Um novo olhar...

Se alguém quiser visitar Teresina, recomendo que venha em junho. Não que tenha algum evento ou festividade imperdível, mas pela beleza e leveza desse mês.
O vento agradável brinca com as folhas. As nuvens brancas acompanham o ritmo do céu alegre, cheio de pipas coloridas a bailar. O azul contrasta com os galhos verdes e com o rio cor da terra.

Olho pra tudo isso e vejo a expressão da alegria, por isso, pra mim, é o mês mais bonito. E para saudá-lo, trouxe essa foto do irmão Josué Bonfim, tirada no último domingo...

Estávamos juntos quando ele registrou essa imagem... É maio anunciando junho... Como a ponte que fica pra trás, maio se perde e chega um mês novo, com novas expectativas...
É um convite para vermos as coisas por um ângulo diferente. Um chamado a se envolver mais, a estar perto, na mesma altura. Explico.
Sempre vi o rio Parnaíba de cima para baixo, da janela de um carro... Para mim, era um elemento qualquer, com o qual já estava acostumada demais, afinal nasci em Teresina e vivi aqui a maior parte de meus anos.
Surpreendi-me ao navegar pelo velho monge. Sentir suas ondulações, suas águas espelhadas serpenteando com o movimento da lancha fez-me descobrir um verde, um rio e um céu diferentes... Era como se estivesse em outra cidade, ansiosa e entusiasmada para descobrir as novidades. Olhar tudo aquilo de perto deu esse ar de inovação...

E agora me pergunto uma coisa: Por que será que sempre achamos o diferente, o distante mais interessante?!

A rotina nos impede de vislumbrar a verdade, a mudança tão perto... Um exemplo... Um pai não consegue visualizar bem o crescimento do filho... Só alguém que não vê a criança há algum tempo perceberá a diferença: "nossa, como cresceu esse menino!“

A mania de rotular a tudo e a todos (somada ao fator tempo) faz com que percamos a sensibilidade para enxergar os detalhes e nos entusiasmar.
Olhamos através dos mesmos óculos desfocados. Estamos tão acostumados com nossa casa, com nossa rotina, com ‘nossas’ pessoas que deixamos de lhes dar o devido valor, de observá-los sob um novo prisma. O tempero do vizinho é sempre melhor até você ter que comer lá por um mês inteiro...

Com relação a Deus, aprendemos uma fórmula e achamos que tem que ser assim sempre. Muitas vezes limitamos a ação dEle em nossas vidas, por conta de nossa incredulidade. Queremos sempre do nosso jeito. Supervalorizamos nossa educação e cultura e nos assustamos quando Deus age de outra forma.
Olhamos Deus como um ser engessado. Sei que Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente, mas sei também que Ele é criativo e que seus pensamentos são muito superiores aos nossos... Ele vê como ninguém vê. Só Ele é capaz de sondar corações.
Se queremos vê-lo como Ele é, precisamos ser como crianças. Como um priminho que, ao ver o Cristo pregado em uma cruz na casa de minha avó, quis tirá-lo, pois Jesus está vivo, a morte não o venceu, Ele ressuscitou.

Hoje quero desafiá-los a lançar um novo olhar sobre as dificuldades que vocês têm enfrentado. Procurem ver o que há de bom em todo esse momento de tribulação. O que você aprendeu? A quem você poderá ajudar com essa nova experiência? O quanto essa situação o ajudou a desenvolver sua força, a exercitar sua fé?
Paulo lançou esse olhar diferente diante da tribulação, como vemos em 2 Co 1. 6,8-9:

“Mas, se somos atribulado, é para o vosso conforto e salvação; se somos confortados, é também para o vosso conforto, o qual se torna eficaz, suportando vós com paciência os mesmo sofrimentos que nós também padecemos [...] Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima de nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim em Deus que ressuscita os mortos”.

Quando nos vemos em nossa fraqueza, percebemos como somos falhos e o quanto necessitamos do Deus todo-poderoso. O poder que ressuscitou Jesus Cristo é o mesmo a atuar ainda hoje. Glória a Deus por isso!
Um feliz junho para todos!