sábado, 28 de julho de 2012

Sobre uma piauiense...

Sarah Menezes. Encontrei-a por acaso, andando pelas ruas de Teresina, simples e obstinada.

Observei-a de longe, enquanto ela esperava pelo ônibus. Fiquei pensando em sua garra. Um talento bruto, uma pedra preciosa do esporte piauiense, vagando despercebida pelas ruas da cidade.

A gente assistia pela TV a sua dificuldade para conseguir um patrocínio que bancasse suas viagens, seus treinos e toda estrutura que um atleta precisa ter.

Se fosse nos Estados Unidos... – Cheguei a pensar.

Mas ela não precisou nascer em um País em que os governantes apoiam o esporte, nem em um Estado que desenvolve seus talentos... Apesar das condições adversas, Sarah continuava fazendo o que ela mais sabia: lutar.

Seu olhar estava fito em seu sonho, não nas dificuldades...Como dizem, “brasileiro não desiste nunca.”

Por tudo isso, foi impossível não me emocionar ao vê-la entrar para a história do esporte nacional como a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro numa Olimpíada nesta modalidade esportiva.

Suas lágrimas refletiam os anos de luta, de esforço. Uma sobrevivente que foi adiante e venceu.

Sua vitória traz autoestima para o povo piauiense, traz inspiração... Faz-nos ver que as lutas existem para serem vencidas e os desafios para serem superados...

A pobreza, a seca, a miséria, normalmente associadas ao nosso Estado pela mídia, dão lugar para as cores brilhantes da conquista. A menina, normalmente esquecida até pelos conterrâneos, hoje estava nos televisores do mundo inteiro, marcando a história.

Na entrevista, após a disputa, Sarah disse emocionada: agora as coisas vão mudar.

As coisas vão mudar. Eu acredito, Sarah Menezes. Que seu trabalho seja reconhecido e que você sirva de exemplo para muitos piauienses...

Que nós mudemos também! Que não vivamos a olhar para nossas feridas, nem para as escassezes do passado, afinal “não importa como começamos, mas como terminaremos”.

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