O fim chegou. Parece triste pensar assim.
Na verdade, o fim é o anúncio de um tempo novo que está por vir. Dezembro é prenúncio de mais um janeiro, um ano novo com metas e projetos remoçados.
Quem se concentra no fim (pelo fim) vai fazer uma retrospectiva do que passou e pensar no que poderia ter feito e não fez, na escolha que poderia ter tomado e não tomou, em como poderia ter sido feliz e não foi...
Esses pensamentos invariavelmente o levarão a imaginar sobre o que aconteceria se tivesse agido de forma diferente. E se eu tivesse feito aquele concurso, comprado aquele carro, morado em outro lugar, feito o tratamento com outro médico, ou me dedicado a outra profissão, ou casado com outro homem...
Acho uma covardia com o presente perder tempo com esse tipo de conjecturas, afinal não há como a realidade competir com a imaginação ou o idealismo...
Se não tomarmos cuidado cairemos com facilidade nesse tipo de devaneio, especialmente naqueles momentos à toa.
Hoje, no trabalho, alguém chegou comentando sobre as pressões da sociedade, sempre querendo apressar o ritmo das coisas. Já passou na OAB? Então você passa na OAB e a pergunta muda: Não vai fazer concurso? Quando passa no concurso, querem saber de seus planos de ascensão na carreira, de sua vida sentimental, se já casou, por que não tem filhos... O primeiro filho nasce, você está “de resguardo” quando começam a perguntar pelos próximos rebentos...
Talvez esse ritmo acelerado nos pressione a correr contra o tempo e a nos afligir sempre que dedicamos tempo a alguma coisa e não a vemos prosperar.
É isso. Mais do que pelo suor gasto, nos angustiamos pelo tempo perdido.
Talvez seja isso que nos faça temer o fim.
Lembro-me de uma colega de faculdade que ia se agoniando à medida que se aproximava de nossa formatura. Não se achava preparada para enfrentar o fim do tempo universitário e os desafios do tempo profissional que se iniciaria.
O fim do ano chegou, mas não vamos ficar remoendo o que não deu tão certo. Bolas fora acontecem até que uma caia dentro.
Também não temeremos os desafios que virão.
Refletir sobre o passado, arrepender-se do erro e tomar uma nova direção é importante, libertador e até necessário se quisermos desfrutar de um lugar na eternidade com Deus.
O que não dá é pra se trancar no passado e tornar escravo de um sonho frustrado, de uma opção preterida, de uma história que nem começou, ou começou, mas foi abortada.
Deus está nos dando hoje oportunidade de seguir e acertar.
Não é o fim, mas o começo. Ele tem cuidado de nós!
Lindo texto... bélíssimas e verdadeiras conclusões. Como esse blog abençoa a minha vida, Lara! Obrigada por escrever. Beijos.
ResponderExcluirGraças a Deus, Vânya! Obrigada por me dar força, sempre com palavras de incentivo. Deus abençoe!
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