sexta-feira, 13 de junho de 2014

O que passa, o que fica

Ontem foi a estreia da Copa. Foi também o dia dos namorados.

A copa passa. Se hoje tinge as ruas de verde e amarelo e gera em nós euforia e todo esse clima de festa, logo será apenas uma lembrança, uma nota na história, inspiração, frustração, algo para contar.

O amor fica. Ainda que relacionamentos rompam, que circunstâncias mudem, que a morte encerre os dias dos que amam e são amados.

Ainda que alguém diga: terminamos porque o amor acabou.

O amor não tem fim. A ausência de amor provoca desacordos, a impaciência ou falta de percepção levam a desistência, mas o amor, se existia, permanece.

Estou apenas reproduzindo uma verdade constante da maior carta sobre o amor que já existiu.

“[...] Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece “1 Coríntios 13:7-8
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Em agosto de 2004, eu e Lívio começamos a namorar.

Quando penso que o encontrei beirando os dezenove anos em um dia comum, sem fogos de artifícios, sem uma introdução grandiosa.

Tudo simples, acontecendo naturalmente. Sem presentes caros, publicidade ou ostentação.

Dois meses até um sim definitivo. Seis meses para que surgisse o primeiro: “te amo”

“Calmo, sereno, tranquilo”... Não precisamos correr, atropelar a ordem das coisas.

Éramos duas mãos que se encontravam debaixo das almofadas. Depois lábios que se tocavam tímidos. Hoje eu sou você, você é eu.

Dia desses perguntei se ele estaria disposto a enfrentar grandes desafios e a abdicar de coisas preciosas por mim. Ele com sua franqueza respondeu (em síntese que): no início, não; hoje, com certeza.

Coisas do amor que, como um rio, começa despretensioso, depois cresce e espalha vida por toda parte.
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Ontem também era o dia dela. Quando faria 58 anos.

Penso que no céu não se comemora aniversário, afinal lá o tempo não é limitado, a festa é continuada.

Aqui seu dia ainda existe para nos lembrar do amor que não acaba. Por isso continuamos a contar ano a ano.

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