segunda-feira, 30 de julho de 2012

Bom começo, Bonfim!

Quando adentramos o quarto, onde passaríamos a noite de núpcias, e me olhei no espelho, ainda com o vestido de noiva, sorri feliz.

Depois de quase sete anos de namoro e tantas confirmações de que nossa história daria certo, o “enfim sós” tornara-se um momento bem esperado.

Por isso a alegria tomou conta de mim. E nós celebramos cada minuto do início de nossa vida a dois, sendo um...
...

Um ano se passou desde aquela noite de 30 de julho de 2011.

Parece pouco, quando penso em tudo que vivemos juntos. Tantas cidades, tantas mudanças, tantas lembranças... Perdas e ganhos...

Depois da festa, dos sonhos de princesa, vem o período do “até que a morte nos separe”... E nesse tempo nem tudo são flores.

A vida é cheia de altos e baixos, mas louvo a Deus, por poder subir e descer com você. Por ter alguém com quem sei que posso contar sempre.

Em todas as estações, em todos os lugares e situações, escolho estar ao seu lado.

Um dia desses a gente enfrentou uma chuva torrencial e com vento (friiioo), debaixo de um único guarda-chuva, enquanto procurávamos um sofá para o apartamento de Floripa... Ficamos ensopados.

Agora em Corrente organizamos mais um cantinho pra morar, e m um novo contexto, em outro clima.

É assim o amor. Permanece em todas as estações. Esquenta no inverno, floresce na primavera, alivia no calor, renova-se no outono pra viver tudo de novo.

Se antes eu lhe conhecia só em parte, hoje já lhe conheço mais um pouco. Agora posso lhe
ver, dormindo e acordado, e descubro todos os seus detalhes.

Se antes eu não conhecia o seu choro, hoje sei as cores de suas lágrimas, as nuanças de seu sorriso.

Hoje lhe amo mais.

É apenas o começo. O primeiro de muitos anos.
...

Sempre me lembrarei da “nossa” noite como a melhor.

Nunca me esquecerei do sorriso com que fui recebida no altar, nem de suas orações sinceras, seu olhar terno, sua declaração cantada... O amor de Deus sendo derramado...

Um começo maravilhoso para a vida nova...

Amo vc!



domingo, 29 de julho de 2012

Tempo


Hoje, em um típica manhã de domingo, eu estava sentado na classe, quando chegou um senhor de cabelos brancos e olhos cansados, procurando o seu lugar reservado próximo ao professor. É que o velhinho já não escutava bem, e tinha todo o cuidado para não perder nenhuma palavra do estudo bíblico.

Simplesmente divaguei com aquele senhor tão esforçado. Que homem admirável! Pensei. Gostaria de ser assim na sua idade.

A Bíblia nos fala em Ec 12. 1:

“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos, dos quais venhas a dizer: não tenho neles contentamento" E em seguida, nos versos 13 e 14, arremata “Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e guarde os seus mandamentos, pois isso é o essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal”.
...
Como o tempo passa ligeiro... Amanhã faz um ano que eu e Lara nos casamos. Passamos pelas mais diversas experiências, moramos em quatro cidades, muitas mudanças, longe da nossa casa, da nossa gente, conhecendo inúmeras igrejas, costumes, uma infinidade de momentos em 12 meses que voaram.

Quando fecho os olhos, lembro o dia em que meu encabulado sogro trouxe-me o meu maior presente. Um sonho que se materializava ao som de “Her most beautiful smile”. Uma memória que me traz esperança. O símbolo da bondade de Deus em minha vida.

Sim, é ela mesma, Lara Larissa Bonfim, minha amada esposa, que nos tem alegrado com a palavra do Senhor. É com ela que tenho vivido os dias mais alegres da minha vida, tentado andar nos caminhos do Senhor e ao lado de quem eu quero envelhecer.

Feliz um ano, minha menina!
...

Quando penso nisso tudo, percebo que a vida é curta e que precisamos saber viver, como diz aquele música.

Talvez por isso, não me contive, dirigi-me ao velhinho e lhe dei um grande abraço, declarando que ele era um grande exemplo pra mim. Ele sorriu e disse: se eu posso ir pra qualquer lugar, quanto mais para a casa do Senhor. E saiu calmo, sereno e tranquilo, aos seus 94 anos e 09 meses bem vividos.

Meu amor, que nós possamos combater o bom combate, aproveitando cada momento de nossas vidas na presença do Senhor!

Abraço,

Lívio Bonfim

sábado, 28 de julho de 2012

Sobre uma piauiense...

Sarah Menezes. Encontrei-a por acaso, andando pelas ruas de Teresina, simples e obstinada.

Observei-a de longe, enquanto ela esperava pelo ônibus. Fiquei pensando em sua garra. Um talento bruto, uma pedra preciosa do esporte piauiense, vagando despercebida pelas ruas da cidade.

A gente assistia pela TV a sua dificuldade para conseguir um patrocínio que bancasse suas viagens, seus treinos e toda estrutura que um atleta precisa ter.

Se fosse nos Estados Unidos... – Cheguei a pensar.

Mas ela não precisou nascer em um País em que os governantes apoiam o esporte, nem em um Estado que desenvolve seus talentos... Apesar das condições adversas, Sarah continuava fazendo o que ela mais sabia: lutar.

Seu olhar estava fito em seu sonho, não nas dificuldades...Como dizem, “brasileiro não desiste nunca.”

Por tudo isso, foi impossível não me emocionar ao vê-la entrar para a história do esporte nacional como a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro numa Olimpíada nesta modalidade esportiva.

Suas lágrimas refletiam os anos de luta, de esforço. Uma sobrevivente que foi adiante e venceu.

Sua vitória traz autoestima para o povo piauiense, traz inspiração... Faz-nos ver que as lutas existem para serem vencidas e os desafios para serem superados...

A pobreza, a seca, a miséria, normalmente associadas ao nosso Estado pela mídia, dão lugar para as cores brilhantes da conquista. A menina, normalmente esquecida até pelos conterrâneos, hoje estava nos televisores do mundo inteiro, marcando a história.

Na entrevista, após a disputa, Sarah disse emocionada: agora as coisas vão mudar.

As coisas vão mudar. Eu acredito, Sarah Menezes. Que seu trabalho seja reconhecido e que você sirva de exemplo para muitos piauienses...

Que nós mudemos também! Que não vivamos a olhar para nossas feridas, nem para as escassezes do passado, afinal “não importa como começamos, mas como terminaremos”.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Espera em Deus

Nessas viagens que tenho feito, muitas são as histórias (verídicas) que me contam. Lembrei de uma delas hoje e quero compartilhar com vocês...

É sobre uma noiva que sonhava com o casamento que se aproximava.

Na pequena cidade, só se falava sobre isso. Dias antes da festa, alguém lhe alertou a não andar tão eufórica e rapidamente em sua moto, mas a noiva era uma felicidade só. Cortava a cidade e, por onde passava, saía espalhando:

-Meu casamento será um acontecimento inesquecível. Esta cidade nunca viu coisa igual. Serão tantas flores...

De fato, foi um evento inesquecível. A igreja estava cheia de flores, como nunca vira aquele Município, mas, no lugar da alegria planejada, havia luto.

No dia do casório, a noiva saiu cedo para resolver os últimos detalhes da cerimônia. Ela, como de costume, saiu rápido em sua moto e acabou invadindo a preferencial, sem visualizar o carro que veio a lhe abalroar. Foi uma morte súbita. Os convidados puderam vê-la em suas vestes nupciais, mas sem vida.
...

Talvez você esteja pensando: que história mais triste... Eu, que queria tanto uma narrativa empolgante...

Mas as tragédias também acontecem. É a parte amarga da vida e também a mais difícil de digerir...

Violência, catástrofes naturais, dificuldades financeiras, decepções amorosas e profissionais, morte... Grandes perdas que repercutem amplamente, que nos fazem, por um momento, perder o chão, sentir-se só... Mas temos que seguir em frente...

A esperança ressurge quando descobrimos que não estamos sozinhos. Junto de nós está o silêncio, a esperança, o mistério do que virá, as lembranças, os sentimentos mais íntimos. E o melhor: estamos juntos de Deus. É o que Ele nos garante em sua Palavra:

“Ele fica perto dos que estão desanimados e salva os que perderam a esperança”. Sl 34.18
...
Esses dias, li a história de um tigre que estava perseguindo um monge. Na tentativa de sobreviver, o monge correu com todas as suas forças. De repente, ele teve que parar, pois se viu à beira de um abismo.

Olhou para trás e deu de cara com o tigre rugindo, pronto para atacar. O monge, então, notou uma corda, que pendia da beira do precipício. Ele segurou-a e começou a descer o despenhadeiro. Por um instante, o monge se sentiu aliviado até olhar para baixo e perceber uma grande extensão de rochas pontiagudas.

Que situação! Se subisse, o tigre faminto estava pronto para devorá-lo; se descesse lá estavam afiadíssimas pedras.

Como se não bastasse, ainda apareceram dois camundongos que começaram a roer a corda.
E agora?

O monge resolveu esquecer de tudo e se concentrar em uma única coisa: um morango que estava ao alcance de suas mãos. Depois de comê-lo, o monge exclamou:

- Que delícia. Esse é o melhor morango que já comi na vida.

Seu passado pode ter sido difícil. E vez por outra, como um tigre, insiste em rugir para você. O seu futuro talvez não pareça tão promissor. Deixe de olhar para trás ou adiante, veja os morangos que Deus hoje mesmo oferece pra você saborear.

As dificuldades vêm e revelam quão frágeis somos. Quando nos vemos nus, percebemos nossa vulnerabilidade. Mas Deus está perto e Ele tem coisas boas para nós.

“Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”. Sl 42.5

No tempo certo Ele nos trará o socorro.E nós o louvaremos, louvaremos, louvaremos...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sobre a amizade

Meu primo passou alguns dias em uma tribo indígena e acabou fazendo algumas amizades por lá. Tempos depois, ao retornar àquela aldeia, ele ficou surpreso quando seus amigos índios levaram-no para a floresta e lhe mostraram várias pegadas na areia.

- De quem são essas pisadas? – quis saber.

Os índios lhe disseram que pertenciam a ele. Desde a última visita de meu primo, seus amigos preservaram as suas pegadas, escondendo-as do tempo, do vento... Sempre que eles passavam ali por perto, tiravam as palhas que protegiam as pegadas e se lembravam do amigo branco, chorando de saudade.

Que bela demonstração de afeição, hein?!

Um verdadeiro amigo faz isso: guarda as marcas do outro na memória, de tal maneira que nem o tempo, nem o vento conseguem apagá-las.

A distância não é capaz de por fim a uma amizade verdadeira, pois um amigo sente o outro, chora e se alegra com ele, sente falta e celebra quando está perto. Os gestos, o sorriso, as palavras do amigo, vez por outra, são lembradas...

A amizade faz nascer dentro de nós um vínculo tão intenso, que vai além do sanguíneo...

“[...] há amigos mais chegados que um irmão.” Pv 18.24

Indiferença não cabe dentro de uma relação de amizade, nem mentiras e falsidade, pois ser amigo é compartilhar segredos e desenvolver a cumplicidade.

Isso me faz lembrar daquela canção que diz...

“[...] Seja você quem for
Eu te conheço muito bem
E isso faz bem pra mim
Isso faz bem pra vida
Onde quer que vá
Eu vou estar também [...]
Bendito
Encontro
Na vida
Amigo
É tão forte quanto o vento quando sopra
Tronco forte que não quebra, não entorta
Podes crer, podes crer,
Eu tô falando de amizade” (Cidade Negra)

Jesus é o modelo de amigo de verdade. Quero aprender com ele, quero ser capaz de me doar como ele.

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.

Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno.

Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido”. Jo 15:13-15

Agradeço a Deus por meus amigos. Amigos de sangue ou de graça; amigos de perto ou de longe, mas sempre próximos. Aqueles que oram, torcem e sentem comigo. Aqueles que me ajudam a seguir e não deixam minhas marcas se apagarem...

Que o Amigo dos amigos os abençoe sempre! Amo vocês!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Gatos de hotel

Mamãe, assim que casou (e teve que assumir uma casa e todas as implicações disso: cozinhar, lavar, passar), sugeriu para meu pai:

- Bem que a gente poderia morar em um hotel...

Mãe, em mais uma temporada morando em hotel, posso lhe assegurar: viver em hotel não é vida mansa, como se pensa.

Apesar de acordarmos com o café no ponto, voltarmos do trabalho e encontrar o quarto arrumado, nada se compara a uma casinha com suas rotinas diárias.

Uma suíte e uma pequena varanda é o espaço que temos para dividir e alojarmos as malas, os livros, os móveis... Até para estender as calçinhas tenho que improvisar um lugar.

Às vezes cansa essa vida de hotel. Eu e Lívio ficamos nos revezando entre a cama e a única cadeira. E agora, pra completar, queimou a luz do quarto, o que tornou nossas distrações ainda mais limitadas. A possibilidade de escrever é que me salva, pois posso fazê-lo mesmo no escuro, em qualquer circunstância.

Mas a vida no hotel também reserva alguns aprendizados, algumas vivências importantes.

Por exemplo, aqui não tem espaço para cara feia. Tenho que conviver em harmonia com o marido, afinal só temos um cômodo, não tem como virarmos as costas, é tela com tela o tempo inteiro (tela linda a dele, graças a Deus!).

Também muitas são as novidades. Tantos viajantes, cada um com uma história mais fantástica. Mentiras, verdades... Até adeptos de balonismo e representantes de revistas de aventura já se hospedaram por aqui. E nós só absorvendo...

Nossos vizinhos não são os mesmos, mas os que ficam por mais tempo acabam se tornando amigos e as paredes passam a ter ouvidos e bocas, pois são através delas que nos comunicamos.

Por mais difícil que, às vezes, pareça não ter um cantinho pra chamar de seu, não ter uma mesa pra compartilhar com os familiares e amigos, nem um endereço certo pra receber encomendas... Sei o quanto tem sido importante essa experiência, pois quando vivemos em um mundo tão pequeno somos obrigados a ampliar o nosso próprio horizonte e contemplar o que se mostra adiante...

E nós vamos deixando as manias que as regalias do “lar doce lar” nos oferecem e descobrindo nossos limites e a nossa resistência...

Creio que é apenas um tempo. Não sei do nosso futuro, apenas que carregaremos essas vivências em nossas malas para sempre.

domingo, 15 de julho de 2012

Eu quero um amor assim

Hoje li um relato do médico Richard Selzer (citado por Brennan Manning, no livro O Evangelho Maltrapilho, p.107) e quero compartilhar com vocês:

“Estou em pé junto ao leito onde jaz uma jovem, seu rosto em pós-operatório; sua boca, retorcida com paralisia, tem um quê de palhaço. Um minúsculo ramo do seu nervo facial, aquele que controla os músculos da boca, foi removido. Ela ficará assim daqui em diante. O cirurgião havia seguido com religioso fervor a curvatura da sua carne, isso eu podia garantir. No entanto, para remover o tumor de sua bochecha, tive de cortar aquele nervinho.

O jovem esposo dela está no quarto. Ele está em pé no lado oposto da cama e juntos eles parecem habitar a luz vespertina da lâmpada, isolados de mim, num mundo particular. Quem são eles, pergunto a mim mesmo, ele e esta distorcida boca que fiz, que olham-se um ao outro tão generosamente, com tanta avidez? A jovem fala:

- Minha boca vai ficar assim para sempre?

- Sim – digo. – Vai ficar assim porque o nervo foi cortado.

Ela assente e silencia. Mas o jovem sorri.

- Eu gosto – ele diz - Acho uma gracinha.

[...] Sem nenhum constrangimento, ele inclina-se para beijar a boca torta, e estou tão perto que consigo ver como ele entorta seus próprios lábios para ajustá-los ao dela, para mostrar-lhe que o beijo deles ainda funciona.”

O amor de Cristo por nós é assim. Um amor que vai além de estereótipos, de limites razoáveis, de lógica ou aceitação...

Eu quero um amor inspirado em Cristo: paciente, bondoso, que não inveja, não se vangloria, não se orgulha, não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Um amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Co 13:4-7).

Ler sobre esse tipo de amor até me emociona. Estamos tão acostumados a associar o amor a combinações de beleza, a jogos de interesses, que quando ele aparece em sua forma genuína, ficamos assombrados, admirados.

Quando esbarramos na rua com essas demonstrações amorosas sinceras até desconfiamos.

Antes de começarmos a namorar, vez por outra, Lívio me convidava para jantar. No restaurante, ele sempre ajeitava uma cadeira para sentar e eu sentava em outra. Depois de essa cena repetir-se algumas vezes, ele acabou me perguntando:

-Por que sempre puxo uma cadeira pra você e você senta em outra?

- Não estou acostumada a cavalheirismos. Na dúvida se a cadeira era pra mim, preferia sentar em outra.

Que mico, hein?!

Mas a verdade é que o tempo todo estamos dando foras como esse. Deus nos oferece banquetes e puxa cadeiras para que possamos usufruir de seu maravilhoso amor e nós, tão distraídos e desconfiados, acabamos rejeitando o convite.

Deus diz para os maridos amarem suas esposas como Cristo amou a Igreja. É um amor que envolve sacrifício, capaz de dar a sua própria vida, mesmo que o ser amado não pareça merecedor.

Cresci ouvindo a história de meus bisavós. Eles faziam tudo juntos, até comiam no mesmo prato. Nos últimos dias de sua vida, ele só queria que minha bisavó ficasse ao seu lado, segurando-lhe as mãos.

O amor de Deus é perfeito e só Ele pode nos aperfeiçoar no amor. Peçamos a Ele dessa Graça.

sábado, 7 de julho de 2012

Sobre o amor e os sapatos

Sabe o amor? O amor no sentido “quero estar pra sempre ao seu lado, compartilhar todos os momentos, encontrar de manhã sua cara amassada, proteger, cuidar, beijar”...

Pois é. Esse amor um dia acontece. E cabe a nós a decisão de cultivá-lo até vê-lo bem velhinho e sempre cheio de vitalidade.

Uma tia-avó , vez por outra, me conta a história de sua mãe (minha bisavó), que nasceu de sete meses, tão pequenina que cabia em uma caixa de sapatos, em uma época de medicina falha. Ninguém dava nada pela menininha, mas ela cresceu e viveu saudável por longos 100 anos.

Assim também acontece com o amor. Um encontro inesperado, um início inexpressivo, uma fagulha que com um sopro pode virar fogo alto, constante, que não apaga.

Eu acredito no amor. Nesse simples, que independe de glamour, que não sucumbe diante das paixões que aparecem ao longo do caminho, nem foge com as primeiras dificuldades.

O amor da saúde e da doença, da escova compartilhada, da alegria e da tristeza, até que a morte os separe. O amor decisão, que não se sustenta em emoções inconstantes, nem balança com os ventos, mas permanece vivo como compromisso eterno.
...

Semana passada, meu cunhado casou. Estivemos em Natal-RN para celebrarmos tão precioso momento e foi impossível não se emocionar... Os noivos lindos, sorridentes, os convidados festivos e as histórias de bastidores que nunca faltam nos grandes momentos.

Separei uma delas para compartilhar com vocês. Um casal de padrinhos se atrasou e só conseguiu chegar depois da entrada de todos e com a cerimônia já em andamento. O motivo? O salto dela quebrou e eles tiveram que fazer uma parada no Shopping antes de seguirem para a Igreja. A esposa, toda arrumada, esperava no carro enquanto o marido se desdobrava entre escolher sandálias e levar para ela experimentar até que encontrasse um par que se encaixasse.

Como na história da Cinderela. Como nas histórias de amor.

Você quer alguém que se encaixe em seu perfil, em sua personalidade, em seus valores e princípios. Você quer alguém que lhe deixe confortável, que lhe traga segurança, lhe proteja e não lhe seja pesado. Alguém que você ame tanto que o considere uma presença indispensável. Alguém para quem você não precise dizer:

- Larga do meu pé!

Eu penso assim em relação aos sapatos. Agora então que tenho ido a pé para o trabalho, prefiro as sapatilhas, mesmo que não tenham a elegância dos saltos altos.

Eu penso assim com relação aos relacionamentos amorosos. Se seu pé não está encaixando em nenhum sapato, arrume-se, esteja preparada e atenta aos pares certos.

Se você já tem o calçado, mas o salto quebrou, e você tenta seguir adiante, mas está trôpega e prestes a cair, peça a Deus restauração.

O amor é possível. Talvez você nem acredite mais nisso. Tantas foram as histórias, as desilusões. Talvez sejam os outros os descrentes, seus amigos dizem que não tem mais jeito para o seu casamento. Deus diz: Eis que faço nova todas as coisas.

Busque a Deus. Ele é Amor. Ele pode tudo.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sobre o amor e o sexo

O que é amor nos tempos atuais? Andam invertendo tanto as coisas, mas alguns conceitos não podem se perder.

Amor é o cerne de uma comunhão sincera, é o começo e o fim de tudo...

Ontem li em um site de notícias a história de uma mulher que em 10 horas teve relações sexuais com 251 homens. O que mais me chocou nem foi a “façanha” dela (que no passado fora vítima de estupro e agora apenas deixa transparecer as marcas e os frutos da violência vivida), mas como a mídia encarou seu “feito”.

“Revolucionária” foi como lhe apresentaram. E apesar de terem questionado sua atitude, reforçaram mais a ideia de que o sexo libertino pode ser uma forma de afirmação social, um grito contra a sociedade machista.

Alguém uma vez me disse que admirava muito sua amiga, que não tinha marido fixo, mas se relacionava com vários homens indistinta e descompromissadamente. Para ela, a amiga era uma figura independente, livre, dona de si.

Não estou aqui para julgar ninguém, mas, para mim, quem age como a mulher da reportagem é como uma máquina desregulada, não um modelo de sexo livre.

Aqui nós entramos naquela velha diferença (que nossas avós costumavam repetir) entre liberdade e libertinagem.

O sexo (verdadeiramente) livre é o encontro de duas pessoas que se amam e que, por isso, escolheram compartilhar mais que uma noite, uma vida juntos. São dois corpos, duas almas, que se misturam até parecerem um.

Sensibilidade, cumplicidade, amor são inerentes a uma relação que se pretenda livre. O “sexo pelo sexo” é um vazio, uma corrente que aprisiona, que escraviza.

Algumas pessoas começam a se envolver assim “de brincadeira” e mais tarde sofrem as amarguras de um encontro descontextualizado e sem prumo.

A Bíblia não deixa de se posicionar sobre o assunto...

“Que o casamento seja respeitado por todos, que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro. Deus julgará os imorais e os que cometem adultério”. Hebreus 13:4

“[...] Mas, por causa da imoralidade, cada um deve ter sua esposa, e cada mulher o seu próprio marido. O marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. 1 Coríntios 7:2-4

“Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá”. 1 Coríntios 13:3

Esses textos parecem duros para uma sociedade que prega que ninguém é de ninguém.

Para mim, são palavras inspiradas por Aquele que tudo sabe, por Aquele que criou tudo, inclusive o amor e o sexo.

Deus nos ajude a resgatar e a preservar a pureza em nossos relacionamentos!

É tempo de mudança!