quarta-feira, 23 de maio de 2012

A menina de quimono vermelho

Tem um tempo em que se pensa que um muque é sinônimo de força. Os garotos, principalmente, ficam competindo para ver quem tem o maior músculo, quem consegue derrubar mais gente na queda de braço.

Quando criança, comecei a treinar Caratê.

Um dia, tive que acompanhar meus pais em uma festa de lançamento de um carro. Eu tinha acabado de sair da aula de Caratê e não tive oportunidade de trocar o quimono vermelho por uma roupa adequada.

Birrei com meus pais que não queria ir daquele jeito, mas não teve jeito.

Assim que chegamos, dei de cara com aquele povo todo arrumado e fiquei me sentindo um peixe fora d’água. Um pontinho vermelho perdido naquela multidão.

Tentei me esconder atrás de meus pais, mas não deu certo. Logo, todos me notaram. Acharam o máximo uma menininha vestida daquele jeito. E então começaram a me perguntar sobre os golpes, as aulas... E eu comecei a me sentir poderosa. Como se aquele quimono vermelho refletisse minha força diante daqueles adultos estranhos.
...

Chega o tempo em que descobrimos que o vigor físico ou a aparência viril, por si só, não faz de nós pessoas fortes.

Diante de muitas situações, sentimo-nos os seres mais fracos, os mais incapazes.

É claro que, em alguns momentos, a gente ainda pensa que vestir determinada roupa ou marca nos fará mais poderosas. Ou que ter alguns músculos nos transformará em heróis. Mas essas ideias são tão frágeis que desaparecem diante da primeira prova, da primeira dificuldade.

Sempre nos dizem que temos que ser fortes. Talvez por isso usemos tanto essa maquiagem da força.

Por mais que eu me esforce, não terei coragem suficiente para enfrentar todas as agruras, todos os Golias a minha frente.

Mas é essa minha fraqueza que me leva a olhar para o alto e a clamar por socorro. Por isso, o apóstolo Paulo diz que quando nos sentimos fracos é que estamos fortes.

Deus é a nossa força.

“Eu te amo, ó Senhor, minha força.

O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus é o meu rochedo, em quem me refugio. Ele é o meu escudo e o poder que me salva, a minha torre alta.

Clamo ao Senhor, que é digno de louvor, e estou salvo dos meus inimigos.

As cordas da morte me enredaram; as torrentes da destruição me surpreenderam.
[...]
Na minha aflição clamei ao Senhor; gritei por socorro ao meu Deus. Do seu templo ele ouviu a minha voz; meu grito chegou à sua presença, aos seus ouvidos”. Salmos 18:1-4 e 6


Quando clamamos, Deus vem ao nosso encontro. É Ele quem luta por nós.

Então, depois de vencermos mais uma batalha, poderemos dizer: “Tudo posso naquele que me fortalece.” Fp 4.13

2 comentários:

  1. Lindo! Estava mesmo precisando dessas palavras, aliás, precisando muito...

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  2. Glória a Deus, Tácilys! Deus sempre sabe o que estamos precisando. Deus abençoe vc, linda!

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