quem diz:

"Será que uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você!" Isaías 49:15

Jesus, como homem, experimentou e venceu a solidão. Ele se compadecia e tinha especial cuidado com os desprezados de sua época, em especial: órfãos, estrangeiros e viúvas.

Atento aos solitários, em seus momentos finais neste mundo, confortou seus discípulos, deixando-nos uma promessa maravilhosa:

“Se me amais, guardai os meus mandamentos.
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”.João 14:15-18


Você não está sozinho! Aleluia!

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