Lembram da plantinha que comprei há algum tempo atrás?! Pois é, a bichinha tá morre não morre na área de serviço. Seu vermelho agora é triste, suas folhas amareladas...
No dia da compra, a vendedora limitou-se a recomendar que eu a aguasse uma vez por semana. Uma vez por semana é muito pouco, pensei, mas já que eu não entendia mesmo nada de flores, passei a seguir sua recomendação.
Com o tempo e a longa distância entre uma regada e outra, acabei esquecendo da plantinha e seus banhos passaram a ser ainda mais raros. O resultado é a gravidade de seu atual estado.
Se quero minhas flores coloridas como a nova estação, preciso regá-las e dedicar-lhes todos os cuidados que a espécie necessita.
Isso não se aplica só às flores. As pessoas, especialmente, precisam de cuidado.
Quando minha sobrinha nasceu, ficávamos observando-a quase vinte quatro horas por dia. Achávamos aquele bebê tão frágil, tão carente de nossos cuidados que não desgrudávamos dele. Um dia, depois de uma mamada e já no berço, o leite voltou e obstruiu suas vias respiratórias. Graças a Deus, a vó estava por perto e pode intervir, salvando-a.
Há momentos em que nós (mesmo adultos) precisamos de cuidados. Às vezes nos sentimos sós; às vezes fracos, desanimados, abatidos... Nesses períodos nada melhor que um ombro amigo, um olhar atencioso, uma palavra precisa...
Nesse sentido, Provérbios 15.30 que diz:
“Um olhar amigo alegra o coração; uma boa notícia faz a gente sentir-se bem.” PV 15.30
Nesses dias difíceis que estamos passando, como têm sido preciosas as palavras, o carinho, o apoio de nossos amigos.
Fico pensando que deveríamos ser mais atentos com os que estão ao nosso redor, pois quanta diferença faz uma palavra amiga. Não deveríamos depender da data de aniversário, ou esperarmos o natal ou o dia do amigo para darmos aquele alô. Provavelmente, hoje seu amigo está precisando muito mais.
A Bíblia nos estimula a cuidarmos uns dos outros e vai além, pois engloba até os inimigos em nosso dever de cuidado:
“Se o seu inimigo estiver com fome, dê comida a ele; se estiver com sede, dê água.” Pv 25.21
Também devemos ser cuidadosos em nossos relacionamentos. Namorados, casados, amigos, colegas, pais, irmãos, trabalhadores e patrões. Temos que estar sempre regando, cuidando para não deixar morrerem as flores.
O cuidado de Deus por nós é o exemplo a ser seguido.
A Bíblia diz (em Sl 34.15) que:
‘’Deus cuida das pessoas honestas e ouve os seus pedidos [...]”
Deus repousa o seu olhar sobre nós, como um pai que observa seu filho pequeno, zelando para que não se envolva em uma situação de perigo.
É um olhar de amor, que demonstra que Ele não é indiferente àqueles que o buscam. Ele nos vê, sabe de nossas necessidades e está pronto para nos ajudar.
Só agora que minhas flores estão murchando, é que percebo que eu deveria ter sido mais diligente. É necessário cuidar enquanto se tem.
Preciso aprender com minha avó, que cuida tão bem de suas flores. Preciso aprender com Deus, que cuida tão bem de seus filhos...
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Vigésimo primeiro dia
“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor.” Pv 16.1
Esse versículo martelava em minha mente durante todo o percurso de minha última viagem à Teresina.
Naquele dia eu e Lívio acordamos cedo para preparar a casa para alguns familiares que nos visitariam. Limpamos toda a casa, colocamos roupas de cama novinhas, arrumamos as toalhas, checamos a previsão do tempo para ver quais passeios seriam possíveis naqueles dias...
O dia corria bem até que ligamos para Teresina e tivemos notícias desanimadoras. Minha sogra, que vinha melhorando, naquele dia não estava bem e seu quadro começou a se agravar. Diante disso, cancelamos a viagem de nossos parentes, pedimos uns dias no trabalho e compramos passagens aéreas para irmos a Teresina ainda aquela noite.
As novas roupas de cama foram estreadas com lágrimas, enquanto ajoelhados orávamos pela cura de minha sogra.
No lugar dos programados dias de sorrisos, tivemos inesperados dias de choro.
“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor.” Pv 16.1
Comecei a aprender sobre esse versículo quando eu era criança. Um dia disse para meus irmãos que eu teria uma casa bem grande, com não sei quantos quartos, piscina, quadra, churrasqueira... Então minha mãe corrigiu-me: minha filha, não devemos dizer que teremos isso ou aquilo, que seremos isso ou aquilo, mas que SE DEUS QUISER, seremos isso, teremos aquilo...
Aliás, esse ensinamento encontramos em Tg 4. 13-16:
“Agora escutem, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro!’ Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como a neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: ‘ Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo’. Porém vocês são orgulhosos e vivem se gabando. Todo esse orgulho é mau.”
Ninguém sabe o dia de amanhã. Não estou com isso desestimulando você a sonhar ou fazer planos, muito menos a ser pessimista. É apenas um alerta para que não nos sintamos donos do destino, senhores do amanhã.
Também não estou incentivando ninguém ao comodismo, muito menos a viver escorado, a dizer: ah, já que tudo só acontece se for a vontade de Deus, vou ficar de braços cruzados esperando Ele atuar.
Estimulo, sim, a vivermos com intensidade, a fazermos hoje tudo o que nos está proposto, tudo o que estiver ao nosso alcance. Essa inclusive foi uma das lições que minha sogra deixou: nenhuma de suas responsabilidades ficava para o dia seguinte.
Estimulo a sermos cautelosos e dedicarmos o melhor do nosso tempo e das nossas habilidades ao que for mais importante, ao que for mais necessário, sabendo que nem sempre o mais importante é o trabalho.
Estimulo a buscarmos a vontade de Deus, pois, por mais dura que pareça, é sempre a melhor. Deus nos conhece e tem para nós planos eternos que não se limitam a essa terra. Sua vontade é constante, não é como a nossa que varia ao gosto do vento, da moda e das circunstâncias. Saber disso nos traz tranquilidade e nos ajuda a descansar, mesmo nas tempestades.
Estar no centro da vontade de Deus é o melhor que podemos fazer, pois “o mundo passa, com tudo aquilo que as pessoas cobiçam; porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre” (1 Jo 2.17).
Esse versículo martelava em minha mente durante todo o percurso de minha última viagem à Teresina.
Naquele dia eu e Lívio acordamos cedo para preparar a casa para alguns familiares que nos visitariam. Limpamos toda a casa, colocamos roupas de cama novinhas, arrumamos as toalhas, checamos a previsão do tempo para ver quais passeios seriam possíveis naqueles dias...
O dia corria bem até que ligamos para Teresina e tivemos notícias desanimadoras. Minha sogra, que vinha melhorando, naquele dia não estava bem e seu quadro começou a se agravar. Diante disso, cancelamos a viagem de nossos parentes, pedimos uns dias no trabalho e compramos passagens aéreas para irmos a Teresina ainda aquela noite.
As novas roupas de cama foram estreadas com lágrimas, enquanto ajoelhados orávamos pela cura de minha sogra.
No lugar dos programados dias de sorrisos, tivemos inesperados dias de choro.
“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor.” Pv 16.1
Comecei a aprender sobre esse versículo quando eu era criança. Um dia disse para meus irmãos que eu teria uma casa bem grande, com não sei quantos quartos, piscina, quadra, churrasqueira... Então minha mãe corrigiu-me: minha filha, não devemos dizer que teremos isso ou aquilo, que seremos isso ou aquilo, mas que SE DEUS QUISER, seremos isso, teremos aquilo...
Aliás, esse ensinamento encontramos em Tg 4. 13-16:
“Agora escutem, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos um ano fazendo negócios e ganhando muito dinheiro!’ Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como a neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: ‘ Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo’. Porém vocês são orgulhosos e vivem se gabando. Todo esse orgulho é mau.”
Ninguém sabe o dia de amanhã. Não estou com isso desestimulando você a sonhar ou fazer planos, muito menos a ser pessimista. É apenas um alerta para que não nos sintamos donos do destino, senhores do amanhã.
Também não estou incentivando ninguém ao comodismo, muito menos a viver escorado, a dizer: ah, já que tudo só acontece se for a vontade de Deus, vou ficar de braços cruzados esperando Ele atuar.
Estimulo, sim, a vivermos com intensidade, a fazermos hoje tudo o que nos está proposto, tudo o que estiver ao nosso alcance. Essa inclusive foi uma das lições que minha sogra deixou: nenhuma de suas responsabilidades ficava para o dia seguinte.
Estimulo a sermos cautelosos e dedicarmos o melhor do nosso tempo e das nossas habilidades ao que for mais importante, ao que for mais necessário, sabendo que nem sempre o mais importante é o trabalho.
Estimulo a buscarmos a vontade de Deus, pois, por mais dura que pareça, é sempre a melhor. Deus nos conhece e tem para nós planos eternos que não se limitam a essa terra. Sua vontade é constante, não é como a nossa que varia ao gosto do vento, da moda e das circunstâncias. Saber disso nos traz tranquilidade e nos ajuda a descansar, mesmo nas tempestades.
Estar no centro da vontade de Deus é o melhor que podemos fazer, pois “o mundo passa, com tudo aquilo que as pessoas cobiçam; porém aquele que faz a vontade de Deus vive para sempre” (1 Jo 2.17).
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Décimo quarto dia
A rede pink onde ela costumava balançar continua lá. Assim como as fotografias, todos os detalhes da casa têm sua imagem.
Aos poucos, voltamos às atividades normais, apesar de existir sempre uma ponta de anormalidade. Ao observar as vitrines nos shoppings ainda encontro as sandálias que ela tanto gostava. Mas ela não está aqui. É a dor que a morte insiste em deixar.
Na minha ainda curta trajetória, nunca tinha sentido tão forte essa saudade. Poucos foram os próximos que me deixaram. Então aprendo, aos poucos, as nuanças do luto, os dias que se seguem a perda, o consolo e a fé que encontramos em Deus.
A primeira vez que vi a morte mais perto foi quando eu perdi meu avô materno. Eu tinha uns quatro anos de idade e recebi a notícia de meus irmãos tão logo acordei naquela manhã atípica.
Quando a gente é criança encara tudo com muita naturalidade. E foi assim que enfrentei. Na verdade, logo me afastaram (juntamente com todas as crianças) do lugar do velório e nos levaram a um lugar onde tudo era brincadeira.
Lembro de algumas coisas daquele dia, porém, do pouco tempo que convivi com meu avô, o que mais me marcou não foi sua morte, mas sua música preferida, que falava de um senhor que permanecia firme em Deus e não se abalava apesar das dificuldades:
Encontrei-me com um velho fazendeiro;
O seu rosto enrugado pelo sol
Oitenta anos tem, chama-se tio Sampaio,
Não tem medo de nenhum temporal.
Perguntei qual era o seu grande segredo,
De uma longa vida cheia de vigor,
De uma fé tão radiante que a todos atraía,
Tio Sampaio me respondeu:
As raízes...
Cuide bem das coisas principais,
Arraigado sempre firme na Palavra do Senhor
Nada vai te abalar.
As raízes...
Tio Sampaio me falou da sua vida
Que quando jovem entregou-se ao Senhor,
Dedicou-se ao estudo da Palavra,
Cada dia foi crescendo seu amor.
Sua esposa já morreu há oito anos,
Ele sabe que seus dias vão findar.
Não importam as circunstâncias ou o vento que soprar;
As raízes vão segurar; As raízes...
(As raízes - Vida abundante)
Morte é vazio, é distância, é realidade. É o último inimigo a ser vencido, é a despedida mais triste, o coração mais apertado.
Morte são lágrimas sem fim, sonhos sem começo, pés sem chão. Morte é um dia de chuva, uma noite sem estrelas, um sol sem expressão.
Fica aquela vontade de ter convivido mais com aquele ente querido, ficam as palavras que deveríamos ter dito, os telefonemas que poderíamos ter dado...
Muitos dos que ficam acabam enveredando por um caminho perigoso: a tentativa de falar com os mortos.
A Bíblia condena esse tipo de prática. Deus abomina quem consulta os mortos (Dt 18.11). Em Is. 8.19, encontramos que:
"Algumas pessoas vão pedir que vocês consultem os adivinhos e os médiuns, que cochicham e falam baixinho. Essas pessoas dirão: 'Precisamos recebecer mensagens dos espíritos, precisamos consultar os mortos em favor dos vivos!' Mas vocês respondam assim: 'O que devemos fazer é consultar a lei e os ensinamentos de Deus. O que os médiuns dizem não tem nenhum valor'."
Esse sentimento de que faltou alguma coisa, de que a obra estava inacabada, de que havia muito por se viver são resquícios de nosso equívoco. Essa vida é só passagem. Nunca ficaremos completamente satisfeitos nesse plano, pois fomos feitos para a eternidade.
De nada adianta questionar os desígnios de Deus. Ele é perfeito e sabe de todas as coisas. Ao invés de tentarmos superar a falta da pessoa amada recorrendo a pessoas que prometem conectá-lo ao outro mundo, devemos nos concentrar nos momentos que vivemos juntos e investir naqueles que ainda estão a nossa volta.
Apesar da dureza do momento, temos que levar em conta que a morte é a oportunidade de exercitarmos a nossa fé. É quando, finalmente, nos damos conta de que esse mundo que agora vemos é passageiro e que devemos nos preparar para a vida eterna.
A morte não é o fim. Pra quem vive uma vida com Deus, pra quem o obedece e o engrandece, a morte é um passaporte para uma vida plena ao lado do Pai.
Hoje faz duas semanas que minha sogra partiu. Ainda custa a acreditar. Como não sou mais criança, tive que encarar a morte de frente, não a vi com indiferença. Apesar de lembrar daquele dia com detalhes, o que mais me marcou não foi sua morte, mas sua vida, seu sorriso, suas palavras, sua música favorita.
Nos dias que sucederam à ida de minha sogra, meu sogro consolava-se com a palavra de Jesus para o criminoso que, já no momento de sua morte, arrependeu-se e se converteu de seus maus caminhos: Hoje mesmo estarás comigo no paraíso. Então meu sogro dizia: ela já está no céu, não vai precisar ficar vagando por aí. A salvação não é como a carta, mas como o e-mail, que logo chega a seu destino.
O céu é um lugar preparado por nosso Mestre, onde não há dor, nem qualquer sofrimento. Fico imaginando que, enquanto escrevo, ela está ouvindo um lindo coral de anjos, desfrutando de uma paz indizível...
E nós, que ficamos, aguardamos a volta de Cristo ou a sua chamada quando, então, nos reencontraremos.
Para finalizar, deixo um trecho de meu livro "A Terra dos Sonhos Mortos": "E eu aprendi que a vida não é medida por dias, meses ou anos... Mas por intensidade... E ela soube viver uma vida longa, por isso não se foi nem cedo, nem tarde, mas no tempo certo".
Aos poucos, voltamos às atividades normais, apesar de existir sempre uma ponta de anormalidade. Ao observar as vitrines nos shoppings ainda encontro as sandálias que ela tanto gostava. Mas ela não está aqui. É a dor que a morte insiste em deixar.
Na minha ainda curta trajetória, nunca tinha sentido tão forte essa saudade. Poucos foram os próximos que me deixaram. Então aprendo, aos poucos, as nuanças do luto, os dias que se seguem a perda, o consolo e a fé que encontramos em Deus.
A primeira vez que vi a morte mais perto foi quando eu perdi meu avô materno. Eu tinha uns quatro anos de idade e recebi a notícia de meus irmãos tão logo acordei naquela manhã atípica.
Quando a gente é criança encara tudo com muita naturalidade. E foi assim que enfrentei. Na verdade, logo me afastaram (juntamente com todas as crianças) do lugar do velório e nos levaram a um lugar onde tudo era brincadeira.
Lembro de algumas coisas daquele dia, porém, do pouco tempo que convivi com meu avô, o que mais me marcou não foi sua morte, mas sua música preferida, que falava de um senhor que permanecia firme em Deus e não se abalava apesar das dificuldades:
Encontrei-me com um velho fazendeiro;
O seu rosto enrugado pelo sol
Oitenta anos tem, chama-se tio Sampaio,
Não tem medo de nenhum temporal.
Perguntei qual era o seu grande segredo,
De uma longa vida cheia de vigor,
De uma fé tão radiante que a todos atraía,
Tio Sampaio me respondeu:
As raízes...
Cuide bem das coisas principais,
Arraigado sempre firme na Palavra do Senhor
Nada vai te abalar.
As raízes...
Tio Sampaio me falou da sua vida
Que quando jovem entregou-se ao Senhor,
Dedicou-se ao estudo da Palavra,
Cada dia foi crescendo seu amor.
Sua esposa já morreu há oito anos,
Ele sabe que seus dias vão findar.
Não importam as circunstâncias ou o vento que soprar;
As raízes vão segurar; As raízes...
(As raízes - Vida abundante)
Morte é vazio, é distância, é realidade. É o último inimigo a ser vencido, é a despedida mais triste, o coração mais apertado.
Morte são lágrimas sem fim, sonhos sem começo, pés sem chão. Morte é um dia de chuva, uma noite sem estrelas, um sol sem expressão.
Fica aquela vontade de ter convivido mais com aquele ente querido, ficam as palavras que deveríamos ter dito, os telefonemas que poderíamos ter dado...
Muitos dos que ficam acabam enveredando por um caminho perigoso: a tentativa de falar com os mortos.
A Bíblia condena esse tipo de prática. Deus abomina quem consulta os mortos (Dt 18.11). Em Is. 8.19, encontramos que:
"Algumas pessoas vão pedir que vocês consultem os adivinhos e os médiuns, que cochicham e falam baixinho. Essas pessoas dirão: 'Precisamos recebecer mensagens dos espíritos, precisamos consultar os mortos em favor dos vivos!' Mas vocês respondam assim: 'O que devemos fazer é consultar a lei e os ensinamentos de Deus. O que os médiuns dizem não tem nenhum valor'."
Esse sentimento de que faltou alguma coisa, de que a obra estava inacabada, de que havia muito por se viver são resquícios de nosso equívoco. Essa vida é só passagem. Nunca ficaremos completamente satisfeitos nesse plano, pois fomos feitos para a eternidade.
De nada adianta questionar os desígnios de Deus. Ele é perfeito e sabe de todas as coisas. Ao invés de tentarmos superar a falta da pessoa amada recorrendo a pessoas que prometem conectá-lo ao outro mundo, devemos nos concentrar nos momentos que vivemos juntos e investir naqueles que ainda estão a nossa volta.
Apesar da dureza do momento, temos que levar em conta que a morte é a oportunidade de exercitarmos a nossa fé. É quando, finalmente, nos damos conta de que esse mundo que agora vemos é passageiro e que devemos nos preparar para a vida eterna.
A morte não é o fim. Pra quem vive uma vida com Deus, pra quem o obedece e o engrandece, a morte é um passaporte para uma vida plena ao lado do Pai.
Hoje faz duas semanas que minha sogra partiu. Ainda custa a acreditar. Como não sou mais criança, tive que encarar a morte de frente, não a vi com indiferença. Apesar de lembrar daquele dia com detalhes, o que mais me marcou não foi sua morte, mas sua vida, seu sorriso, suas palavras, sua música favorita.
Nos dias que sucederam à ida de minha sogra, meu sogro consolava-se com a palavra de Jesus para o criminoso que, já no momento de sua morte, arrependeu-se e se converteu de seus maus caminhos: Hoje mesmo estarás comigo no paraíso. Então meu sogro dizia: ela já está no céu, não vai precisar ficar vagando por aí. A salvação não é como a carta, mas como o e-mail, que logo chega a seu destino.
O céu é um lugar preparado por nosso Mestre, onde não há dor, nem qualquer sofrimento. Fico imaginando que, enquanto escrevo, ela está ouvindo um lindo coral de anjos, desfrutando de uma paz indizível...
E nós, que ficamos, aguardamos a volta de Cristo ou a sua chamada quando, então, nos reencontraremos.
Para finalizar, deixo um trecho de meu livro "A Terra dos Sonhos Mortos": "E eu aprendi que a vida não é medida por dias, meses ou anos... Mas por intensidade... E ela soube viver uma vida longa, por isso não se foi nem cedo, nem tarde, mas no tempo certo".
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Sobre os pássaros...
Amanhã começa a competição de pombos-correios. Essa notícia faltou-me aos olhos quando lia o jornal local de hoje.
As aves foram levadas ontem (de carro) para uma cidade do interior de São Paulo e, a partir de amanhã, retornarão para Florianópolis, cidade onde foram criadas.
Foram colocados chips nos 600 pombos competidores. O chip registra o dia, a hora e os segundos que os pombos levam para chegar a casa. Essas informações indicarão os vencedores: a equipe mais veloz.
Na reportagem, explicava-se que a natureza dos pombos é retornar para casa. Se você tira-lo de lá, e soltá-lo, ele voltará para o seu lugar de origem.
Agora, que estou longe de casa, fico pensando se eu tenho a natureza dos pombos-correios. Se na primeira brisa voarei para meu lar...
Será por que eles voltam? O que há que sempre os atrai?
Esses dias outro pássaro chamou-me a atenção. Enquanto degustávamos alguns aperitivos à beira-mar, tivemos a feliz oportunidade de contemplar algumas gaivotas pescando. Elas planavam enquanto o vento frio de fim de inverno batia-lhes o peito e continuavam firmes em seu propósito, concentradas nos peixes, apesar de as circunstâncias não serem as melhores. O vento podia ir contra elas, mas isso não era o mais importante.
Agora, nestes dias de ventos contrários, fico pensando se tenho a natureza das gaivotas, que não se afligem, nem ficam ansiosas, apesar de o vento não lhes ser favorável.
Observando-a, alguém me perguntou o que será que uma gaivota como aquela estava pensando e eu respondi no automático:
“Grandes coisas não devem ser.”
Mas agora eu fico refletindo... Será que não é esse o seu segredo?! Pensar apenas naquele peixe do jantar e não em todos os outros do oceano?!
Na verdade, Jesus já nos desvendara a fórmula de vida dos pássaros, trazendo-nos uma grande lição:
‘’Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas? Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais que os passarinhos? E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso.” Mt 6.25-27
Não importa se temos características dos pombos ou das gaivotas, afinal valemos mais do que qualquer passarinho. Deus conhece nosso dia, nossas horas, nossos segundos e sabe como somos frágeis e como precisamos de sua ajuda para vencermos a maratona da vida. Então Ele vem, nos toma pela mão, nos levanta com seu braço forte e nos sustenta nos dias de tribulação.
O dia pode ser de ventos fortes, mas o amanhã guarda um rosto sereno e um gosto de paz. O Deus de todos os pássaros, o Senhor da vida está no controle.
Um fds de paz para todos!
As aves foram levadas ontem (de carro) para uma cidade do interior de São Paulo e, a partir de amanhã, retornarão para Florianópolis, cidade onde foram criadas.
Foram colocados chips nos 600 pombos competidores. O chip registra o dia, a hora e os segundos que os pombos levam para chegar a casa. Essas informações indicarão os vencedores: a equipe mais veloz.
Na reportagem, explicava-se que a natureza dos pombos é retornar para casa. Se você tira-lo de lá, e soltá-lo, ele voltará para o seu lugar de origem.
Agora, que estou longe de casa, fico pensando se eu tenho a natureza dos pombos-correios. Se na primeira brisa voarei para meu lar...
Será por que eles voltam? O que há que sempre os atrai?
Esses dias outro pássaro chamou-me a atenção. Enquanto degustávamos alguns aperitivos à beira-mar, tivemos a feliz oportunidade de contemplar algumas gaivotas pescando. Elas planavam enquanto o vento frio de fim de inverno batia-lhes o peito e continuavam firmes em seu propósito, concentradas nos peixes, apesar de as circunstâncias não serem as melhores. O vento podia ir contra elas, mas isso não era o mais importante.
Agora, nestes dias de ventos contrários, fico pensando se tenho a natureza das gaivotas, que não se afligem, nem ficam ansiosas, apesar de o vento não lhes ser favorável.
Observando-a, alguém me perguntou o que será que uma gaivota como aquela estava pensando e eu respondi no automático:
“Grandes coisas não devem ser.”
Mas agora eu fico refletindo... Será que não é esse o seu segredo?! Pensar apenas naquele peixe do jantar e não em todos os outros do oceano?!
Na verdade, Jesus já nos desvendara a fórmula de vida dos pássaros, trazendo-nos uma grande lição:
‘’Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas? Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais que os passarinhos? E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso.” Mt 6.25-27
Não importa se temos características dos pombos ou das gaivotas, afinal valemos mais do que qualquer passarinho. Deus conhece nosso dia, nossas horas, nossos segundos e sabe como somos frágeis e como precisamos de sua ajuda para vencermos a maratona da vida. Então Ele vem, nos toma pela mão, nos levanta com seu braço forte e nos sustenta nos dias de tribulação.
O dia pode ser de ventos fortes, mas o amanhã guarda um rosto sereno e um gosto de paz. O Deus de todos os pássaros, o Senhor da vida está no controle.
Um fds de paz para todos!
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Sétimo dia
Há sete anos, Deus deu-me um grande presente: ganhei mais uma mãe. Ela não veio embalada, mas foi se revelando aos poucos até eu descobrir todos os seus atributos: amiga, companheira, conselheira, irmã, sogra.
Há sete dias, Deus chamou-a de volta para si. Ficou a saudade, o exemplo, o amor que nunca acabará.
As últimas lembranças ainda se misturam a dor da saudade, deixando lágrimas molharem nossa face e pensamentos inundarem nossa mente. Os dias têm sido difíceis, mas trazemos à memória o que nos desperta a esperança.
Lembro-me de seu sorriso, de sua força, de sua coragem. Em minha mente, vez por outra, surgem imagens como o almoço aos domingos, a gente conversando no quarto, ela sentada na cadeira de macarrão, nossas idas a igreja, nossas viagens...
Tive o imenso privilégio de fazer parte de sua vida nos últimos anos que lhe restavam.
Graças a Deus temos um consolo: a certeza da vida eterna. Essa vida é passageira, nossa eternidade será ao lado do Deus Todo-poderoso, onde minha querida sogra já está.
A Bíblia diz em 1 Co 15.19 que “Se a nossa esperança em Cristo se limita a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.”
Nossa alegria e nossa fé não se limitam a essa vida, pois cremos que a morte não é o fim. Assim como Jesus ressuscitou, também ressuscitaremos e nos encontraremos em um reino de paz e felicidade.
Lá não há dor, nem qualquer tipo de sofrimento. Os dias de internação, as sofridas quimioterapias, as limitações do corpo, a angústia da alma ficaram para trás. Agora ela vive feliz e livre para recitar seu Salmo preferido:
“O Senhor é meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor de seu nome”. (Salmos 23. 1-3)
Nós, que ficamos, fazemos nossas as palavras de Paulo (em 2 Co 4. 16-18):
Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento. Porque não prestamos atenção nas coisas que se vêem. Pois o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre.
Se você ainda não tem a certeza da salvação, nem a esperança da vida eterna, renda-se a Cristo e dedique a Ele todos os dias de sua vida. Fazendo assim, a morte não será o fim, mas o início de uma vida eterna com Deus.
Aproveito a oportunidade para agradecer a todos pela forma carinhosa com que nos trataram. Obrigada pelos ombros amigos. Sem vocês estaria sendo bem mais difícil. Deus os abençoe!
Há sete dias, Deus chamou-a de volta para si. Ficou a saudade, o exemplo, o amor que nunca acabará.
As últimas lembranças ainda se misturam a dor da saudade, deixando lágrimas molharem nossa face e pensamentos inundarem nossa mente. Os dias têm sido difíceis, mas trazemos à memória o que nos desperta a esperança.
Lembro-me de seu sorriso, de sua força, de sua coragem. Em minha mente, vez por outra, surgem imagens como o almoço aos domingos, a gente conversando no quarto, ela sentada na cadeira de macarrão, nossas idas a igreja, nossas viagens...
Tive o imenso privilégio de fazer parte de sua vida nos últimos anos que lhe restavam.
Graças a Deus temos um consolo: a certeza da vida eterna. Essa vida é passageira, nossa eternidade será ao lado do Deus Todo-poderoso, onde minha querida sogra já está.
A Bíblia diz em 1 Co 15.19 que “Se a nossa esperança em Cristo se limita a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.”
Nossa alegria e nossa fé não se limitam a essa vida, pois cremos que a morte não é o fim. Assim como Jesus ressuscitou, também ressuscitaremos e nos encontraremos em um reino de paz e felicidade.
Lá não há dor, nem qualquer tipo de sofrimento. Os dias de internação, as sofridas quimioterapias, as limitações do corpo, a angústia da alma ficaram para trás. Agora ela vive feliz e livre para recitar seu Salmo preferido:
“O Senhor é meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor de seu nome”. (Salmos 23. 1-3)
Nós, que ficamos, fazemos nossas as palavras de Paulo (em 2 Co 4. 16-18):
Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento. Porque não prestamos atenção nas coisas que se vêem. Pois o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre.
Se você ainda não tem a certeza da salvação, nem a esperança da vida eterna, renda-se a Cristo e dedique a Ele todos os dias de sua vida. Fazendo assim, a morte não será o fim, mas o início de uma vida eterna com Deus.
Aproveito a oportunidade para agradecer a todos pela forma carinhosa com que nos trataram. Obrigada pelos ombros amigos. Sem vocês estaria sendo bem mais difícil. Deus os abençoe!
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Criação
Desde criança, existe um passatempo que me distrai demais: criar. Quando o dia estava parado, eu corria para a rede, com uma boneca nas mãos e começava a inventar histórias.
Era um momento aparentemente solitário e tranquilo, mas em minha mente aconteciam as mais empolgantes aventuras.
Meus irmãos implicavam comigo, dizendo que eu estava falando sozinha. Eu tentava me explicar. O que eu balbuciava eram as conversas de meus personagens... Mas isso era abstrato demais. Só eu podia ver todos aqueles homens, mulheres, crianças e bichos que ganhavam vida em minha mente e me levavam, quase todos os dias, a acompanhar mais um capítulo daquela doce e real fantasia.
Hoje, criar ainda é uma de minhas atividades preferidas. Às vezes, fico horas sentada junto ao computador dando vida a personagens, criando enredos... É quando me sinto mais livre e mais perto do maior Criador.
Deus é o autor da maior obra de todos os tempos. O que começou com a criação dos céus e da terra, completou-se com a formação do homem. Cada coisa no seu devido lugar, na mais perfeita harmonia.
O universo é uma obra de arte maravilhosa. Os seres viventes possuem habitat, modo de viver e mecanismos de defesa diferentes. Quanta criatividade! Desde os grãos de areia até os seres humanos não há nada que tenha ficado fora de seu projeto. Deus é o dono da inspiração, da poesia, da melodia, da inventividade...
Como frutos de sua criação, temos a marca do Criador... Como uma assinatura na tela do pintor. Dentre todos os seus personagens, Ele pôs o humano em situação de destaque, pois nos fez a sua imagem e semelhança. Apesar da semelhança, Deus tem algumas características que o humano não tem (e nem terá): é Todo-poderoso, sabe de todas as coisas e está em todos os lugares.
Davi também refletiu sobre essas coisas (Salmos 8.3-9):
“Quando olho para o céu, que tu criaste, para a lua e para as estrelas, que puseste nos seus lugares- que é um simples ser humano para que penses nele? Que é um ser mortal para que te preocupes com ele? No entanto, fizeste o ser humano inferior somente a ti mesmo e lhe deste a glória e a honra de um rei. Tu lhe deste poder sobre tudo o que criaste; tu puseste todas as coisas debaixo do domínio dele: as ovelhas e o gado e os animais selvagens também; os pássaros e os peixes e todos os seres que vivem no mar. Ó Senhor, nosso Deus, a tua grandeza é vista no mundo inteiro.”
Algumas vezes, para entendermos Deus basta desvendarmos a criatura. Outras vezes, porém, o universo e os dilemas que vivenciamos são mistérios, por vezes, incompreensíveis... Somos pequenos demais para compreendermos plenamente um Deus tão grande.
Todos nós herdamos do Pai do universo a capacidade de criar. Não importa se você é advogado, carpinteiro ou cantor, há sempre um pouco de nós nas atividades que fazemos, há sempre um exercício criativo.
Que nossas criações venham a glorificar a quem tudo criou! Que nosso olhar possa comtemplar a obra maravilhosa de Deus!
Obs: A foto ao lado foi tirada pela Naira Lopes em uma viagem que ela fez à Barra Grande. Ela me contou que naqueles dias ela ficava comtemplando essa linda criação de Deus, enquanto se perguntava: como, diante de uma obra tão magnífica, existem pessoas que não creem na existência do Criador?! Concordo, Naira! Obrigada pela participação.
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