quinta-feira, 9 de maio de 2013

Parece perfeito

Em recente visita ao Masp, Museu de Arte de São Paulo, uma frase nos chamou a atenção:

“Tudo que é visto à distância transforma-se em poesia: montanhas distantes, povos distantes, fatos distantes. Tudo (assim) vira romântico.” (Novalis).

De longe, a perfeição é nossa amiga. Somos ricos, bons, admiráveis. Todos nos querem por perto até que nos aproximamos de verdade.

A frustração é um dos efeitos colaterais da proximidade. Por isso muitos decidem se isolar e pensam que o melhor é não dar colher de chá pra ninguém. Então desistem de frequentar igrejas, clubes ou qualquer lugar que lhes coloquem diante de um agrupamento de pessoas. Apegam-se mais aos bichos, pois tem medo de mais uma vez saírem magoados.

Apesar dos riscos, ainda prefiro as pessoas. Sei de todo potencial que o ser humano tem de trair, apunhalar, fofocar, mas são esses mesmos seres humanos que amam, fazem companhia e dão carinho.

Talvez o isolamento não seja a melhor opção. Somos seres sociais e precisamos mesmo uns dos outros. Além disso, faz parte do plano de Deus que amemos uns aos outros e só poderemos crescer nesse propósito se convivermos com o próximo, suportando suas imperfeições e o ajudando em suas faltas.

Quando reconheço minhas próprias falhas, aprendo a conviver em sociedade e a desenvolver relacionamentos saudáveis.

O problema é que vivemos um tempo de relacionamentos rápidos e descartáveis. Você se torna amiga da noite para o dia e, em um segundo momento, se torna a pior inimiga. Você se casa assim que o sonho começa, depois acorda e se vê em um pesadelo.

Não devo ser tão apaixonado ao ponto de me jogar com tudo no primeiro par de olhos cativantes que me aparecem. Logo, eles parecerão detestáveis. Um relacionamento sólido se constrói aos poucos. Primeiro se levanta o alicerce.

Construir é um desafio. A gente se aproxima, conhece, rejeita, aceita, exercita a paciência e aprende a compartilhar a vida, respeitando espaços e diferenças.

Deus nos ajude a compreender o próximo, a amá-lo como a nós mesmos. Assim o enxergaremos com o ângulo e a luz mais adequados. Porque quando amo, supero os desgastes e os desapontamentos da proximidade.

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