terça-feira, 3 de maio de 2011

Borboletas negras

Ontem à noite passei um bom tempo lutando com uma borboleta. Era uma daquelas grandes e pretas, que parecem meio cegas, e surgiu em meu quarto sem intenção de ir embora.
Fico tensa toda vez que vejo aquela enorme e escura mancha atabalhoada, cruzando o meu caminho. Ela me inflige um medo quase infantil... Fico pensando “e, se ao passar por perto, ela voar para cima de mim”... Tudo o que quero é mantê-la o mais distante possível.
E, mesmo quando ela, finalmente, resolveu pousar tranqüila, a intranqüilidade não fugiu de meu rosto. O fato de saber que ela estava ali, ainda que escondida, já me causava insegurança.
Fui dormir e ela continuava em meu quarto, marcando território...
Talvez ficasse mais sossegada se o ser de meu espanto fosse assassinado...
Como se todo o mal deixasse de existir com a sua morte... Como se ela não fosse uma simples criatura, vivendo como as de sua espécie...
Mas quem não tem medo de borboletas pretas?
Ontem mesmo o mundo ocidental festejava a morte de uma delas. Os meios de comunicação davam conta de multidões felizes, festejando o fim daquele a quem associavam seus piores pesadelos.
Como eu com minha borboleta, aquelas pessoas acreditavam que, finalmente, o bem vencia o mal.
Mas quem é do bem? Quem é do mal? Ou melhor, o que é bom? O que é mau?
Para mim, o assassinato covarde de milhares de pessoas (como aconteceu no 11 de setembro) é um ato crudelíssimo, porém o só regozijar-se com a morte de alguém (ainda que de seu algoz) em si já é um ato cruel.
Como se aquele homem fosse o mal de todo o mundo. Como se a partir de hoje, tudo passasse a ser diferente... E não restasse um resquício de terrorismo, violência, desamor...
A Bíblia nos alerta (em Ef.6.12) que “nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão”.
Por isso, se queremos, realmente, um mundo diferente, devemos sim matar o mal que existe em nós: o pecado. Para isso, só há um meio: através de Jesus Cristo.
Enquanto não nos entregarmos a Ele, pedindo que governe nossas mentes e corações, não desfrutaremos de uma paz verdadeira. Só Jesus tem poder para tirar o medo e a insegurança de nossos corações, pois Ele é o Príncipe da paz.
Finalizo (outra vez) com a frase de C. S. Lewis (que minha amiga Jasmina citou em outro post): "O perdão vai além da justiça humana; é perdoar aquelas coisas que absolutamente não podem ser perdoadas."
Ah... Quanto à minha borboleta, pela manhã encontrei-a atrás da cortina, debatendo-se na janela. Com certo esforço, abri a vidraça, e ela sumiu, voando para a liberdade.

4 comentários:

  1. que lindo, larinha!! :) o que são borboletas negras diante de coisas tão sublimes como o amor, o perdão, uma vida inteira ao lado de Jesus? amei o texto! :) bjo

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  2. talvez, aquela borboleta chegou querendo um lugar pra dormir tbm...rs
    lindo o texto.

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  3. ow Lara, que bom que pude contribuir!! :))

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  4. Lara, muito bom!!! Como você escreve bem! Glória a Deus! Que Ele continue te abençoando! Beijos, Jamylle

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