terça-feira, 22 de abril de 2014

Tartarugas ninja

Quando eu era criança, vez por outra, assistia ao desenho animado “Tartarugas Ninja”. Semana passada (acredito que) descobri a inspiração para o título, observando o nascimento das tartaruguinhas em uma das praias do litoral piauiense.

Depois de eclodirem dos ovos, as fofurinhas saem do ninho em direção ao mar, onde iniciam uma aventura de quatro dias de nado ininterrupto.

Segundo a bióloga (do Projeto Biodiversidade Marinha do Delta- BIOMADE) que acompanhou a soltura dos filhotes, de cada ninhada (em que nascem entre 100 e 120 tartarugas) apenas duas chegam à fase reprodutiva.

Elas literalmente saem do buraco e se precipitam em um mar de desafios e dificuldades. Precisam escapar dos mais diferentes predadores até se tornarem tartarugas fortes e saudáveis.

Uma lição de vida para nós.

Nós que muitas vezes evitamos o mar com suas ondas violentas para permanecer na cômoda praia.

Às vezes até encostamos os pés na água, mas o medo nos impede de ir adiante, de transpor as barreiras naturais e alcançar o lugar para o qual nos projetamos (ou fomos projetados).

Sabemos que não há conquista sem dor, luta, sangue, mas insistimos em dar meia volta ao nos deparar com os primeiros entraves.

Pegamos atalhos (que parecem menos complicados) e então, lá adiante, ficamos surpresos ao nos ver diante de obstáculos ainda maiores.

As tartaruguinhas não podem simplesmente se recusar a ingressar no mar. Não podem virar as costas e seguir em outra direção. Agindo assim, só abreviarão seu fim. É questão de sobrevivência.

Dizem que “o covarde morre várias vezes”. Sendo assim, é melhor arregaçarmos as mangas e nos lançarmos ao mar.

O ferido acabou! Vamo que vamo!

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