segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sobre o perdão

Conta-se que uma mulher apareceu em uma cidade, dizendo que constantemente encontrava-se com Jesus e ficava conversando com Ele por horas.

Um reverendo, curioso com a história, chamou-a e lhe fez um pedido:

- Da próxima vez que a senhora se encontrar com Jesus, pergunte a Ele quais foram os pecados que confessei no último domingo.

- Tudo bem- ela assentiu.

Alguns dias depois, ela procurou o homem para lhe dar o resultado.

- E aí, minha filha? Você se encontrou com Jesus?

- Sim.

- E o que ele respondeu? Ele lhe disse quais os pecados que confessei no domingo?

Então ela contou:

- Reverendo, as palavras dEle foram exatamente estas: eu não lembro.
...

Tenho uma amiga que há tempos não falava com o pai. A relação entre eles era muito complicada, principalmente porque ele sempre fora um pai ausente.

O Dia dos Pais para essa amiga era triste, era quando ela mais sentia falta do contato paterno e quando as lembranças negativas sobre seu pai vinham mais nítidas.

Um dia, um pastor lhe aconselhou a procurar o pai e perdoá-lo. Inicialmente, aquela proposta lhe pareceu impossível. Como perdoar alguém que lhe fez tanto mal?Alguém que não demonstrava qualquer interesse por sua vida? A essas questões, somava-se o medo de uma nova rejeição.

Então ela começou a orar a respeito e acabou indo ao encontro do pai. O pai recebeu-a com alegria, reconheceu que tinha errado e que estava disposto a tentar novamente.

Hoje eles se encontram de vez em quando e o Dia dos Pais para ambos é um dia feliz.

Perdoar é um grande desafio, um processo que se inicia com a decisão de nadar contra a maré de sentimentos e se desintoxicar de um veneno mortífero: o rancor.

O rancor imortaliza as cenas de agressão e as reprisa constantemente. Além disso, paralisa nossa disposição positiva em relação ao agressor e cria uma barreira invisível e inviolável que não consegue decifrar a mensagem: perdão.

Nos relacionamentos humanos não é incomum haver intrigas e dissensões. Quanto mais próximos, mais oportunidades para que tanto amor, como ódio se desenvolvam. Se pequenas palavras criam cicatrizes que parecem incorrigíveis, imagine grandes ataques.

Vaidade e orgulho devem ser desarraigados, pois seus frutos são amargos, e suas raízes destroem tudo que se levanta de bom naquele solo. Precisamos desativar os campos minados existentes em nossos corações, antes que as bombas explodam e acabem com tudo.

Precisamos aprender a amar como nosso Pai celeste.

Nós éramos escravos do pecado até que ele quebrou nossas algemas. Quando confessamos nossas agressões, Ele as lança no mar do esquecimento.

Só o Amor é capaz de fazer isso. Ele é a chave que, finalmente, destranca os cadeados e liberta de vez.

Deus nos ajude a perdoar, assim como Ele nos perdoa.

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