sexta-feira, 25 de abril de 2014

Mais que palavras

“Eu queria ter mais que uma voz

Mais que um louvor

E uma vida pra te oferecer

Pois Tu és muito mais

Que eu possa ter em meu ser”

A primeira vez que ouvi esses versos (do cantor e compositor Kléber Lucas) foi na voz de um garotinho de oito anos (mais ou menos).

Ele estava sentado em um tamborete e, enquanto dedilhava as notas em seu violão, entoava com verdade e pureza cada palavra. Meus olhos encheram d’água. Deus se revela nas situações mais simples.

Eu era apenas uma adolescente, mas aquela cena nunca se desencontrou de mim e a música “Mais que uma voz” acabou ganhando um lugar na trilha de minha vida, esteve inclusive na cerimônia de meu casamento (também na voz de uma criança).

Hoje, quando o blog completa três anos, mais uma vez a tal cantiga surgiu. E mais uma vez tive vontade de chorar.

Escrever em um diário é uma oportunidade única de poder revisitar períodos de nossa existência e experimentar mais uma vez as sensações vividas.

Ao longo desses três anos, vivi experiências diversas e compartilhei com vocês desde os acontecimentos mais banais , como uma xícara que se quebra, até momentos significativos, como meu casamento e o incomparável sacrifício do filho de Deus para que eu e você tivéssemos vida.

Em algumas ocasiões utilizei esse espaço como uma espécie de terapia, como nos dias em que residindo em hotéis não tinha com quem conversar, nem muitas ocupações. Em outras tentei agir como um porta-voz dos céus, divulgando os valores do reino ao qual pertenço.

Em todo tempo (ainda que algumas vezes não tenha conseguido), o objetivo foi único: louvar o nome do Deus que me criou, afinal:

“Tu és o autor

Aquele que pintou com perfeição a vida
Tu és o Senhor

Aquele que me amou e és o meu Deus, meu Senhor

Minha vida é pra Teu louvor”


No fim de cada retrospectiva é inevitável concluir (por mais clichê que pareça): Deus é fiel! Ele cuida de mim e me sustenta, mesmo quando penso que as forças não vão dar!

Obrigada a todos vocês que têm me acompanhado.

Algumas vezes, cheguei a pensar que fosse o tempo do fim (para o blog), mas o incentivo de vocês me fez ver que ainda há muito mais!

Orem por nós! Deus nos ajude!

terça-feira, 22 de abril de 2014

Tartarugas ninja

Quando eu era criança, vez por outra, assistia ao desenho animado “Tartarugas Ninja”. Semana passada (acredito que) descobri a inspiração para o título, observando o nascimento das tartaruguinhas em uma das praias do litoral piauiense.

Depois de eclodirem dos ovos, as fofurinhas saem do ninho em direção ao mar, onde iniciam uma aventura de quatro dias de nado ininterrupto.

Segundo a bióloga (do Projeto Biodiversidade Marinha do Delta- BIOMADE) que acompanhou a soltura dos filhotes, de cada ninhada (em que nascem entre 100 e 120 tartarugas) apenas duas chegam à fase reprodutiva.

Elas literalmente saem do buraco e se precipitam em um mar de desafios e dificuldades. Precisam escapar dos mais diferentes predadores até se tornarem tartarugas fortes e saudáveis.

Uma lição de vida para nós.

Nós que muitas vezes evitamos o mar com suas ondas violentas para permanecer na cômoda praia.

Às vezes até encostamos os pés na água, mas o medo nos impede de ir adiante, de transpor as barreiras naturais e alcançar o lugar para o qual nos projetamos (ou fomos projetados).

Sabemos que não há conquista sem dor, luta, sangue, mas insistimos em dar meia volta ao nos deparar com os primeiros entraves.

Pegamos atalhos (que parecem menos complicados) e então, lá adiante, ficamos surpresos ao nos ver diante de obstáculos ainda maiores.

As tartaruguinhas não podem simplesmente se recusar a ingressar no mar. Não podem virar as costas e seguir em outra direção. Agindo assim, só abreviarão seu fim. É questão de sobrevivência.

Dizem que “o covarde morre várias vezes”. Sendo assim, é melhor arregaçarmos as mangas e nos lançarmos ao mar.

O ferido acabou! Vamo que vamo!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A cruz e a escova de dente

Dia desses estive em Teresina, desfrutando da beleza que é ter uma família.

Beatrice, minha sobrinha, foi dormir comigo na noite de sábado. No domingo, retornei para Parnaíba e, ao abrir minha necessaire, me deparei com algo que ela deixou por ali: sua escova de dente.

E guardei-a ao lado da minha no armário por trás do espelho do banheiro. Agora toda vez que vou escovar os dentes lembro-me da minha pequena.

Engraçado como acanhados detalhes nos trazem à memória pessoas e momentos marcantes.

As coisas em si não são importantes, mas podem representar e nos fazer visitar episódios que verdadeiramente são.

A cruz, por exemplo. Em si não passa de dois traços que se cruzam, mas quão grande a força e a mensagem nela contida. Um símbolo carregado de sangue, amor, sacrifício, perdão. Para nós cristãos aponta para um fato que mudou toda a nossa existência: Jesus sofreu e morreu pregado em uma cruz, restaurando nossa comunhão com Deus, o Pai.

A Páscoa fala exatamente dessa história. Jesus é o cordeiro que foi sacrificado em nosso lugar. Ao assumir o preço de sangue que pesava sobre nós, trouxe liberdade e salvação.

Muitos querem nos empurrar outros símbolos, que destoam imensamente do real sentido da Páscoa. Nada contra os deliciosos ovos de chocolate, nem contra os bonitinhos coelhos que aparecem neste período. Mas eles andam longe de retratar toda a profundidade destes dias.

Que possamos ter não apenas uma semana santa, mas todos os dias santos, separando-os para a glória daquele que nos amou ao ponto de sacrificar seu próprio Filho, livrando-nos da morte (que era nossa)!

“Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.Jo 1:11-13

“No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! João 1:29

“[...] Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia [...] 1 Coríntios 15:3-4

terça-feira, 15 de abril de 2014

Desastrada, eu?!

Desde sábado tento me defender da pecha que me persegue. É que querem me incluir a todo custo no grupo das desastradas...

Por isso argumentei:

-Eu nem ando derrubando coisas. Tudo bem que sempre tenho roxos nas canelas porque me taco nas coisas de vez em quando, mas...

Minha tese foi por água abaixo (ou por pia abaixo) ontem à noite quando eu lavava as louças do jantar e derrubei minha caneca no chão, deixando-a sem alça.

Mas não foi só isso. Cheguei ainda a outras conclusões com esse simples episódio.

Ao resgatar a caneca do canto atrás da geladeira (porque essas coisas caem nos lugares mais inusitados?!), encaminhei-me a lixeira e quando estava prestes a jogá-la fora, desisti.

Primeiro porque a comprei em uma viagem de negócios em família; segundo (e principalmente) por trazer estampada o nome “Sra”, o que, de certa forma, trazia certa personificação à coisa.

Ela tinha sido comprada em conjunto com a caneca “Sr.” Não estando em par, não teriam a mesma graça.

Além do que, o fato de agora estar sem alça não a tornava imprestável. Um polimento bem feito abrandaria o perigo de machucar alguém. No fim das contas, nada é assim tão descartável...

Em meio a tais reflexões acabei chegando a outras mais relevantes.

Por exemplo, vivemos um tempo de descartáveis. Não temos paciência para consertar coisas, nem pensamos na possibilidade da reciclagem.

É assim também com as pessoas. Já falei aqui que a maioria dos relacionamentos atuais parece mais com uma relação de consumo. Se o custo está sendo maior que o benefício, nos desfazemos daquele cara e partimos para uma nova empreitada.

Como se trocar uma pessoa pela outra resolvesse o problema que está em nós: individualismo, egoísmo, falta de amor.
Quem ama é diferente.

O evento da queda da caneca coincidiu com o fim da leitura do livro de CS Lewis “A anatomia de uma dor”. Nessa obra, Lewis expõe seu sofrimento durante os dias que se seguiram a morte de sua amada esposa.

Interessante destacar que quando se casaram, ela já estava terrivelmente doente. Alguns dizem até que o casamento foi mais um ato de compaixão do famoso escritor para com a mulher. Estrangeira, separada, com dois filhos e enfrentando um câncer, ela precisava de um visto pra não ser enxotada da Inglaterra.

Lewis esteve presente nos últimos anos de vida da esposa, cada um exposto às maiores fragilidades do outro. Apesar das circunstâncias desfavoráveis e do pouco tempo juntos, eles desenvolveram um amor tão forte e vivo que as páginas de seu diário de luto se transformaram em um livro que inspirou e inspira tanta gente ao redor do mundo.

Ao imaginar que sua esposa morta (a quem ele chama H) poderia observá-lo aqui na terra, escreveu:

“Será que H. agora vê exatamente o quanto de palavrório ou retórica havia no que ela chamava – e eu chamo- de meu amor? Que assim seja. Olhe o melhor que puder, querida. Eu não esconderia, se pudesse. Nós não idealizamos um ao outro. Não tentamos manter quaisquer segredos. Você conheceu a maioria dos ‘podres’ em mim. Se agora vê algo pior, posso aceitá-lo. Você também. Dê bronca, explique, zombe, perdoe. Pois esse é um dos milagres do amor. Ele concede – a ambos, mas principalmente à mulher- uma capacidade de ver além de seus próprios atrativos e , ainda assim, sem perder o encanto. ”

Quando olhamos de perto, os defeitos se tornam mais perceptíveis e maiores, mas o amor repara falhas, cobre multidão de pecados, nos ajuda a acreditar em novos começos e encontrar beleza onde ninguém vê.

Minha xícara, Sra, não precisou ir para o lixo, apesar de não ser mais o belo e completo objeto que comprei no mercado.

Nossos amigos, irmãos, pais, marido também tem partes quebradas. Quem sabe o tempo lhes tirou parte da graça? E em seus rostos agora habitem profundas marcas?

“O menino é pai do homem”, como bem disse Machado de Assis. Apesar das frustrações, do rosto enrugado, a criança ainda está lá.

Olhemos com atenção, cuidemos de nossos queridos. Em se tratando de pessoas, não existem imprestáveis, descartáveis... O amor nos torna capazes de entender isso.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Voz do povo

Depois de tanto tempo, finalmente criei coragem para desafiá-la.

Chamei-a com uma voz seca.

Ela apresentou-se com pilhérias e algazarra. Ao perceber que seu “showzinho” não surtira efeito, passou a me pressionar e fazer ameaças.

- Preciso conversar com você- disse-lhe em tom enigmático.

Ela tentou fazer caso de mim e quis me dar uma “carteirada”:

- Você sabe com quem está falando?!

Estremeci, mas àquela altura não poderia voltar atrás.

Então ela continuou:

- Sou a Voz do povo e ...

- A Voz do povo NÃO é a Voz de Deus- antecipei-me antes que pudesse expor sua grande inverdade.

Pela primeira vez, encostei-a contra a parede e, apontando o dedo indicador contra sua face, finalizei:

- Escute bem, um dia você não terá tanta importância para mim. Será apenas um sussurro distante, uma voz falha.

E essa conversa foi só o começo.
...

O que o povo sabe de mim?! Quase sempre me julgará pelo que vê através de olhos carregados de preconceito e parcialidade.

Mas Deus (ah, Deus!) “não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”1 Samuel 16:7

Ele é quem diz:

"Não deixem que os profetas e adivinhos que há no meio de vocês os enganem. Não deem atenção aos sonhos que vocês os encorajam a terem [...] Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.
Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei.
Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração”. Jeremias 29:8, 11-13

Deus me conhece, por isso me comprou. É com Ele que quero andar.

“Quem tem ouvidos, ouça”- é o convite de Jesus que ainda ecoa.

Tantas vezes a Voz do povo tem soado tão forte aos nossos ouvidos que acabamos sem ouvir a Voz que realmente importa: a de Deus.
Para agradar às pessoas, deixamos de agradar a Deus. Vivemos como escravos das opiniões alheias e fazemos pouco caso dAquele que tudo sabe a nosso respeito, dAquele que se importa com a gente de verdade.

Como dizem: "é fácil falar de mim, difícil é ser eu". Avaliar a vida dos outros é fácil, assim como apresentar “a melhor escolha” quando não se vai assumir as responsabilidades advindas dela.

Cristo se fez um de nós, tornou-se maldição em nosso lugar, morreu uma morte que era nossa.

Ele sim pode dizer: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”.João 14:6

É essa voz que vou seguir. Não importa o que dizem os ateus ou os sábios deste mundo, nem se vão me chamar de tola e imatura, nada me separará do amor de Cristo. Afinal...

"Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo."

"Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou pó mim. (Gl.1:10; 2:20).

“Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,
Não endureçais os vossos corações [...]Hebreus 3:7-8

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Verdade seja dita

- Seu cabelo não está lá essas coisas! – Foi o que o silêncio do Lívio me disse quando, ao chegar do salão, insisti em saber se ele tinha gostado do novo look.

Conheço meu garoto. Se ele está me achando bonita, elogia; se não gostou, cala-se.

Duas semanas depois, confirmei minha tese, quando ele finalmente comentou:

- Até que a franja está mais assentada.

Eu mereço?! Kkk

Posso não ter o marido mais romântico do universo, mas sua franqueza me agrada.

Sinto-me segura ao ouvir seus pontos de vista (e isso em todas as áreas), por saber que não estou diante de um falso espelho.

A verdade é dura, mas libertadora.

O Pr. Glênio Paranaguá (em seu livro “Pegadas de lobo na porteira”) chamou atenção para o fato de que “Muitas vezes nós estamos usando as palavras como se fossem algum tipo de moeda para negociar com os sentimentos das outras pessoas.”

E alerta: “É sempre no terreno da fragilidade que os espertalhões pegam as suas vítimas. Sabendo que as pessoas são afetivamente carentes e que, na rotina diária, suplicam cuidados especiais, eles lançam seus discursos abarrotados de promessas e repletos de um conteúdo de bajulação extraordinária, para com isso conquistar aquelas almas frágeis, e depois extorqui-las no pelourinho, sem dó nem piedade. ”

Assim como devemos nos guardar dos pessimistas, daqueles que só nos colocam para baixo, devemos escapar de quem tenta nos prender em suas palavras fáceis, adulações gratuitas, daqueles que nos fazem se sentir “os reis da cocada preta”.

Mas a maioria de nós foge da verdade. Prefere se guiar pelos horóscopos da vida, se cercar dos bajuladores baratos e de líderes que dizem o que eles querem e não o que precisam ouvir.

Muitos, por medo de ser rejeitados, falam mentiras deslavadas e vendem uma imagem bem diferente do que são de fato. Perdem a alma para não perder o prestígio, a aceitação e seja lá mais o que isso possa trazer.

Paulo já alertava Timóteo:

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.

Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos.

Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.

Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério. 2 Timóteo 4:2-5


Deus nos ajude a viver de verdade!


terça-feira, 1 de abril de 2014

Sobre pais e filhos

“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa [..]”

Logo mais (às 19h:30min, na IDM - Parnaíba) continuaremos a série de estudos sobre a família.

Durante a preparação da aula, debruçada sob o versículo acima, pensei: hoje muitos pais afastam os filhos desse mandamento básico e os impedem de desfrutar da promessa dada aqueles que honram pai e mãe:

“[...] para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá
Êxodo 20:12

...

Um dia, se Deus permitir, serei mãe. Às vezes dá um frio na barriga ao pensar nos dilemas que a maternidade traz, mas como eu disse a uma amiga que está prestes a dar à luz (e tem a mesma preocupação): acho que isso é um bom indício.

Quero que minha descendência prolongue os seus dias na terra e seja como flecha que chegará a lugares onde eu sequer sonhei alcançar.

Sei que para isso eles precisarão aprender sobre obediência e honra. E também que requererá de mim algumas lágrimas, principalmente quando há tão poucos modelos a serem seguidos.

Os pais “modernos” pensam que para criar filhos fortes e civilizados não podem exigir deles submissão. Sofrem ao estabelecer regras, como se, agindo assim, tornassem-se inimigos de seus rebentos.

Se por um lado o pai austero, intransigente e violento provoca traumas e cria adultos ansiosos ou implacáveis; por outro um pai bonachão ao extremo produzirá crias inseguras, sem noção e despreparadas para a vida.

Uma amiga certa vez compartilhou que quando era criança ficava triste quando seus pais não lhe cobravam na escola.

Se ela fazia ou não as tarefas e trabalhos escolares, seus pais eram indiferente. Isso (é claro) refletia em um desempenho ruim no colégio e lhe fazia pensar que eles não a amavam como os pais das outras crianças.

Quando estamos falando em essencialidades da vida, tais como alimentação saudável, hora de dormir, ida à igreja ou à escola, não há espaço para muita opção.

Será justo outorgar a um menino de três anos decisões difíceis como quando tomar banho ou o que comer?! Penso que não.

Pais preocupados com a higiene e a saúde de seus filhos sabem que eles precisam se assear e comer alimentos nutritivos. Crianças querem brincar.

Em outras ocasiões sim. As crianças poderão opinar (e é até bom que opinem) quando estiverem diante de decisões que não impliquem sérias repercussões, oportunidades em que poderão desenvolver sua personalidade e descobrir seus gostos pessoais. Decidir entre ir ao cinema ou ao parque ou de que cor quer o seu quarto são escolhas que podem ser resolvidas no universo infantil.

Tenho medo de extremos. Se antes vivíamos no extremo “criança não tem querer”, hoje vivemos o extremo oposto, em que é dada a elas o poder e a responsabilidade de conduzir a casa. Um cenário assustador em que pais deixam de desempenhar o papel de educador, responsável pela ordem e harmonia no lar.

Há tempo para tudo. Os meninos devem ser livres para correr, desde que essa corrida não os lance ao precipício próximo. Cabe aos adultos alertar quanto aos abismos, sem exageros ou arrefecimentos.

Nossas crianças estão estressadas e deprimidas. Não quero contribuir para esse quadro, mas aprender o papel que Deus estabeleceu para cada um no lar.

Moderação é a palavra de ordem. Desafio duro, mas possível. Deus nos ajude!