domingo, 29 de junho de 2014

Dias de festa

Este fim de semana recebemos a visita especial de nossos irmãos, cunhadas e sobrinhas. Foi um tempo de alegria e festa.

Para nós, que moramos há quase três anos longe de nossa família amada, só nos resta louvar a Deus por poder desfrutar de momentos tão preciosos!

Por conta da agitação desses dias acabei sem tempo para postar o texto que escrevi em homenagem ao meu marido pela passagem de seu aniversário (dia 27 de junho).

Obrigada, Senhor!
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Quando você nasceu, eu nem existia ainda, mas me contaram muita coisa a seu respeito...

Você foi um bebê chorão, bem diferente da pessoa tranquila que se tornou.

Quando criança, saía com o isopor cheio de dindins para vender na rua em troca de alguns trocados.

Jogava videogame, às vezes varando as madrugadas; “inticava” com o irmão; acompanhava o pai fotógrafo nos eventos para ajudá-lo, segurando o flash; sempre teve sua mãe por conselheira.

Você tinha acabado de fazer 23 anos quando chegou para mim. Deus o guardou direitinho até entregá-lo como um presente. O melhor presente.

A partir de então nunca mais nos desgrudamos. Nos últimos dez anos, vivemos nossos principais momentos juntos, os tristes e os felizes.

Hoje conheço mais de suas facetas, sei de cor o seu sorriso e as suas lágrimas. O que tenho a dizer? A cada dia admiro-o mais.

Você é meu melhor amigo, com quem posso ser quem sou de verdade, sem formalismos ou constrangimentos.

Nunca tive alguém assim. Só tenho a agradecer a Deus por sua vida! Você traz cores vivas aos meus dias, acompanha-me e me faz sentir uma mulher abençoada.

Se antes você tinha a sua história e eu a minha, hoje nossos capítulos se confundem. Somos o mesmo livro.

Suas datas são minhas também, nossas famílias são uma só, assim como a casa, a cama...

Pai dos meus (futuros) filhos, esposo fiel, sacerdote do meu lar, companheiro de todas as horas, editor e crítico, incentivador, conselheiro, amigo, amo vc e sempre vou amar.

Deus o abençoe e o guarde! Que Ele lhe conserve com saúde e paz e lhe dê muitos anos de vida, todos na presença do Senhor!

Felicidades!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Dando uma de esperto

Alguém metido a esperto pegou a contramão, desviou-se de um ou dois carros, encontrou um caminhão.

Alguém metido a esperto estacionou na vaga para deficientes, furou a fila do banco, embolsou moedas de um troco errado, disse pra mulher que ia ficar até tarde no trabalho pra tomar umas geladas com os amigos.

Metidos a esperto alagam o banheiro e deixam para o próximo resolver a confusão, não estudam nada pra prova e reservam a carteira atrás do gênio da turma, bolam os planos mais ousados pra se dar bem a custa dos outros.

E essa esperteza acaba redundando em delitos. Quantos estelionatários, quantos crimes contra a Administração! Os políticos corruptos que temos são só um reflexo de nossa sociedade igualmente corrupta.

Há um caso curioso envolvendo o grande jogador de futebol Gérson de Oliveira. Ele foi campeão do mundo pela Seleção Brasileira (em 1970) e atuou em importantes times como o Flamengo e o São Paulo Futebol Clube.

Apesar de sua proeminência futebolística, acabou notabilizando-se também por dar voz à frase conhecida por batizar o jeitinho brasileiro:

"Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!"

Tais dizeres faziam parte de uma campanha publicitária de cigarro de 1976, estrelada pelo jogador, que, posteriormente, se arrependeu da graça. É que a repercussão negativa da propaganda foi grande e acabou surgindo a expressão popular “Lei de Gérson” como “sinônimo de levar vantagem acima de tudo, sem respeitar códigos éticos ou morais” (Felipe Araújo, disponível em http://www.infoescola.com/curiosidades/lei-de-gerson/).

Em tempos de Copa do mundo, o tema “jeitinho brasileiro” entra em pauta. O pior é que tem muita gente que se orgulha disso e acha que os estrangeiros é que são tapados.

Taxistas que mudam a rota pra encarecer a corrida, cobranças ilegais, preços que variam conforme a cara do comprador... Esses dias mesmo, o PROCON estava fiscalizando os táxis do aeroporto do Rio de Janeiro, diante de tantas denúncias que recebeu.

Num primeiro momento os metidos a esperto podem até se dar bem, mas a médio ou longo prazo acabam se complicando.

Educação, honestidade e respeito são riquezas inestimáveis. Que belo exemplo o Japão nos deu nesta Copa, quando seus torcedores só deixaram o estádio após recolher todo o lixo. O fato de ter perdido o jogo para a Costa do Marfim não foi desculpa para não fazer a sua parte.

Não faço coro com os pessimistas, acredito que o Brasil tem grandes potencialidades, penso até que temos mais pontos fortes do que falhas, mas precisamos mudar questões cruciais.

Eu "sou brasileira, com muito orgulho, com muito amor", mas tenho vergonha dessa pecha de espertalhão que nos acompanha (segundo alguns historiadores) desde a colonização.

Se quisermos ser levados a sério no cenário internacional, precisamos ser intolerantes com a corrupção e despedir de vez o tal jeitinho, investir em educação (não só a formal, mas a de casa).

Em geral, somos um povo alegre, hospitaleiro, que gosta de celebrar a vida. Que seja essa imagem festiva que os estrangeiros que nos visitam levem de nós!

Caso contrário, ainda que sejamos os melhores, sempre que vencermos vão dizer que não passou de armação.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Acredita?!

Depois de discorrer sobre a teoria do evolucionismo, com tom de verdade absoluta, meu professor perguntou finalmente:

- A propósito, não tem ninguém aqui que ainda acredita nessa historinha de Adão e Eva, ou tem?!

Da minha carteira, observei a turma: ninguém levantou a mão.

Eu era uma adolescente de 16 anos tímida e insegura, estava no primeiro ano de faculdade e queria me sentir aceita, mas para mim havia algo mais relevante, que estava acima daquele cenário constrangedor: o Deus da minha fé.

Finalmente ergui o braço e disse convicta: eu creio.
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Dizer que acredita em Deus é fácil. Dedicar a Ele alguma conquista ou clamar por Ele nas horas de aperto é uma reação até automática. “Meu Deus!”, “Graças a Deus”, “Deus é Pai”, “Deus, livra-me do mal” são expressões comuns.

Mais raras são as manifestações práticas (e públicas) da fé. Poucos relevam a marca de Cristo através de atitudes condizentes com o Reino, poucos estão dispostos a professar o nome dEle apesar das circunstâncias.

Pedro, um discípulo convicto, que foi categórico em afirmar que permaneceria fiel até o fim, negou Jesus diante da morte.

Eu, que no episódio acima manifestei minha fé solitária, já me peguei fazendo “orações relâmpago” para agradecer pela refeição quando estava em restaurantes ou praças de alimentação, pelo simples medo de chamar a atenção das pessoas ao redor, pra não deixá-las pensar que estava louca.

Precisamos nos posicionar, não há espaço para salvos em cima do muro. Não há lugares reservados no céu para quem é morno, para quem é indiferente ao chamado. Ele quer pessoas que se comprometam, que estejam dispostas a pagar o preço.

Jesus deixou as seguintes instruções:

“Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.”Mt 16.24

“Felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo tipo de calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Fiquem alegres e felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês. Porque foi assim mesmo que perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.” Mt 5.11 e 12

Mais que nossas palavras, Deus quer nossos corações.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

O que passa, o que fica

Ontem foi a estreia da Copa. Foi também o dia dos namorados.

A copa passa. Se hoje tinge as ruas de verde e amarelo e gera em nós euforia e todo esse clima de festa, logo será apenas uma lembrança, uma nota na história, inspiração, frustração, algo para contar.

O amor fica. Ainda que relacionamentos rompam, que circunstâncias mudem, que a morte encerre os dias dos que amam e são amados.

Ainda que alguém diga: terminamos porque o amor acabou.

O amor não tem fim. A ausência de amor provoca desacordos, a impaciência ou falta de percepção levam a desistência, mas o amor, se existia, permanece.

Estou apenas reproduzindo uma verdade constante da maior carta sobre o amor que já existiu.

“[...] Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece “1 Coríntios 13:7-8
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Em agosto de 2004, eu e Lívio começamos a namorar.

Quando penso que o encontrei beirando os dezenove anos em um dia comum, sem fogos de artifícios, sem uma introdução grandiosa.

Tudo simples, acontecendo naturalmente. Sem presentes caros, publicidade ou ostentação.

Dois meses até um sim definitivo. Seis meses para que surgisse o primeiro: “te amo”

“Calmo, sereno, tranquilo”... Não precisamos correr, atropelar a ordem das coisas.

Éramos duas mãos que se encontravam debaixo das almofadas. Depois lábios que se tocavam tímidos. Hoje eu sou você, você é eu.

Dia desses perguntei se ele estaria disposto a enfrentar grandes desafios e a abdicar de coisas preciosas por mim. Ele com sua franqueza respondeu (em síntese que): no início, não; hoje, com certeza.

Coisas do amor que, como um rio, começa despretensioso, depois cresce e espalha vida por toda parte.
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Ontem também era o dia dela. Quando faria 58 anos.

Penso que no céu não se comemora aniversário, afinal lá o tempo não é limitado, a festa é continuada.

Aqui seu dia ainda existe para nos lembrar do amor que não acaba. Por isso continuamos a contar ano a ano.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O homem da esquina

Fui à academia a pé. O treino demorou mais do que esperava e acabei tendo que retornar para casa quando já estava escuro.

Apesar de morar a menos de duas quadras da academia, sempre que ando sozinha, tomo alguns cuidados, acelero o passo, observo com atenção tudo ao meu redor...

Dessa vez fiquei com medo ao avistar de longe um homem parado na esquina de minha casa.

Tive vontade de fazer o caminho de volta, imaginando que ele poderia ser perigoso. Afinal de contas o que estava fazendo ali parado?!

Pensei que se ele viesse em minha direção eu poderia gritar por socorro... Então continuei.

À medida que fui me aproximando, o homem-sombra foi ganhando cores até se tornar o meu homem.

Como fiquei aliviada (e feliz) ao descobrir que era meu marido que, preocupado, foi me esperar na esquina, velando minha passagem.

Eu estava muito cansada, com o corpo doído depois de estrear uma nova série na musculação, então me joguei em seus braços em um apertado abraço.
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Muitos olham para Deus com desconfiança. Estão com as visões embaçadas, obscurecidas, por isso veem uma imagem bem distorcida da verdadeira.

Talvez as frustrações da vida e os sofrimentos os fizeram desenhar um deus diferente, alguém que arma ciladas, que os põe em abismos. Esquecem que os pensamentos dEle são mais elevados, são melhores, são de paz.

Deus então sussurra aos seus filhos:

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com minha destra fiel [...] eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo.”Is 41 10 e13

“Olhem para o céu e vejam as estrelas. Quem foi que as criou? Foi aquele que as faz sair em ordem como um exército; ele sabe quantas são e chama cada uma pelo seu nome. A sua força e o seu poder são tão grandes, que nenhuma delas deixa de responder. Povo de Israel, por que você se queixa, dizendo: ‘O Senhor não se importa conosco, o nosso Deus não se interessa pela nossa situação’? Será que vocês não sabem? Será que nunca ouviram falar disso? O Senhor é o Deus Eterno, ele criou o mundo inteiro. Ele não se cansa, não fica fatigado; ninguém pode medir a sua sabedoria. Aos cansados ele dá novas forças e enche de energia os fracos. ” Isaías 40.26-29

“[...] Desde que vocês nasceram, eu os tenho carregado; sempre cuidei de vocês.” Isaías 46.3


Resta-nos trocar esse olhar turvo por olhos cheios de fé para que possamos reconhecê-lo como de fato Ele é. Um Deus de amor e infinita bondade, que nos ajuda a seguir e nos ampara em seus braços; um Deus de justiça, o único a quem devemos temer.

Que clamemos ao Senhor como o cego de Jericó: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim [...] Que eu torne a ver.

Que nos joguemos em seus braços em um apertado abraço!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

De mãos dadas

Ontem foi o casamento dos queridos primos Ricardo e Caroline. Tive o imenso privilégio de participar com uma palavra para os noivos.

Ao receber o convite para falar em uma data tão importante, confesso que fiquei bem preocupada diante de tamanha responsabilidade.

Mas, graças a Deus, deu tudo certo. Atendendo aos pedidos, compartilho com vocês alguns pontos da palavra proferida naquela cerimônia.

Abraços ao casal. Sejam felizes!
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Estou feliz por participar deste momento único, inesquecível, em que Ricardo e Carol passam a caminhar de mãos dadas.

Caminhar de mãos dadas implica caminhar na mesma direção, com um só propósito, uma só missão.

Os dois preservam a sua individualidade, porém tornam-se um, vivendo a vida comum do lar em unidade de pensamento e coração.

Quando anunciaram que iam casar, alguns devem ter dito: Pra que? Casamento é uma instituição falida, uma prisão consentida e blá, blá, blá...

Na verdade, casamento é uma escolha dos sábios, dos que acreditam, dos que amam; afinal amor é uma decisão. Não se restringe a sentimentos instáveis, a emoções vazias, que vão e vem, ao gosto do tempo e do vento, mas envolve algo mais consistente, incluindo a razão.

Porque não é todo dia que estaremos apaixonados, não é todo dia que acordaremos sentindo borboletas no estômago. Não! A vida real envolve trabalho, família, saúde, doença, problemas... E como disse o sábio Salomão, há tempo para tudo: “tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar”. Mas todo tempo é tempo para amar.

Não tenham o casamento como forma de realização pessoal.

O propósito maior do casamento é se dedicar, cuidar, amar o seu cônjuge como a si próprio, empenhando­-se para formar um lar feliz, sem individualismos ou competições, glorificando a Deus.

A conquista do seu cônjuge deve ser a sua própria também, um deve torcer pela prosperidade do outro, conscientes de sua parceria eterna.

O casamento é criação de Deus. "O que Deus institui Ele governa".

Quando Deus concluiu toda a criação, Ele fez uma vistoria e concluiu que tudo era muito bom. Mar: bom. Animais: muito bom. Céu: muito bom. Só havia uma coisa que Deus viu que não era boa: a solidão do homem.

Deus havia criado Adão, o primeiro homem. Ele estava vivendo em um lugar lindo, em perfeita harmonia com Deus e a natureza, mas de que adianta estar no paraíso sozinho?!

Então Deus fez Adão dormir, tirou­-lhe uma costela e a partir daí fez a mulher.

Quando Adão acordou, ao contemplar a sua companheira, ele se alegra de tal maneira que diz: “Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos.” Gn 2.23b

O amor compromisso é eterno.

Hoje Ricardo e Carol decidem se amar eternamente. No belo texto de 1 Coríntios 13, encontramos que “Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo, Quem ama nunca desiste [...]”

O pastor e escritor Timothy Keller, explica que o casamento é a relação de aliança mais profunda porque “[...] apresenta aspectos horizontais e verticais muito marcantes [...] A aliança firmada entre marido e mulher é feita diante de Deus e, portanto, não apenas entre os cônjuges, mas também com Deus. Ser infiel ao cônjuge também implica ser infiel a Deus.”

Aprendam a perdoar e a pedir perdão. Tentem compreender o dia difícil do outro.

É tão grande a importância que a Bíblia dá ao casamento que começa com um casamento (o de Adão e Eva) e termina, em Apocalipse, também com um casamento (o de Cristo e a Igreja).
Deus ama o casamento, por isso deixou tantas recomendações importantíssimas em suas Sagradas Escrituras.

Ricardo e Carol, vocês terão uma longa jornada juntos, ouçam os conselhos de Deus e os pratiquem, e certamente alcançarão uma união próspera e abençoada.

Não desejo a vocês esse amor “que é eterno enquanto dure”. O que é eterno, em verdade, dura para sempre.

Já escrevi sobre isso aqui no blog e agora repito pra vocês:

O tipo de relacionamento que espero que vivam não se encontra no supermercado, exposto em uma prateleira empoeirada ou mesmo em uma vitrine bem bolada. Não se baseia em uma relação custo-benefício, nem depende de publicidade ou qualquer das estratégias de marketing.
Desejo que escrevam uma história de amor profunda e sincera.
Circunstâncias mudam as nuances da paixão, mas não são capazes de mudar o “amor-promessa”, o compromisso sincero feito diante de Deus e dos homens.

Deus os abençoe!

Olha nós aí no casório! (Obrigada, Gabi Smith, pelas fotos)