sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Espelho, espelho meu...

Aos sete, oito anos, eu tinha um cabelo escorrido que se aproximava da cintura. Um dia, mamãe resolveu que estava na hora de cortá-lo e me levou a um cabeleireiro. Lembro que cada tesourada doía em minha alma. Quando ele finalmente acabou e vi meu cabelo curtinho, acima do ombro, meus olhos encheram d’água. Não falei nada. Apesar de ser criança, não queria pagar mico, então deixaria para me desabar em casa.

Minha casa era próxima ao salão, então segui andando cabisbaixa e, no caminho, encontrei meu irmão que foi logo disparando:

- Você cortou seu cabelo?! Tá horrível!

E nem estava. Hoje quando vejo fotos daquele tempo, acho que o corte ficou uma gracinha, mas naquele dia, bastaram essas palavras fraternas para que eu caísse no choro.

A opinião de meu irmão era muito importante para mim. Principalmente porque quando ele não gostava de alguma coisa, aquilo já virava motivo para uma gozação eterna. Mulher sofre nas mãos de um irmão (que o digam minhas bonecas sem cabeça)... rsrs

O tempo passa e muita coisa permanece igual. Hoje fui ao salão cortar minha enorme madeixa. O corte ficou moderno, mas ainda dá aquele friozinho na barriga quando me olho no espelho. Agora a opinião de um outro homem é importante: meu marido.
Enquanto escrevo este post, ele ainda não me viu de visual novo. Espero que ele goste.

Às vezes a mulher vai ao salão, se arruma toda e, quando chega a casa, o marido faz aquela cara azeda de quem não gostou. A mulher, então fica pensando: gastei uma nota com esse cabelo, fiz maquiagem com a melhor maquiadora, minhas unhas estão bem feitas... E ele ainda não gosta!

Em provérbios, a mãe do Rei Lemuel, quando lhe dava conselhos sobre a esposa ideal, disse-lhe: A formosura é uma ilusão, e a beleza acaba, mas a mulher que teme ao Senhor Deus será elogiada.

A Beleza de Jesus não estava em sua aparência física. O livro de Isaías (53), ao se reportar ao Mestre, o descreve assim: Ele não era bonito nem simpático, nem tinha nenhuma beleza que chamasse nossa atenção ou que nos agradasse.

Jesus é lindo pela pessoa que foi, pelo Deus que é.

Cada vez mais, há uma ditadura da beleza. Homens e mulheres vivem obcecados na tentativa de conquistar o corpo mais sarado, o cabelo mais exuberante, a pele mais macia...

Os complexos, depressões, muitas vezes, estão relacionados a questões estéticas. Muitos se sentem excluídos por não estar dentro do perfil de beleza midiático.

Uns entram em crise quando surge aquela imensa espinha no meio do rosto, outros quando começam a nascer os primeiros fios brancos ...

A beleza é ilusão. Foi mesmo a essa conclusão que cheguei ao ver um documentário sobre a Brigitte Bardot. Ela encaixava-se perfeitamente no padrão de beleza e hoje reconhece que isso foi também sua destruição.

É claro que devemos nos cuidar, ter bons hábitos alimentares, etc... Mas nunca permitir que a vaidade nos escravize.

Minha avó costuma falar: não existe ninguém feio. Por mais excêntrico que seja sempre tem alguém para achar bonito.

Tem outra frase popular que diz “quem ama o feio, bonito lhe parece”.

Então talvez seja o bastante pedir a Deus que nossos maridos (esposas) nos amem sempre, pois se isso acontecer não importa como estejamos no dia, nem como está o corte do cabelo...

Deus nos ama assim. Como diz a música da Ana Paula Valadão “Aos olhos do Pai, você é uma obra prima, que Ele planejou, com suas próprias mãos pintou”...

O nariz torto, a canela fina, a testa grande, o pé esquisito... Tudo isso faz parte do projeto exclusivo de Deus ao desenhar você!

Se, ainda assim, você quer uma dica de beleza, deixo Pv. 15.13, que diz “a alegria embeleza o rosto”.

Um lindo e alegre fds para todos!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Flores

Dia desses fui a uma floricultura. Queria comprar uma flor bonita para enfeitar minha casa. Passei uns cinco minutos para encontrar a que eu levaria. Bastou esse pouco tempo para algo me chamar atenção: dois senhores de meia idade compravam orquídeas para presentear suas “amadas” no trabalho.

Será que ser romântico está na moda?

Eles estavam meio tímidos. Nem sei se as mulheres que receberiam eram esposas, namoradas ou simples admiradas. Fiquei imaginando o motivo, depois a reação delas. Qual não terá sido o espanto (e a alegria!) ao receberem lindas e coloridas flores em uma tarde, no meio da semana, no hostil ambiente de trabalho?!

Como as mulheres gostam de coisas assim! Imagine se você amanhã fosse a presenteada... A rotina quebrada por um ato de carinho, por uma demonstração de afeto... O resto do dia certamente ganharia um gosto diferente.
Algumas, porém, não encarariam assim. O que será que ele fez de errado? Será que ele tem outra? – Seria só a continuação de uma “nóia” sem fim...

No conhecido e lindíssimo hino ao amor (de 1 Co 13.4) encontramos que o amor não arde em ciúmes.

Então, por que na maioria dos relacionamentos há tanta desconfiança? A resposta mais óbvia seria: porque os homens (e as mulheres) traem.

E por que traem?

Não tenho a pretensão de desvendar esse “mistério da humanidade” nessas minhas humildes linhas... Sei que os contextos são diversos e as questões infinitas. Gostaria de me ater somente em um ponto: Deus não está presente na maioria dos relacionamentos.
E aí englobo também outros tipos de união entre pessoas. Na família, entre os amigos e colegas de trabalho quase sempre o mal da traição está presente, além dos outros males: egoísmo, vaidade, indiferença, rebeldia...
A convivência entre humanos é cada vez mais complicada. Parece que já vivemos o tempo em que o amor de quase todos esfriaria... Respeito, afeto, cumplicidade, fidelidade são palavras cada vez mais raras.

As novelas, os filmes, os comunicadores de massa, vez ou outra, invertem conceitos e modificam valores. Quem nunca ouviu artistas tentando colocar em lugares distintos as palavras fidelidade e lealdade?

De tanto inverterem e relativizarem as coisas, é cada vez mais difícil encontrarmos relacionamentos que dão certo. A família, o casamento, a amizade, o simples encontro com os desconhecidos que, por um breve instante, fazem parte de nossa vida são contatos tensos e, muitas vezes, violentos.

Conversando com uma pessoa aqui do prédio, ela deu conta de um condômino que sempre aparece gritando palavrões.

Desse jeito, onde vamos parar? Onde estão as flores?

Deus é o maior e o melhor jardineiro do mundo! Onde Ele estiver, lá as flores estarão.

Em Sl 92. 12/14, encontramos que:

“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro do Líbano. Plantados na Casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos,
serão cheios de seiva e de verdor [...]”

Eu e meu marido, desde que nos casamos, temos tentado desenvolver uma rotina na presença de Deus. Separamos alguns minutos do dia para orarmos juntos e lermos a Bíblia. Apesar de sabermos a importância dessa rotina para nosso casamento, confesso que nem sempre temos seguido isso à risca. Às vezes, o cansaço, o trabalho, o filme bacana passando na TV acabam nos desviando de nosso propósito... Mas conseguiremos!

O meu desejo é que todos nós possamos perceber que sem Deus é impossível vivermos uma união plena e feliz. Por mais que nos esforcemos, por mais românticos que sejamos... As flores mais bonitas que podemos ganhar não estão nas floriculturas, mas em Deus. Nele encontramos: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Flores que não murcham, mas permanecem alicerçando todo e qualquer relacionamento, por isso mesmo são essas as que mais devemos desejar...

É claro que uma surpresinha com um buquê, de vez em quando, também vai bem!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

De que lado você está?

Tenho uma amiga que sempre gostou de política. Quando éramos adolescentes, em uma eleição para governador, ela apareceu na escola com a sigla de seu partido dentro de um coração desenhada de batom em suas bochechas.
É claro que, diante de uma cena assim tão inusitada, ela tornou-se o assunto do dia na turma e, ainda que alvo de palhaçadas, ela nem ligava, pois o que importava era que seu partido, seu governador estavam ali representados.

Lembrando disso, fiquei pensando sobre o quanto somos covardes. Raras vezes, assumimos quem realmente somos. Estamos tão preocupados em ser aceito que abrimos mão de nossos conceitos e valores.
Não nos posicionamos, não defendemos idéias, não nos identificamos com ninguém, pois queremos estar livres para estar ao lado de quem vencer no final.

Pedro era do “partido” de Cristo. Era um discípulo tão convicto que dizia estar disposto a morrer por aquela causa, porém quando Jesus foi preso e estava sendo julgado, desprezado, massacrado, Pedro mudou seu discurso: Não o conheço.
O triste é saber que, diante daquela situação, a maioria de nós agiria exatamente
assim.

É fácil abandonar o barco quando se acha que ele vai afundar. Difícil é manter-se firme, arregaçar as mangas e trabalhar em prol daquilo em que se acredita.

Moisés fazia parte do povo de Israel. Naquele tempo sua gente vivia oprimida, pois eram escravos no Egito. Apesar de ele ter sido adotado pela filha do Faraó e poder desfrutar de todo aquele reino, ele preferiu posicionar-se ao lado de seu sofrido povo, lutando por sua libertação.
Ele não foi indiferente. Optou pela justiça, pela verdade, pelo altruísmo, pela vontade de Deus.

E você? E eu? De que lado estamos? Nos dias maus em que temos vivido, quais têm sido nossas escolhas? Mal ou bem? Justiça ou desonestidade? Verdade ou mentira? As coisas de Deus ou a das trevas? Essas escolhas devem ser feitas a todo instante, por isso temos que estar preparados.
Hoje muitos se dizem seguidores de Cristo, mas o negam com seus atos e palavras. É tempo de decisão, amanhã pode ser tarde.

Jesus disse (em Mt 10:32 e 33) que “[...] todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.”

Não estou dizendo que para sermos bons cristãos temos que colocar um coração com o nome de JESUS estampado em nosso rosto. O que quero transmitir é que devemos honrá-lo e nos posicionar como verdadeiros seguidores dEle. E isso deve acontecer não só com nossas palavras, mas principalmente com nossas atitudes.

Deus nos ajude!



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dia de luz

É o segundo dia consecutivo que o sol aparece em Floripa. Para os que vivem em Teresina, onde o sol dá o ar da graça quase todos os dias do ano, parece uma informação desinteressante, mas aqui, creiam, é algo maravilhoso.
O tempo aqui é bastante instável. Corre-se o risco de sair com casaco em dia quente e sem ele em dia bem frio. Nunca dei tanto valor ao noticiário quando avisa que vem uma frente fria por aí, pois dá tempo de se preparar. Ontem mesmo comprei um aquecedor portátil para enfrentar o frio que ainda vem por aí.

Mas hoje é um dia de luz. Quando o sol aparece, o dia cinza dá lugar a um repleto de cores. O frio é amenizado. Os raios adentram o apartamento, deixando-o mais aconchegante e feliz.

Como eu amo dias ensolarados!

Daqui de onde escrevo, posso ver o vento fresco batendo nas palmeiras do prédio ao lado e as pessoas passando na rua animadas simplesmente porque hoje é um dia de sol.
Os comerciantes se aninam, os caminhantes, os corredores...

A Bíblia diz que “Certamente suave é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol” Ec 11.7

O sol aquece, anima, ilumina. Nada mais aconchegante que um cantinho quente em um dia frio. Talvez por isso o salmista tenha comparado Deus ao sol, em uma linda linguagem poética:

“Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão” (Sl 84.11).

Ao dizer que Deus é sol, o poeta revela que o Grande Pai, assim como o sol, é essencial, indispensável para a sobrevivência e que nos aquece e traz segurança nesses tempos de frio e solidão... É nosso cantinho quente.
Saber disso me traz tranquilidade, pois mesmo nos dias nebulosos terei um lugar luminoso para me encher de alegria e me aquecer. Nos braços de Deus, estamos seguros das tempestades.

As Escrituras revelam que durante o dilúvio, quando choveu 40 dias e 40 noites ininterruptamente, o servo de Deus Noé e a sua família tiveram um lugar seguro e quentinho para se abrigar até aparecer o sol e secarem as águas.

Devemos ter em mente que, apesar de sua essencialidade, o sol é mais uma criação de Deus e por isso não deve ser adorado. O único merecedor de todo o louvor é o Criador, pois não importa as circunstâncias, nem a previsão do tempo, com Deus ao seu lado não há tempo ruim.

Que Ele conceda a todos um dia de luz!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Vida nova

Era madrugada do dia 07 de agosto quando vislumbrei as primeiras luzes de minha nova realidade. Do avião e com o sol ainda por nascer não dava pra ver quase nada, mas minha ansiedade era tanta que tentei desenhar a cidade pelos pontinhos de luz, que revelavam as ruas, e pelos trechos de trevas, que escondiam o mar e as montanhas.
Bastou esse desenho embaçado para eu achar minha nova morada linda. Apesar de não contemplá-la em sua plenitude, minha mente já estava convicta de sua beleza.
E enquanto eu olhava da pequena janela do avião para toda aquela novidade que se descortinava a minha frente, segurei as mãos de meu marido e lhe disse: Vida nova. Deus nos abençoe!

Dias antes, o cantor Dani Distler, em visita à nossa Igreja, já cantava a música que seria pano de fundo para esse novo tempo:

"Abrir janelas há tempos trancadas
Jogar algumas coisas velhas fora
Deixar o ar entrar para arejar a casa
Viver coisas novas”


Cama pra dois, atividades domésticas, cidade nova, frio, praia, colegas com sotaque e costumes diferentes... São tantas coisas novas nesses primeiros dias de casada, nessa nova rotina, bem longe de todos os rostos conhecidos.
Graças a Deus, amo inovações e acho que isso me ajuda a lidar com as dificuldades que surgem com as grandes mudanças.

Pensando sobre tantas novidades, lembrei-me do que acontece com uma pessoa que se rende a Jesus. Ela não precisa casar, mudar de cidade para experimentar uma grande transformação! O novo nascimento (dessa vez espiritual) inaugura um novo (e eterno) momento em sua vida e ela passa a viver em um contexto completamente diferente, convivendo com pessoas com outra linguagem e outros costumes.
No começo dessa nova vida, alguns se preocupam por não conseguirem enxergar por completo os detalhes de sua nova morada. Diante das primeiras dificuldades, pensam em desistir até aprenderem que contemplamos pela fé (e pelos sinais deixados por nosso Mestre) as maravilhas de nossa vida eterna.

Outra coisa: vida nova exige dedicação. Nunca serei uma boa esposa se não dedicar tempo, carinho e atenção ao meu marido (por isso estava meio sem tempo para postar aqui no blog rsrsrs). Assim também deve ser em nosso relacionamento com Deus.

Se você ainda não experimentou essa mudança em sua vida, meu desejo é que logo, logo, suas palavras sejam: Vida nova. Deus me abençoe!

Obs: Estava com saudade de todos. Acho que vcs entenderam minha ausência esses dias... Aos poucos, desejo retornar ao blog com as novidades. bjos