quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Gente boa também sofre

Algumas vezes já reclamaram do desfecho de um dos personagens do meu livro “A Terra dos Sonhos Mortos”.

É que (quase) todo mundo quer que as histórias tenham finais felizes... Que a mocinha se case com o príncipe, que os bons vençam, prosperem e nunca adoeçam... Que a morte seja reservada aos vilões, que só eles sofram as agruras da vida.

A ideia que predomina é a de que os bons só experimentam coisas maravilhosas. Por isso, diante da dificuldade, muitos pensam que estão sendo castigados por Deus, mas não é bem assim que as coisas funcionam.

Gente boa também se cansa, se chateia. Gente boa perde, tem dor de barriga e bolso apertado.

Bons ou ruins, não estamos livres das tempestades. Da mesma forma acontece com as benesses... Deus “faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal.” Mt 5. 45

Então, qual a vantagem de ser bom? E, afinal, quem é bom?

Se formos nos apegar ao sentido puro da palavra, só Jesus é bom. Mas quando nos identificamos com Cristo e o aceitamos como Senhor e Salvador de nossas vidas, somos lavados em seu sangue, justificados por Ele e apresentados igualmente puros. Ou seja, no sentido aqui colocado, a bondade não seria uma característica própria, personalíssima, mas um atributo atribuído àqueles que seguem a Jesus.

Ser um discípulo não significa estar livre dos sofrimentos, como prega a teologia da prosperidade. Às vezes, as lutas surgem até maiores. A diferença tem a ver com propósitos.
Há um registro bíblico (Jo 9) que ilustra bem essa questão.

“Jesus ia caminhando quando viu um homem que tinha nascido cego. Os seus discípulos perguntaram: - Mestre, por que este homem nasceu cego? Foi por causa dos pecados dele ou por causa dos pecados dos pais dele? Jesus respondeu: - Ele é cego, sim, mas não por causa dos pecados dele nem por causa dos pecados dos pais dele. É cego para que o poder de Deus se mostre nele. ”


Depois de ter dito essas palavras, Jesus curou o homem de sua cegueira e esse desenvolveu uma fé mais consistente. Mais tarde, quando questionado, aquele “ex” deficiente visual pode falar com segurança:

“- Desde que o mundo existe, nunca se ouviu dizer que alguém tivesse curado um cego de nascença. Se esse homem não fosse enviado por Deus, não teria podido fazer nada”.

Fé, paciência, perseverança, esperança. Quando Deus permite aos seus alguma difícil prova, há sempre algo bom por trás de tudo, pois a verdade é que Ele nos ama.

Ao longo de minha vida, conheci alguns homens e mulheres bons. Eles conviviam com os problemas reais a que todos estão expostos (violência, doença, dificuldade financeira, frustrações amorosas, etc), mas em seus olhos havia uma luz, uma esperança que sobrepujava todos os horrores.

O apóstolo Paulo passou por muitas lutas até aprender a ser feliz em toda e qualquer situação. É Ele quem nos incentiva:

“Não nos cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita. Portanto, sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos [...]”

Nossa confiança, aliada à fé, é que nos fará compreender os propósitos de cada tempestade.

Faço minhas as palavras de Brennan Manning “O amor de Cristo inspira a confiança de agradecer a Deus a dor-de-cabeça incômoda, a artrite tão dolorosa, a escuridão espiritual que nos envolve; de dizer como Jó: temos recebido o bem de Deus; não receberíamos o mal?”

Deus nos ajude!

2 comentários:

  1. Mais uma vez...É muito bom ler as suas palavras! Sem dúvida,o mais importante é o amor de DEUS,sem ele não há dificuldade que possa ser superada e nem mesmo a felicidade vem!
    Vamos agradecer a DEUS,por todo amor!
    Grande abraço,Lara.

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  2. É verdade, Julia! O amor de Deus é o mais importante. bjs

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