quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Idênticos?!

O mundo seria melhor ou pior se todos fossem iguais a mim?

Em um primeiro momento, é natural pensar: claro que seria melhor, afinal não roubo, nem mato e me desdobro o quanto posso para não agredir ninguém.

Depois é inevitável concluir que pioraria em muitos aspectos.

Sou dura, sem ritmo. Meus movimentos são descoordenados. Ah... Como eu gostaria de dançar,
mas nem tenho coordenação motora, nem coragem para enfrentar o senso do ridículo... Também não sei tocar nenhum instrumento. Já pensou como seria triste um mundo sem dança ou uma história sem música!

E isso é só o começo.

Minha timidez impediria o mundo de avançar em muitas áreas. Além do mais, sou ansiosa e perfeccionista. Penso até cansar.

Apesar de reconhecer o erro, muitas vezes sou complacente com ele, simplesmente para evitar desagradar e fugir de discussões ou contratempos.

Acredita que já tive vizinho baderneiro, daqueles que fazem baladas ao longo de toda a madrugada, com o som no último volume, e, apesar de passar a noite sem dormir, fiquei calada, sem o denunciar.

É certo que se todos fossem iguais a mim, não haveria tanto incômodo aos vizinhos. Só a chatice comum do cotidiano e, vez por outro, uma voz mais alta.

Mas eu tenho outras características que eu não gostaria de ver tão frequente no meio da rua.
E tenho gostos, talentos específicos. Se tivessem as mesmas inclinações, o caos se instalaria, pois algumas habilidades ficariam sem donos, deixando muitos problemas sem solução.

Meu sogro esteve aqui em casa há alguns dias e consertou o pedal da lixeira da cozinha. Se dependesse de mim, certamente ela ainda estaria lá encostada.

A verdade é que a igualdade levada às ultimas consequências é monótona e inviável, por isso Deus nos fez com tantas peculiaridades.

O salmista, admirado com a multiforme sabedoria e criatividade de Deus, declara:

“Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem”. Sl 139:14

Não fique achando que deveria ser fulano ou beltrano (ou que eles deveriam ser você). Preocupe-se em desenvolver seu potencial e viver para aquilo que você foi criado.

Dos outros apenas a inspiração, o exemplo, a admiração.

E "vamo que vamo"!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Grandes coisas

Normalmente penso que devo fazer grandes coisas. Olho para minhas mãos e as vejo pequenas...

Acho que os olhos estão cada vez maiores que a barriga. Ou a barriga está maior que os olhos?!

Não sei. Sei que alguma coisa está fora do lugar. Nossa geração anda tão insatisfeita. Comer e beber deixaram de ser suficientes e outros itens passaram a fazer parte de nossos itens básicos, porque o necessário não tem a mesma conotação antiga.

Antes se era feliz quando se tinha o que comer, beber, vestir. Hoje quem não pode ser cliente habitual dos melhores restaurantes, ostentar as famosas marcas, viajar para o exterior nas férias já se acha no direito de se considerar o mais infeliz dos homens...

Também o tempo não é mais o mesmo. O dia perdeu algumas horas. O começo não existe mais. Todos já esperam sair a partir da linha de chegada.

Há uma luta entre quem somos e o que gostaríamos de ser. Entre o que temos e nossos objetos de desejo.

O estilo simples de viver saiu de moda... E esse modo de ver a vida gera cada vez mais ansiedade e infelicidade, pois quando pensamos que dependemos de tudo, acabamos nos enxergando sempre miseráveis...

Se encarássemos cada etapa, dando um passo de cada vez, degrau a degrau, talvez nosso esforço fosse mais natural, cansaço e frustrações mais amenos.

Porque queremos tudo para ontem como se o presente já chegasse atrasado, pulamos etapas, queimamos experiências.

Precisamos do silêncio das horas vagas, viver cada estação: escutar as folhas caindo na varanda, sentir o cheiro da chuva, a marca da gota do suor atravessando a testa, o desabrochar das flores...

Enquanto estou atrás de grandes coisas, deixo de viver as que realmente são.

Grandes coisas estão acontecendo e nós nem percebemos. São nos detalhes que Deus manifesta a sua glória.

Deus nos ajude!

"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa? [...] Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? [...] Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal". Mt.6.25-34

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus".Fp 4:6-7

sábado, 25 de janeiro de 2014

Reinício

Há alguns dias, nossos amigos Roberta e Serginho despediam-se de sua família em Recife. O recesso havia acabado e precisavam voltar. O chororô foi inevitável, mas eles deviam retornar ao trabalho, a rotina, ao dia comum, sem tanta festa, sem tanto afeto.

Depois foi a vez de minha concunhada Gabi dar adeus a sua parentela. As férias tinham chegado ao fim e Natal-RN mais uma vez teria que ficar para trás.

Todo começo de ano é a mesma coisa. Depois de dias festivos, temos que voltar à “realidade”.

É comum surgir uma doce melancolia. Doce porque carrega flashes dos momentos felizes.

De volta ao trabalho, vez por outra, você se pega pensando:

- Há alguns dias atrás, a essa hora, eu estava longe...

E a gente vai espreguiçando e, ao poucos, voltando ao ritmo normal.

E logo vamos organizando com ansiedade os próximos encontros que virão.

Não somos máquinas brutas. Não trabalhamos isentos de emoções. Nosso combustível é a expectativa de dias melhores, nossa corda as motivações.

Trabalho, dinheiro não são um fim em si mesmos. Nosso esforço é justamente para o sustento de nossas fomes, física, emocional, espiritual.
...

Entre passeios e "coisas a resolver", eu e Lívio percorremos mais de 4.000 km. Depois de regressar ao trabalho no início de janeiro, agora retomo as reflexões aqui no blog.

Como disse o sábio Salomão no livro de Eclesiastes, “há tempo para todo propósito debaixo da terra”.

O calendário reforça essa ideia. Cada vez que finda uma semana, um mês, um ano, algo dentro de nós morre e algo se prepara para renascer. Como um reset e um restart.

Começa o tempo de plantio.

Deus nos ajude!
...

Resumo do recesso...