domingo, 10 de agosto de 2014

Padrão pai

Alguém comentou que ainda tinha que comprar o presente do dia dos pais.

Eu lhe disse que dessa vez nem estava preocupada com presentes, pois só veria meus pais (Raimundo e Josué) nas próximas semanas e meu marido ainda nem era pai...

Se bem que o Lívio já é um projeto e tanto!

Ele não tem lá aquele jeito com criança, mas como um bom pai já elege os melhores pensamentos sobre os rebentos.

Vez por outra se refere aos nossos filhos e tenta me convencer sobre os nomes que lhes daremos, falando sobre a história e o significado daquele preferido, sempre relacionado a louvor, força, coragem.

Ontem, no almoço, ele comentava sobre uma garotinha que estava pedindo à mãe para brincar mais um pouquinho no parque do restaurante. E confidenciou que se fosse sua filha não resistiria àquele pedido tão faceiro.

A partir daí iniciamos uma conversa sobre que tipo de pai ele seria. Conclui que fará o perfil durão, mas amigo. Penso que não vá ser manteiga derretida, mas torcerá e estará presente em cada uma das realizações dos pequenos.

Mas isso são apenas cogitações. Na vida real, no corre-corre do dia-a-dia, na saúde e na doença, na escola e no parque, nas conversas e no silêncio, nas brincadeiras e na disciplina é que se faz um pai.

Cada fase vai mostrando devagarzinho uma a uma de suas facetas e ensinando, adaptando, até ele se tornar um ser único, com costumes e regras próprias.

A gente erra por querer colocar todos os pais no mesmo modelo, numa caixa fechada de qualidades e reações, como se tivessem que se encaixar em um molde antigo e falho.

Meu pai tinha quase trinta e quatro quando ganhou seu primogênito. Aos poucos ele foi se mostrando um pai rígido, mas muito companheiro, daqueles que nos fazia dormir contando histórias e que não desgrudava de nosso pé quando estávamos doentes.

E nós o amamos do jeito que ele é, mesmo que muitas vezes não concordássemos com alguma decisão sua.

Até a barba dele se tornou um pedaço indispensável. Desde que nos entendemos por gente o conhecemos com aquela penugem na face.
Éramos pequenos, quando em um passeio para o litoral, ele resolveu tirá-la. Qual não foi nosso espanto, ao acordar e dar de cara com aquele homem estranho. Sem barba ele não era nosso pai, choramos diante daquele ser estranho.

Queríamos nosso pai do mesmo jeito de sempre, sem tirar nem por nada.

O pai, normalmente, é o responsável pela maioria das culturas familiares. Na minha, ele que estabeleceu os almoços na hora certa, independente de quem tinha chegado; a televisão desligada durante a tarde; a proibição do Big Brother; os domingos na igreja; o respeito à palavra dada; o gosto pela vida simples do campo e pela leitura.

Um dia verei meu marido levantando-se como um pai igualmente único.

Espero em Deus vê-lo desenvolvendo uma cumplicidade exclusiva com as crianças e um jeito próprio de se entender e se amar.

Não vou ficar com ciúmes, afinal sei quanta diferença faz o pai em um lar.

Quem sabe próximo ano a gente já comece a contemplar isso... Mas aí já é outra história...

Feliz dia dos pais! Deus os abençoe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário