Enquanto ele não vem...

“Você vai ficar pra titia!”. Ouvi isso muitas vezes de minhas amigas. Acho que elas pensavam assim porque eu já estava chegando nos 19 e em meu currículo não constava sequer uma ficada...

Confesso que algumas vezes acreditei que ficar só era uma possibilidade, afinal eu era meio desastrada e esquisita. Mas alguma coisa me dizia que elas não estavam certas. O amor que eu esperava, a companhia que eu tanto queria um dia ia aparecer, sem que eu precisasse me desesperar, ou correr, ou desacreditar.

O que parecia improvável acabou acontecendo, não por algum mérito meu. Simplesmente descansei em Deus.

Ando longe de ter a história da cinderela. Pra ser bem franca, ele até acha meu pé meio feinho (pra não dizer, feinho e meio).

Somos humanos, comuns e cheios de defeitos, caminhando com Cristo, aprendendo um com o outro, caindo e levantando, seguindo.

É normal que, enquanto o amor não chega, nos sintamos, algumas vezes, sozinhas, inseguras, desesperançadas... Desesperadas, muitas se envolvem com pessoas que não valem à pena, cedem aos encantos dos fast food e perdem o foco.

Abrem mão de um amor sólido e sereno e se dedicam a paixões tresloucadas, cheias de conflitos e frustrações para ver “no que é que dá”.

E “para ver no que é que dá” ingressam em uma montanha-russa de sensações que proporcionam muita coisa, mas nunca o amor.

Não que eu seja expert em matéria de amor. Na verdade, a cada dia descubro que preciso aprender mais um pouco...

Só sei que o amor é algo simples, mesmo quando incompreensível. É um sentimento verdadeiro, duradouro, pacífico.

Por amor, fazemos coisas incríveis, não reprováveis. Não tentem me convencer de que alguém traiu, ou matou, ou enganou por amor... O amor vivifica, alivia, preenche, consola.

Não se contente com uma aventura de final de semana, com um beijo sem declarações sinceras, com um corpo que não lhe faz companhia. Tudo isso logo acaba, deixando de lembrança decepções e uma amargura que, com o tempo, tira toda candura da vida.

Enquanto ele não vem, dedique-se a se conhecer melhor. Invista em sua formação, converse com pessoas que tenham um bom conselho, cresça e amadureça. No casamento, compartilhamos não só as alegrias, mas também as limitações, os medos, as lutas diárias. Espere suas asas crescerem para, só então, voar. E depois, esteja com as pessoas certas, pois entre elas é que você o encontrará.

Sei que muitos chamarão você de careta por não beijar um desconhecido, por não ir pra cama com alguém que não seja seu marido, por desconhecer as sensações de uma “festa no apê”. Que seja! O importante é saber esperar pelo momento certo e, quando ele chegar, estacionar no lugar de seu futuro encontro sem amarras, sem prisões, pronta para voar.

Ainda é tempo de recomeçar, mudar valores e conceitos.

Enquanto ele não vem, estou aqui na torcida!